PDA-B: Entrevista revela motivações e promessas por trás da criação de partido afro-brasileiro

Representado pelas cores amarelo e preto, símbolo de Adinkra Aya que carrega o significado de resistência e superação, o PDA-B (Partido Democrático Afro-Brasileiro) se apresenta à população.

Fundado em 2023, o PDA-B é um partido que se compromete em seu Estatuto a “organizar e construir, junto com o povo brasileiro, a nitidez acerca da necessidade histórica da construção de uma sociedade equânime, com ampla democracia, tendo como referência prioritária a negritude”.

O partido defende que princípios como igualdade racial e social, respeito e valorização das culturas afro-brasileiras, direitos humanos, justiça e deparação, educação e saúde pública de qualidade são pontos muito caros para todos(as) nós, dos quais não podemos abrir mão. Estes princípios coexistem com outros pontos que também nós tocam profundamente, como, por exemplo, a questão econômica e de moradia, de trabalho, de renda e assim sucessivamente.

Seu conselho é composto pela Presidenta (Sheila Santana – MG), Vice-Presidenta (Anair Novais – SP), Vice-Presidente (Aguinaldo Silva – SP), Secretária (Ivan Silva – SP), Tesoureiro (Levilson Silva – SP), Conselheira (Talita Belizário – MG), Conselheiro (Diego Nunes – SP), Conselheiro (Jefferson Joel – SP) e Conselho de ética (Cristina Mary – MG e Osmil Malaquias – SP)

Jornal empoderado (JE) – Por que a proposta de criação de um partido político é a melhor proposta para construir uma sociedade equânime?

PDA-B (Vice-Presidenta Anair Novais) – Acreditamos que a formação de um partido é crucial por várias razões entre elas: representação e voz coletiva; agenda política participativa; mobilização e educação; instrumento de mudança social e política; e coalizão e alianças entre sociedade civil e Poder Público.

Em suma, criar um partido político voltado para discutir as questões raciais visa a construção de uma sociedade mais justa, garantindo à população negra toda a justiça racial e social, com seus direitos humanos e fundamentais garantidos pela Constituição e assegurados a esse grupo étnico. Além disso, objetiva-se materializar as aspirações de equidade e justiça na legislação e nas políticas públicas, transformando a visão de uma sociedade equânime em realidade concreta, com políticas antirracistas e inclusiva para todas e todos.

Dessa maneira, visamos obter de fato uma democracia social, racial, participativa e representativa dentro de um espectro progressista e com a possibilidade de ampliar pautas, as quais são invisibilizadas dentro de outras agremiações políticas, sejam elas de esquerda ou direita.

[…]

Esse, para nós, é o ponto crucial para a criação do PDA-B – Partido Democrático Afro-Brasileiro. Queremos que a negritude tenha um partido para chamar de SEU.

Ressaltamos ainda que o PDA-B tem um viés de centro-esquerda, com protagonismo negro – mas, as pessoas não negras também devem somar a essa luta.

Jornal Empoderado (JE) – A partir de qual marco se consolidou a criação do partido?

PDA-B (Vice-Presidenta Anair Novais) – O principal motivo da construção de um partido afrocentrado foi a sub-representação da negritude na política – num país onde tem 56% de sua população é negra, pouco mais de 20% estão no poder político, o que representa um cenário de racismo estrutural e institucional que não cabe mais em uma nação majoritariamente negra.

Além disso, esse é um desejo dos movimentos negros organizados que também almejam um partido que possa representá-los, em todas as nuances e interseccionalidades, com homens e mulheres assumindo esse protagonismo – preconizando, desta maneira, uma “libertação política”.

Jornal Empoderado (JE) – Existem pretensões de lançamento de candidaturas para alguma frente em 2026? Se sim, quem seria o candidato? E em qual frente?

PDA-B (Vice-Presidenta Anair Novais) – Não temos candidatos ainda. O partido está se constituindo.

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