Estivemos a convite (23/10 e 25/10) na cabine para jornalistas, no Shopping Frei caneca, em SP, e na Cinemateca Brasileira (SP) para assistirmos o filme “Mussum, o filmis”, em primeira mão. O filme foi inspirado no livro “Mussum – uma história de Humor e Samba”, de Juliano Barreto. Spoiler, logo de cara: Esse é o melhor filme nacional de biografia!
Estreia para jornalistas no Espaço Itaú de Cinema – Shoping Frei Caneca/SP.
A convite do Primeiro Plano e Camisa Listrada, a qual agradecemos a gentileza, estivemos (23/10|) assitindo o filme “Mussum, o filmis” narra a trajetória de vida de Antônio Carlos Bernardes Gomes, indo muito além do Mussum que o grande público conhece: a infância pobre, a carreira militar, a relação com a Mangueira, o sucesso com os Originais do Samba, além de bastidores d’Os Trapalhões.
Assim como a maioria dos meninos negros, de favela, a vida do Antonio Carlos teve dificuldades, mas contou com uma mãe negra forte e deterninada. Essa referência de mulher preta e protetora ficou a cargo de Dona Malvina: uma legítima mãe preta! Sendo aquela que cobra, briga, mas que sempre está ali com seu colo protetor.
Isso faz lembrar do que nos disse em uma coletiva de imprensa, Dona Jacira, mãe do Emidia: “o (a) filho (a) é da mãe e muitas pessoas criticam quando digo isso e respondem dizendo que o filho é para o mundo. E eu digo que quando ele (a) (filho (a) está com o coração apertado ele vai na sua casa ou na minha? O filho sempre volta para o colo da mãe.”
O filme mostra como nasce a relação do Antônio Carlos com a “Originais do Samba” e a noite carioca. entram na vida de Antônio Carlos como a bateria da sua querida Mangueira: de forma avassaladora. O Mussum sambista dialoga com a parte mais pura do Mussum, sendo até o fim da sua vida um dos grandes amores, o samba.
Ainda falando de amores. Mussum amou muito. E o filme mostra sua relação com as mulheres. Onde também mostrou molejo e gingado.
Mas a vida é feita de escolhas. E o Mussum teve que fazer duras e importantes escolhas, para que ele pudesse brilhar. Impossível não se emocionar com as decisões e transformações do jovem estudante para homem das telinhas.
A direção de arte nos transferiu para as décadas de 70 e 80, mas sem exageros. A nostalgia pode ser vista nos trajes da época e até nos trejeitos de quem viveu aquela época.
A direção foi impecável. Conseguimos ver um filme que mesmo com piadas datadas e hoje consideradas preconceituosas por muitos, tudo foi mostrado com muita inteligência e sem exageros. Um ponto positivo entre tantos foi que o filme não focou excessivamente no final da vida do Mussum e na relação que hoje se sabe que foi conturbada no final dos Trapalhões. Tudo foi na medida certa (sem ou com trocadilhos)!
As atuações foram dignas de aplausos. Ailton em sua estreia como protagonista no cinema foi um Mussum mega talentoso e carismático. Yuri Marçal merece fazer novos filmes, pois sua versão juvenil do Antônio Carlos foi primorosa. O jovem Mussum, ficou a cargo de Thawan Lucas Bandeira, que fez o sambista ator quando criança. Thawan é conhecido pela sua atuação na abertura da Olimpíada do Rio, em 2016, ao lado do sambista Wilson das Neves (1936-2017). E já comentamos sobre as ótimas interpretações de Cacau Protásio e Neusa Borges. Um show!
“Mussum, o filmis” ainda levou o prêmio de Melhor Trilha Musical e Menção Honrosa pela caracterização feita por Martin Macias Trujillo.
Com um elenco majoritariamente negro, o projeto escrito por 7 anos traz a grandiosidade e a potência que Mussum era, e os frutos que ele deixou para inúmeras gerações de artistas periféricos que não se viam representados na TV brasileira.
Tapete Vermelho na Cinemateca Brasileira
No dia (25/10) o Jornal Empoderado esteve no lançamento que aconteceu na Cinemateca Brasileira, na cidade de São Paulo.
