Foto: Ina Henrique Dias
Edição e revisão: Tatiana Oliveira Botosso
Em entrevista exclusiva, a atriz Samara Felippo nos contou sobre o racismo que sua filha de 14 anos sofreu na escola Vera Cruz, onde ela estuda, uma das mais renomadas da cidade de São Paulo. O Jornal Empoderado conversou com a atriz para conhecer um pouco mais sobre a rotina da família e como elas estão lidando com essa situação criminosa. Para saber mais detalhes sobre o caso clique aqui!
Jornal Empoderado – Como é sua relação com suas filhas?
Samara Felippo – Somos muito parceiras e unidas. Me separei quando elas eram muito pequenas e, como o pai é muito ausente, somos sempre só nós tres.
JE – Elas já falam do futuro, o que esperam? Teremos mais duas talentosas atrizes igual a mãe?
SF – Ainda não, o futuro elas sabem que pertence à elas, com elas sendo quem quiserem e ocupando os espaços que quiserem. Ainda é cedo pra fazer escolhas profissionais, por exemplo. São meninas ativas, criadoras, criativas e livres.
JE – Quando você despertou para a necessidade de ser uma pessoa antirracista?
SF – Quando Alicia tinha 7 anos ela quis alisar o cabelo, ali entendi todo o racismo estrutural que vivemos e estou em constante aprendizado. Fui atrás, na época, de muita representatividade em todas as áreas: brinquedos, personalidades, livros….
JE – Quais são suas referências negras intelectuais e políticas?
SF – Djamila Ribeiro, Carla Akotirene, Barbara Carine, Sueli Carneiro, Angela Davis e Bell Hooks.
JE – Como está sendo o acolhimento com sua filha em relação a esse episódio?
SF – Em casa, todo o apoio possível, muito amor, validação de sentimentos, choro, raiva, tudo junto. Na escola, ela foi acolhida no início, com a escola reconhecendo o ato racista e atuando, mas depois não optando pela transferência das agressoras, o que, ao meu ver, deixa de ser acolhimennto com a vítima e se torna omissão diante de um crime.
JE – Os pais das agressoras entraram em contato contigo?
SF – Sim, primeiro pediram uma reunião presencial, mas eu não tenho saúde emocional nem psicológica pra lidar mais com as frases que iria ouvir além das desculpas… chega. Desculpas foram dadas, aceitas, mas outras medidas precisam ser tomadas. Já é pra ser intolerável. Estamos em 2024.
JE – Qual conselho você daria para outros pais e mães, caso sofram o mesmo que você e sua filha?
SF – Denunciem, façam barulho, não deixem [os outros] falarem que sua dor e a de seu filho é mimimi ou é exagero. Racismo é crime e precisa ser tratado como tal! Se são menores [de idade], os pais e a escola são responsáveis!
O Jornal Empoderado vai continar acompanhando esse caso, afinal como afirmou Samara Felippo, “racismo é crime e precisa ser tratado como tal”!
Se você foi vítima de racismo, primeiro deve denunciar para a polícia fazendo um Boletim de Ocorrência. Depois, entre em contato com o Jornal Empoderado, aqui não nos calamos diante do crime de racismo!