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Nem um minuto a menos, demonstra a ânsia em falar do corpo gordo, na primeira matéria do ano. Carregada de simbolismos, traz embutida toda a eferverscência da mulher que anseia em ser reconhecida como mulher e não apenas um corpo gordo. O caos já está instalado no momento em que vestir o corpo gordo nu, se torna um caos na moda, como se surgisse um novo capítulo.  Dito isto, subir no salto e assumir a porção mulher com M maiúsculo, não é uma tarefa simples e indolor.

Meio a uma avalanche de tendências que ganham vida nas passarelas, no Insta e inúmeros aplicativos, a vontade tentadora de renovar o closet é arrebatadora. Meu garimpo pelas araras começou, pois a moda democrática e inclusiva está presente na Silva & Silva Luluzinha Boutique.

Diferente da meteorologia ou no mercado financeiro, não tento brincar de adivinhar o futuro, as tendências ou trabalhar com a previsão fashion. Não conheço toda a história da moda e não consigo estar ligada a tudo o que acontece para antecipar, entre outras coisas, a padronização do corpo gordo. Mas, ela existe.

Com centenas de amigas e conhecidas, outras apenas me seguem no Face, de seguidores no Insta (fabianasilva9536) e uma lista de contatos no Whatsapp (que no momento estou sem), economizo horas de analise sobre como anda a moda. Em uma vida de superlativos, a diferenciação, superexposição, cria-se uma onda de ousadia com o slogan, “Eu existo”. Onda, esta, que depende de sustentação para ecoar  e se fazer notar, quando o assunto são as curvas.

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Em matérias anteriores o corpo ganhou voz, identidade e teve seu momento de fala sobre seus medos, seu abandono e de sua entrega. Corpo este, exposto na matéria “Vivências de Um Corpo em Evidência: O corpo gordo” (https://jornalempoderado.com.br/vivencias-de-um-corpo-em-evidencia/) e que demonstra sua metamorfose. Mas agora ele é o centro das atenções, ele aprendeu a falar e quer ser ouvido.

Atualmente, não existe apenas um tipo de corpo possível, o corpo magro, fica claro que o corpo tornou-se uma identidade pessoal e sentir vergonha do próprio corpo é sentir vergonha de si mesmo. Um processo de aceitação, que nunca aparece como algo fácil ou indolor, a quebra do avatar é inevitável. Muitas mulheres ainda inventam personagens para se sustentar.

Rótulos são quebrados e o corpo pode ser apenas mais um corpo nu em busca de experimentar e circular entre múltiplas realidades. Permitindo a redescoberta dos prazeres mínimos e também excepcional dentro do dia a dia. Há tantos instrumentos para a individualização que o lema agora é viver em grupo. Celebrando a igualdade e colocando em prática a filosofia do adaptável para se conectar com outras mulheres, além de vivenciar a perspectiva do outro através da tela, numa realidade virtual. Numa realidade onde muitas estão offline de si mesmas.

Bastou o corpo gordo tomar a passarela, em alguns desfiles e outros destinados a moda plus size, para surgir um movimento global que pede toques de estilo nas criações destinadas ao público que veste manequim acima de 44.

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Laura Wells modelo plus size ( http://juromano.com/moda/top-10-modelos-plus-size-famosas-mundo).

Vale notar que algumas das modelos talvez não sejam consideradas plus size ou gordas para muitos, mas para a moda elas são. Fogem do padrão “corpo magro”, mas entram no padrão “corpo gordo” – gorda de quadril largo, barriga mínima, peitão, cinturinha e coxa grossa, criando a alusão do corpo gordo ideal.

O mercado plus size está expandindo na base da comercialização e lucro, mas são poucas as marcas que são realmente engajadas e preocupadas em vestir a mulher, com seu bem-estar psicológico, que querem usar a moda como uma atividade social de reestruturação do valor feminino.

