Encerramento da atividade será na Aldeia indígena Kopenoty, interior de São Paulo
O evento final da 4ª edição do Hip Hop Cria será neste sábado (22) e será na Aldeia Kopenoty, um território demarcado que simboliza resistência e valorização da cultura indígena. Com um público esperado de 400 pessoas, reunirá artistas, oficineiros, moradores da aldeia e crianças atendidas pelo projeto. A atração principal é artista e pesquisadora Brisa Flow.
Para Vinão Mandinga, MC e coordenador do projeto, a escolha do local reafirma a luta contra a colonização e o compromisso do Hip Hop com a preservação e celebração da identidade de povos originários. “Levar as crianças para uma aldeia é um ato simbólico e potente. O Hip Hop também brota nesses espaços e se torna uma ferramenta de resistência”, destacou.
Brisa Flow falou sobre a importância da atividade na Aldeia Kopenoty e do uso do Hip Hop como um instrumento político “Estou muito feliz e empolgada de estar realizando essa atividade na Aldeia, sobretudo com as crianças. É importante demais usar o Hip Hop como ferramenta de articulação política, indígena e contra o epistemicídio”, declarou a artista.





O Hip Hop Cria é um projeto inovador que utiliza a cultura Hip Hop como método pedagógico para fomentar a educação, autoestima e autonomia de crianças e jovens das periferias. Lançado em 2021, o projeto é uma poderosa ferramenta de emancipação e engajamento sociopolítico, especialmente para a comunidade negra e periférica de Bauru, interior de São Paulo.
Com base nos cinco elementos do Hip Hop – DJ, Breaking, Graffiti, Rap e o Conhecimento – o Hip Hop Cria realiza oficinas que tratam cada elemento como uma disciplina sociocultural e de formação profissional. O Conhecimento é apresentado como o pilar central, uma analogia frequentemente usada para ilustrar como ele sustenta os outros elementos, funcionando como um teto que unifica essa rica estrutura cultural.
Essa iniciativa é financiada pela emenda cultural parlamentar da deputada estadual Monica Seixas em parceria com a Secretaria Estadual de Cultura e viabilizada pela Sociedade Amigos da Cultura – SAC em Bauru, recebendo assim o título “Nossa Cultura Viva – O Hip Hop Cria”.
Além de educar e profissionalizar, o projeto também valoriza os agentes culturais e produtores de Hip Hop. Os oficineiros, que são artistas como Bboys e Bgirls, grafiteiros, DJs, MC’s, fotógrafos, pesquisadores e poetas, são devidamente remunerados, reconhecendo e incentivando o seu papel vital na transmissão de conhecimentos e na perpetuação dessa cultura.
O Hip Hop Cria é desenvolvido pelo coletivo Formando Mentes Coletivas, que atua desde 2013 em Bauru. O coletivo tem uma forte trajetória de engajamento nas áreas de política, cultura, movimento negro, LGBTQIAPN+ e também atua nas frentes de educação, comunicação e mídia, pesquisa, assistência social e a própria cultura Hip Hop.
Para mais informações sobre o projeto Hip Hop Cria e o coletivo Formando Mentes Coletivas, entre em contato pelo e-mail formandomentescoletivas@gmail.com ou visite @hiphop.cria e @fmc_comunica/ @ifmc.formandomentescoletivas e fmc-comunica.com.br
Fotos: divulgação
Texto: Andrezza Marques
Revisão e edição: Tatiana Oliveira Botosso