Juro por tudo que é mais sagrado que ontem estava assistindo os melhores momentos do jogo América X Europa de 1986, no primeiro jogo de Maradona após o título argentino na Copa do México onde ele foi o grande protagonista e digo mais, foi o maior desempenho de um jogador de futebol em um campeonato curto em todos os tempos.
Falar de Maradona para mim é relembrar meus tempos de infância, quando via todo domingo no Show do Esporte na Band dando espetáculos semanais no Campeonato Italiano deixando Silvio Luiz e o mundo boquiabertos com as suas jogadas inesquecíveis.
Ou ainda em 1994, quando me emocionei ao ver aquele gol maravilhoso contra a Grécia e ele se vira para câmera como uma fera que estava voltando para a caça, aquela imagem dele mostra o que ele foi para o mundo, uma fera apaixonada e enlouquecida pelo o que ele fazia de melhor, o dom da bola.
Fiquei bravo com ele em 1991 quando ele foi preso por causa das drogas, triste em 1994 quando ele foi pego no doping, afastando a sua amada Argentina do tri (sim, eu acho que a Argentina com ele era melhor que o Brasil) e com raiva dos meus colegas de escola em 1996 quando diante do sucesso absoluto da novela das 8 faziam piadinhas com o Maradona falando que ele era “O Rei Drogado”.
Na sua despedida do futebol, já gordo e lento em 2000, vi uma La Bombonera lotada como um rosário, todos emocionados se curvando ao seu Deus agradecidos por tudo que ele representou em seu país.
A Argentina nunca vai se recuperar dessa perda tão profunda, ele tinha muito que mostrar ainda para o mundo, a sua preocupação com as minorias, o seu engajamento explosivo em tentar modificar as desigualdades que nos destroem dia a dia.
Eu perdi um grande ídolo, mas sei que agora ele será eternizado para todo sempre e vai poder descansar em paz depois de uma vida vitoriosa e sofrida ao extremo.
Obrigado Pibe, Obrigado Don Diego, Obrigado Maradona!