Foi comemorado esta semana 63 ANOS DA PRISÃO DE ROSA PARKS, marco importante da luta pelos direitos civis negros no racista EUA. Rosa Parks foi fichada pela polícia em Montgomery, estado do Alabama, em 22 de fevereiro de 1956, poucos meses após se recusar a ceder seu lugar no ônibus para um passageiro branco (em 1º de dezembro de 1955).
Ela foi presa com outras pessoas que desafiaram as leis de segregação. A atitude de Parks levou a um boicote aos ônibus em dezembro de 1955, uma manobra organizada pelo reverendo Martin Luther King Jr.
O que esta ativista negra, considerada uma pioneira do Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos tem para nos ensinar hoje quando a comunidade negra luta para a volta da Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial – SEMPIR? Tudo. Rosa, nos mostra que o caminho da resistência tem cravos, espinhos e nem sempre o sol e o frescor da brisa pairará sobre quem decide enfrentar aquele que traz trevas. E aqui esta figura se personifica na imagem do João Agripino Dória, prefeito de São Paulo, que reduziu uma Secretaria a mero Departamento, quase balcão de atendimento. Desrespeitando toda uma história de luta de movimentos sociais que antecede a caneta do atual “gestor” , o prefeito de São Paulo mostra de forma “BRANCA” qual a politica que pretende para a cidade: uma politica higienista e cruel! Haja vista algumas ações por ele feitas como “acordar morador de rua com jato d’água ” e “dar ração humana para crianças pobres”.
A ideia de se reunir agora mesmo que tardiamente mostra que quem sempre é reprimido e sufocado um dia se rebela. Basta lembrar os “Panteras Negras” ou a “Revolta da Chibata”. A volta da Secretaria traz consigo um orçamento que lá na ponta ajudará pretos e pretas da periferia, principalmente, a serem atendidos de forma mais digna.
Aconteceu ontem na Câmara Municipal, região central de São Paulo, uma reunião ampliada de suma importância para comunidade negra. Militantes diversos e ex-secretários da “inativa” secretaria pediram em uníssono a volta da Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial do Município de São Paulo, esfacelada pelo governo atual do João Dória.
Na reunião que iniciou com tons ásperos e falas contundentes de militantes como Maria do Carmo, passando por falas mais técnicas como a dos ex-secretários Mauricio Pestana e Enéas Carneiro, destacamos as falas do sempre lúcido professor Dennis de Oliveira, que reforçou as reais atribuições da secretaria e sua importância. Cleuder de Paula, Cleide, da Educafro, Simone uma antiga militante do movimento negro e muitos(as) outros(as) que ali estavam ajudaram construir uma ideia de projeto alicerçada pelo advogado Shigueo Kuwahara. Assim novas ações serão tomadas.
Acontecerá uma nova reunião, com data e horário a definir, para deliberar e encaminhar algumas ações. Mas fica aqui já o aviso ao prefeito que já se vestiu de gari, coletor de lixo e até motorista de ônibus: Esperamos que o senhor prefeito se vista de prefeito e assuma seu compromisso com seus leitores, também, negros(as), voltando com as politicas publicas que somente podem ser feitas com orçamento de uma secretaria. Chame o povo, sociedade civil e a militância para discutir alternativas. Tire a “fantasia” e venha no mundo real e não das ideias do seu gabinete. O povo preto Exige a volta da Secretaria.
Não pelos cargos, não para agradar partido A ou B e sim porque algumas ações só são realizadas em uma pasta com autonomia de uma Secretaria.
Trago luz à mesa. A pena corta a folha em linhas de dor. Sangue que pulsa verbera e vira grito do sufocado. Impulsiona o corpo cansado de anos de luta assim como energiza o(a) novo(a) quem já chega aprendendo que na rua se ganha o jogo, mesmo que hoje a mídia social seja parceira na divulgação dos manifestos. Que seja sincero o coração de quem chama para a luta, pois cruel é quem mostra a face durante o processo. Mas se for de coração e sério, me da a mão e bora marchar! E de mãos dadas irmãos e irmãs gritam: Chega, Exigimos Respeito!
Para não dizer que não se terminou falando de flores, fica o recado aos que está fazendo o país agonizar e desmanchar em retrocessos: Rosa Parks não esmoreceu frente a adversidade e mesmo só em sua ação ela pensava o quão importante era mostrar força naquele momento já que estava em jogo não só um acento e sim toda uma resistência de luta preta(coletivo). Sendo assim que a garra e o lastro de esperança que foi deixado por Rosa, floresça no coração de cada um que luta pela volta da SMPIR.