Brasilândia, PERIFERIA da cidade de São Paulo. Zona Norte da cidade em que as distâncias costumam impedir os menos favorecidos de participarem de quaisquer eventos, mesmo os gratuitos, quanto mais participar de eventos caros e excludentes como a maioria dos relacionados ao mundo geek ou nerd. No dia 31 de julho de 2022, ocorreu a segunda PerifaCon, o congresso de cultura pop da “quebrada”. A Fábrica de Cultura da Brasilândia, aparelho cultural da Prefeitura de São Paulo, acolheu o evento.
Uma das marcas dos presentes foram os sorrisos nos rostos. Muitas dessas pessoas chegaram vestindo roupas que remetiam a alguma particularidade da cultura pop. Era o indício da satisfação de poder participar de um evento em que, geralmente, os similares são projetados com um padrão socialmente excludente, uma Aporofobia, ou seja, a aversão às classes pobres.
Predominava a presença de artistas, produtores e expositores afro-brasileiros e miscigenados em posição de protagonista, uma demonstração dos equívocos de um mercado perpassado pelo racismo e pela exclusão social que deveria ter um olhar mais universalista.
Depois de um hiato de mais de dois anos por conta da pandemia de COVID 19, o evento retornou em grande estilo. Encontrei alguns rostos familiares entre expositores, autores e artistas como Rafael Calça e Jefferson Costa os famosos autores dos álbuns do “Jeremias” do Maurício de Souza, Regis Afrodinamic Rocha, a talentosa Marília Marz e seu álbum Indivisível sobre a herança afro do Bairro da Liberdade e o premiado autor de O pequeno príncipe preto, Alê Garcia lançando o livro Negros Gigantes.
E não faltou o tradicional concurso de cosplay com direito a premiação em dinheiro e tudo, que agitou a galera. Lacrou parça!
Bem organizada, a PerifaCon só pecou numa coisa, ao meu ver… Restringiu-se a um dia só de evento. Foi pouco, na opinião de vários expositores, artistas e até dos responsáveis pela alimentação do público.
Enfim… É torcer por mais essa saborosa ”boia” cultural em mais e diversas localidades contemplando pessoas das mais distantes perifas.
O JORNAL EMPODERADO ESTEVE NA PERIFACON 2022
“Andando pela Perifacon você podia ver tanto artistas quanto visitantes exibindo muitas mensagens antifascistas, antirracistas e contra a homofobia. Para não falar da diversidade étnica e cultural presente. Ao apostar nisso a organização do evento acertou muito.” – Prof. e escritor Gabriel Sampaio
Texto: Vilmar Jr.
Revisão: Eliane Almeida
Fotos: Vilmar Jr e Gabriel Sampaio