Mesa redonda trouxe diversos tópicos deste tema em discussão e mostrou que lugar de mulher é no futebol sim!
Por Priscilla Silvestre
Ontem, dia 11 de março, aconteceu o evento Mesa Redonda: “Participação da Mulher no Futebol”, no Salão Nobre do Corinthians (Teatro OMNI Corinthians). Várias mulheres ligadas ao esporte debateram sobre o assunto durante quase três horas, onde as perguntas da plateia foram respondidas por mais da metade do tempo.
Homens, mulheres e crianças estavam presentes para saberem mais sobre este tema nacionalmente apaixonante, mas que ainda tem uma grande lacuna com o sexo feminino.
Marília Ruiz, por exemplo, jornalista esportiva que hoje também é colunista do Estadão, comentou sobre a falta de narradoras no futebol. “Até compreendo que a voz de uma mulher possa não ser aceita por um público predominantemente masculino, porém, ninguém xinga o Galvão (Bueno) de homem, caso ele fale alguma besteira. Mas isto aconteceria com a gente”.
Militantes, jogadoras, torcedoras, historiadora, pedagoga e a diretora do time Corinthians Audax também fizeram parte da mesa, levando muitas opiniões e esclarecimentos às demais e também aos espectadores.
A historiadora e militante Eliana Frazão sugere que as mulheres busquem formação e informação para lutarem pelo que querem. “O lugar da mulher é aonde ela quiser. Se quiser gostar de futebol ou de vôlei, se quiser trabalhar ou não, ou seja, tudo é um direito dela. Mas é com conhecimento de dados e ciência dos fatos que ela terá embasamento para saber sobre tudo isso”.
“Nossos jogos são às 15h durante a semana, sem público, sem espaço na televisão e já estamos reclamando com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sobre isso. Até mesmo a mídia não divulga a tabela dos jogos femininos”, explanou Cristiane Gambaré, diretora de futebol do Corinthians Audax.
O jornalista Paulo Bonfá, que trabalha no meio esportivo e é marido da jornalista Marília Ruiz, estava na plateia e contou que hoje a mulher está mais presente no segmento porque muitas já vem lutando há tempos por isso. Em exclusividade em nosso bate-papo ele confidenciou que hoje ele se vê como um apresentador, enquanto a especialista no esporte é a sua esposa. “Eu apenas narro, não comento por não ter conhecimento para isso. Ela é quem entende de tudo”, sorri ao falar.
Milly Lacombe, jornalista que é assumidamente gay, lembra que gostar ou não de futebol não é uma relação com a orientação sexual. “Você nasce gay e o esporte ou tudo o que você irá gostar é de você, não de uma coisa ou outra”.
Por fim, a pedagoga Natália Trindade ressaltou que um dos grandes entraves entre a mulher e o futebol é sempre serem ressaltados os atributos físicos da jogadora, da árbitra, da bandeirinha ou de qualquer profissional que esteja ligada ao ramo. “Ela nunca é vista por sua competência, muitas vezes é considerada ‘musa’ e é isto que a define”.
Nós, do Jornal Empoderado, não poderíamos deixar de trazer a vocês um vídeo com todas essas informações e muito mais sobre o evento. Confira a nossa cobertura!
Respostas de 5
Sou jogadora e sinto muito preconceito, principalmente quando os times são de homens e mulheres. Gostei demais da matéria por abordar que nem sempre uma mulher que joga futebol seja gay, o que seria o mesmo em dizer que um bailarino é homossexual. E se for também eu não vejo problema algum, já que o que vale é o amor pelo esporte. Parabéns pela matéria!
Obrigada, Ingrid! Ficamos muito felizes em saber que esta matéria ajudou você não só como pessoal, mas talvez como uma grande profissional do futebol no futuro. Beijos!
Eu acredito que a gerações de hoje e as futuras derrubarão esse preconceito sofrido por nós, mulheres!
Não tem absolutamente nada a ver com opção sexual e sim amor ao esporte.
Meu filho tem nove anos e estuda em um colégio de freiras, faz parte de um time de futsal e entre os meninos a uma única menina que é a coisa mais fofa joga com eles, coloca uniforme,caneleira,meião,chuteira e amarra seus cabelos com pompom ,participa de todos campeonatos e não falta em nenhum! É respeitada pelo seu time e do time adversário como uma jogadora que luta pela vitória!
Conversando com seus pais eles simplesmente disseram: “ela gosta de jogar e nós apoiamos”!
Por isso, afirmo que o preconceito está nas gerações passadas e vamos conquistar nossa posição em todas as áreas!
Mulheres precisam saber seu valor. Mais do que reclamar, é necessário agir. Parabéns pela matéria.
Obrigado Solange, boa Páscoa!