Estiveram presentes nessa estréia além dos filhos do Mussum, o talentoso Ailton Graça que faz sua estréia como ator principal em um longa metragem (fez o Mussum adulto), o premiado e mega simpático Yuri Marçal (vencedor como melhor ator coadjuvante no Festival de Gramado) e talentosa e linda Cinnara Leal, além de atores como Deiwis Jamaica que interpretou integrante do grupo de samba “Originais do Samba” e o grande Sérgio Loroza. O destaque fica para uma noite regada de afetos e gentilezas do elenco e da produção para com quem foi ali prestigiá-los. Obs: Entrevistamos o elenco, veja em nosso Instagram!
Fotos do filme: Agradecimento especial a Primeiro Plano pelo envio das imagens.
Nota: Quer ver entrevista com o elenco? Clica Aqui!
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Nota de pesar: O mundo perdeu nesta mês o ator norte-americano Richard Roundtree Dies, que faleceu aos 81 anos. Richard ficou famoso por intepretar o primeiro Jhon Shaft, e foi considerado, um dos primeiros heróis negros do cinema.
Ficha Técnica:
Elenco: Ailton Graça, Thawan Lucas Bandeira, Yuri Marçal, Cacau Protásio, Neusa Borges, Jeniffer Dias, Késia, Cinnara Leal, Augusto Madeira, Stepan Nercessian, Jeniffer Dias, Cinnara Leal, Luiza Rosa, Felipe Rocha, Gustavo Nader, Késia, Mary Sheila, Vanderlei Bernardino, Eduardo Lago, Deiwis Jamaica, Angelo Fernandes, Édio Nunes, Hugo Germano, Alan Rocha, Kadu Costa, Lelé, Angelo Emmanuel, Udylê Procópio, Reinaldo Junior, Antonio Gonzalez, Christiano Torreão, Marcello Picchi, Ana Paula Secco, Serjão Loroza e Mussunzinho. Completam o elenco: Gero Camilo como Renato Aragão; Paulo Mathias Jr. no papel de Maurício Sherman; Nando Cunha interpreta Grande Otelo; Clarice Paixão como Alcione; Ícaro Silva interpreta Jorge Ben; Flavio Bauraqui como Cartola; Larissa Luz no papel de Elza Soares; e Wilson Simoninha como Garrincha.
Produção: Camisa Listrada
Coprodução: Panorama Filmes, Globo Filmes, Globoplay, Telecine, RioFilme
Distribuição: Downtown Filmes
Direção: Silvio Guindane
Roteiro: Paulo Cursino
Produtor: André Carreira
Supervisão Artística: Roberto Santucci
Produção Executiva: Ângelo Gastal e Cacala Carvana
Direção de Produção: Mariângela Furtado
Direção de Fotografia: Nonato Estrela
Direção de Arte: Rafael Targat
Figurino: Cássio Brasil
Caracterização: Mari Pin e Martin Macías Trujillo
Som Direto: Evandro Lima
Montagem: André Simões
Música: Max de Castro
Edição de som: Acácia Lima e Tomás Alem
Mixagem de som: Rodrigo Noronha e Gustavo Loureiro
Gerente de Pós-produção: Monica Siqueira
Supervisão de Pós-produção: Talita Almeida
Produtor Associado: José Alvarenga Jr.
Sobre Silvio Guindane / Diretor
Silvio Guindane é um ator, produtor, diretor de teatro e dramaturgo brasileiro. Atuou em filmes desde os treze anos de idade, tendo feito sua estreia em Como Nascem os Anjos, de 1996, que lhe rendeu vários prêmios, dentre eles um Kikito no Festival de Gramado e um Troféu Candango no Festival de Brasília. Nos últimos anos, Silvio Guindane tornou- se um ator muito presente em projetos na televisão a cabo. No canal Multishow atuou em projetos de sucesso como a minissérie “Acerto de Contas”. Na FOX, participou da série “Um Contra Todos”, de Breno Silveira. No Globoplay, protagonizou a série “A Divisão”. Em 2019, ele dirigiu a série “O Dono Do Lar” para o canal Multishow.
Atualmente, está à frente de diversos projetos como os longas “União instável”, primeira comédia romântica brasileira protagonizada por atores negros, “Mussum, o filmis”, que narra a vida do comediante, e “A primeira onda”, documentário sobre Covid-19. Guindane assina ainda a direção de “Veronika”, série do Globoplay, que retrata a vida de uma advogada criminalista vivida por Roberta Rodrigues. Trabalha ainda na adaptação cinematográfica do livro “O avesso da pele”, romance de Jeferson Tenório vencedor do Jabuti em 2020.
