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Há menos de 72 horas da Copa do Mundo vale a menção ao tema. Não se pretende explorar todo o assunto, mas é bom que se recorde da nefasta relação entre a política e os jogos. Vivemos num país onde a maior parte da população não conhece os canditados que elege. Vale a pena rememorar, então, que hoje e sempre os políticos se usam do futebol para fazer esquecer as mazelas do país.

A relação entre a recreação e a política não é nova. Com certeza antecede o Império Romano, mas em Roma o Coliseu era a carta na manga do Senado e dos imperadores. Roma tinha uma população enorme de indigentes e desempregados, caracterizando-se por intensa concentração de renda. Nos períodos de crises mais numerosos eram os espetáculos na arena. Panis et Circensis era o termo que se dava. Em muitas dessas ocasiões o imperador distribuía pão à multidão que lotava o Coliseu. Ao fim os cidadãos partiam, infelizes mas iludidos.

Não se deseja esgotar o tempo. Outros exemplos existiram, mas em 1938 os governos totalitários da Europa usaram a Copa como veículo de publicidade. A Alemanha de Hitler e a Italia de Mussolini eram grandes favoritas. O alemão queria provar a teoria da perfeição da raça ariana. Nosso futebol, que mais tarde com Pelé e Garrincha iria fazer cair por terra a concepção, apenas engatinhava. No fim deu Italia. Anos depois o tirano italiano morria linxado por sua própria gente.

Em 1970 e 1978, no auge da ditadura brasileira e argentina( a Argentina particularmente sediou a copa de 78), os militares usaram a guerra para promover seus governos e fazer esquecer os gritos dos porões da ditadura. Em plena Copa do Mundo pessoas desapareciam, jornais sofriam censura extrema. Houve jogador, valente, que recusou cumprimentar o presidente do governo antidemocrático

Muito mais tarde, em 2014, um país empobrecido viu descerem pelo ralo exorbitâncias para custear a copa. Viviamos, ontem e hoje, um Fla x Flu. Os defensores do governo Dilma defendiam a Copa e os antagonistas condenavam o evento. Muitos foram os gastos, gastos que pagamos até hoje. A maior parte das obras de infraestrutura ficaram pela metade e mais da metade dos estádios da Copa não passam de elefantes brancos.

Hoje, mais uma vez, o povo se agita na espera dos jogos. Vivemos a ameaça de uma ditadura, com o crescimento de adeptos do tenebroso modelo e com a ascensão de um candidato que defende os regimes totalitários e os ditadores. Bolsonaro é líder em aprovação. Dificil imaginar cenário mais terrível. Vale para todos, ao menos, pensar um pouco menos nos jogos e um pouco mais nas urnas. Só assim nosso país vai para frente. O melhor caminho é sempre a democracia.

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