Assim como as blogueiras e influenciadoras digitais, a publicidade e a TV  têm aproveitado o crescimento do mercado plus size, prestando atenção no público que usa roupas a partir do tamanho 46. Na matéria já cita: “Vivência de Um Corpo em Evidência: O corpo Gordo” cito inúmeras grifes que atendem o público que usam manequim ate 70.

O Full Figured Fashion Week (FFFWeek) aconteceu a primeira vez em Junho de 2009 e seu efeito aconteceu em cascata. Tempos depois, de uma hora para a outra, o mundo fashion parece ter  acordado para esse segmento. A Fashion Weekend Plus Size (FWPS), acontece desde 2010. O FWPS é o maior evento de moda plus size do Brasil, reúne salão de negócios, desfiles, palestras sobre negócios e tendências para lojistas e influenciadores do setor e ações de marketing. É o único do país com foco no atacado de moda GG e reuniu em Agosto de 2019, na Fashion Weekend Plus Size – FWPS 19, as marcas ACKON, Arthur Caliman, Blossoms, Bruno Bacck, Desfile de Criadores, Edson Eddel, Ênfase, Fabiana Karla by Hiroshima, Fitting For Curves, Fruta Pão, Geração Plus, Imani, Joalli Moda Praia, Leader, Le Patyê, Maria Abacaxita, Mirasul e Penélope Plus Size, para o verão 2020.

A moda, como sempre será um reflexo das mudanças sociais e se adaptará as mudanças e aos novos tempos de menos é mais. O efeito aparece na maneira como as pessoas usam a moda a seu favor. Na matéria, “https://jornalempoderado.com.br/roupa-e-so-roupa/”, fica claro que a ideia de que somos muitos e com diferentes gostos, contraria a lógica da produção em massa e abre espaço para segmentos, identidades, propostas de vida diferentes. Democratizando da moda, inovando e atraindo novos públicos, nichos e vertentes ideológicas.

Ao entrar numa loja de roupas e pedir uma informação sobre uma peça e escutar: “não tem pro seu tamanho” , demonstra que a  loja é inclusa e não participa do processo de democratização da moda. O corpo não quer mais se esconder. Inúmeros tutoriais sobre o que se pode ou não usar, criam  mitos e mitos quebrados através deste vídeo que obteve mais de um milhão de visualizações no YouTube, publicado pelo BuzzFeed, mulh.

Em Dezembro de 2019, o Sebrae ressaltou, que a moda plus size não tem o objetivo de disfarçar o excesso de peso, mas de valorizar partes do corpo e estimula os novos empreendedores neste segmento a buscar inspirações em marcas populares que desenvolveram coleções próprias plus size. Como é o caso da Marisa, com a linha “Especial para você”, a C&A, com a “Special for You”, a Malwee, com “Grandes Abraços”, a Duloren, primeira marca de lingerie a apostar nesse público com o slogan “Gostosa demais para usar 38”, obteve resultados surpreendentes e, atualmente, os tamanhos grandes correspondem a 50% do seu faturamento. https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/moda-plus-size-explore-este-nicho-de-mercado,5e48088ec0467410VgnVCM1000003b74010aRCRD.

Segundo dados da Associação Brasil Plus Size (ABPS), esse mercado cresceu 21% nos últimos três anos, enquanto neste mesmo período, a indústria de vestuário acumulou queda superior a 5%. A ABPS informou, em nota, que a perspectiva de progresso para o Brasil é de 20% entre este ano e 2020. A entidade afirmou ainda que o mercado registrou aumento de 8% em 2018, com faturamento de R$ 7,2 bilhões.

A ABPS estima que em cinco anos, o faturamento atingirá a marca dos R$ 15 bilhões anuais. A análise leva em consideração a adesão da população devido ao aumento de publicidade inclusiva pelas marcas, ativismo nas redes sociais e crescimento de confecções que entram nesse nicho de mercado. Ressalta que a obesidade cresceu no Brasil, segundo aponta a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, do Ministério da Saúde. Sobre esse índice, houve aumento de 67,8% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. Desde 2015, a prevalência de obesidade se manteve em 18,9% no Brasil.
 
 

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