Sobre Ailton Graça:
O paulista Ailton Graça nasceu em 1964 e fez cursos de dramaturgia, interpretação, direção, técnicas circenses e oficinas de cenário, figurino e vocal. Apaixonado por Carnaval, comenta desfiles de escolas de samba pela Rede Globo de São Paulo e é presidente da escola de samba mais antiga do Carnaval de São Paulo, a Lavapés, fundada em 1937 no Glicério, que agora se chama Lavapés Pirata Negro e ganhou um novo espaço no bairro do Jabaquara.
Os trabalhos de Ailton no teatro incluem “A Vida que Pedi, Adeus”, “Os Intocáveis” e “Diálogo Noturno com um Homem Vil”, texto do dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt, quando dividiu o palco com Celso Frateschi, sob direção de Roberto Lage.
Na TV, entre outras novelas da Rede Globo, integrou o elenco de “América”, “Avenida Brasil”, “Totalmente Demais”, “O Sétimo Guardião”, “Império” (na qual viveu a personagem Xana Summer), “Salve-se Quem Puder” e das séries “Carcereiros” e “Cidade Proibida”.
Em 2020, participou do especial da Rede Globo levado ao ar no Dia da Consciência Negra, “Falas Negras”. O ator participou também da nova série do Globoplay, “Rota 66”, inspirada no livro homônino de Caco Barcellos, ainda sem data de estreia.
No cinema, Ailton Graça atuou em filmes como “Carandiru”, “Querô – Uma Reportagem Maldita”, “A Guerra dos Rocha”, “Meu Tio Matou um Cara”, “Até que a Sorte nos Separe”, “Deus Não Erra” e “M8 – Quando a Morte Socorre a Vida”.
Seus mais recentes trabalhos na telona são “Galeria Futuro”, “O Pai da Rita” e “Correndo Atrás” – que fez parte da Seleção Oficial do Pan African Film Festival, do Festa del Cinema di Roma e do African Film Festival New York.
Recentemente, Ailton pôde ser visto na novela das 21 horas, da Rede Globo, Travessia, escrita por Glória Perez. O ator deu vida ao professor de história Monteiro, casado e pai de adolescentes.
Sobre Cacau Protásio:
Atualmente no elenco fixo e original dos programas Família Paraíso e Vai que Cola no Multishow e Rede Globo Cacau Protásio tem um longo currículo na dramaturgia. Tendo iniciado sua carreira no ano 2000 no teatro, desde então já são mais de 15 peças teatrais, projetos na televisão e diversos longas-metragens. No ano de 2012 Cacau passou a ser conhecida nacionalmente pela sua personagem em Avenida Brasil na Rede Globo. No ano seguinte entrou na primeira temporada de Vai que Cola, projeto de maior sucesso na história da TV por assinatura. No Multishow também atuou em duas temporadas de Trair e Coçar é Só Começar, onde era protagonista.
No cinema tem como destaques Vai Que Cola – o filme, em 2015 e Os Farofeiros, em 2018. Recentemente esteve em Canta pra Subir, Barraco de Família, O Porteiro (estreia prevista para setembro 2023), A Sogra Perfeita, Juntos e Enrolados, No Gogó do Paulinho, Vai Que Cola 2 e o mais recente Mussum – o filmis. Em 2023 teve também sua primeira participação como dubladora no filme ELEMENTOS, da Disney Pixar, nos cinemas.
Sobre a Camisa Listrada / Produtora
A Camisa Listrada chega aos 23 anos tendo realizado longas e séries em parceria com importantes players como Netflix, Amazon, Fox, Paramount, Telecine e Globo. Em 2020 lançou seu primeiro filme original Netflix, Tudo Bem no Natal Que Vem, assistido por mais de 26 milhões de lares em diversos países e sucesso absoluto no Brasil. Em 2022, repetiu o sucesso na plataforma com o longa Depois do Universo. Nos cinemas foram quase 10 milhões de ingressos vendidos com sucessos como Fala Sério, Mãe!, Os Farofeiros e a franquia O Candidato Honesto, que teve remakes produzidos em diversos países. Comandada pelos sócios André Carreira e Adriane Lemos, atualmente a Camisa Listrada se prepara para novos desafios, com diversos projetos em desenvolvimento e produção com os principais players mundiais do mercado audiovisual.