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Movimento Negro se reuniu antes da 18º Marcha da Consciência Negra em São Paulo

O Jornal Empoderado esteve ontem (17/11), na sede do Sindicato dos Bancários, na região central de São Paulo, a última reunião (plenária) antes da 18º Marcha da Consciência Negra que acontecerá em São Paulo, no sábado dia 20/11/2021 a partir das 12h, na frente do MASP –  Museu de Arte de São Paulo.

Esta Marcha tem tudo para ser histórica e contará com dezenas de atividades, no dia nacional da consciência negra. E contará com a presença de entidades, partidos políticos, coletivos, estudantes e principalmente as Torcidas Organizadas e coletivos esportivos.

Estiveram presentes diversas entidades do Movimento Negro como Movimento Negro Unificado, Coalizão Negra por Direitos, Convergência Negra, UNE – União Nacional dos Estudantes, UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, movimento RUA, o partido Unidade Popular,  Campanha Nacional Fora Bolsonaro, Anatorg – Associação Nacional de Torcidas Organizadas e demais movimentos, coletivos e grupos que compõem a construção da 18° Marcha da Consciência Negra.

Sobre a Marcha e o manifesto

No dia 20 de novembro de 2021, a 18ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo ocupa as ruas. São 18 anos de uma importante manifestação da luta do movimento negro por direitos sociais, econômicos e políticos e pela construção de uma sociedade sem racismo.

Marchamos da Avenida Paulista, a partir do Vão do Masp, até as escadarias do Theatro Municipal, onde foi fundado o Movimento Negro Unificado, em 1978, ainda sob o regime da Ditadura Militar.
O ano de 2021 também marca o cinquentenário da “Consciência Negra” no Brasil, que se tornou um dia nacional, celebrado no dia 20 de novembro, em homenagem a Zumbi dos Palmares, liderança quilombola assassinada nesta data, em 1695.

Na 18ª edição da Marcha da Consciência Negra o movimento negro empunha a bandeira do impeachment do presidente Jair Bolsonaro, fato que teve início nas ruas no dia 13 de maio, durante um protesto nacional do movimento negro, contra a chacina do Jacarezinho, que completou 6 meses no dia 6 de novembro. Em meio à pandemia da COVID, milícias e as forças de segurança do Estado ceifaram ainda mais vidas negras.

Consideramos a política negacionista de Bolsonaro responsável pelas mais de 600.00 mortes – mais fatal entre negros e pobres, segmentos populacionais mais vulneráveis profundamente atingidos pelas desigualdades e problemas estruturais como ausência de saneamento básico e de acesso ao atendimento de saúde com dignidade -, pelas 22 milhões de infecções e sequelas, pelas mais de 130 mil crianças órfãs.

Só é possível um governo empreender uma política genocida, como Bolsonaro impôs ao Brasil, onde pesa sobretudo o racismo estrutural. Este, historicamente implacável na marginalização, opressão, violência, desemprego e iniquidades contra a população negra, atinge com mais veemência a mulher negra e a juventude negra.

A vida da população negra brasileira ficou mais ameaçada no governo Bolsonaro

O discurso militarizado do governo Bolsonaro atinge diretamente a população negra, maior vítima da violência policial e da ação dos grupos de extermínio, bases das milícias.

O discurso fundamentalista pretensamente religioso dos bolsonaristas reforça o racismo religioso que se expressa pelos ataques às tradições africanas. O sucateamento das instituições públicas atinge diretamente a população negra, que vê os equipamentos públicos de saúde e educação sucateados justamente no momento que mais necessita deles. E, por fim, o aumento do desemprego, da precarização do trabalho e da miserabilidade joga a maior parte da população negra no terrível dilema de ter que se arriscar a ser contaminada com o coronavírus porque precisa trabalhar para sobreviver e está majoritariamente em trabalhos ou empregos mais precários, sem nunca ter tido o direito ao isolamento social assegurado.

Acabar com o governo Bolsonaro é fundamental para frear o processo de genocídio intensificado neste
momento. E, ao lado disso, exigir programas de combate à miséria e racismo. Em São Paulo, a população negra também é alvo. Ricardo Nunes (MDB) e João Doria (PSDB) contribuem com a matança do povo negro!

Chegamos a mais um mês da consciência negra, sem que a vida do povo negro seja respeitada! Sob bombas da polícia militar, em frente à câmara municipal, servidores públicos foram atacados no dia 10 de novembro de 2021, para que o prefeito Ricardo Nunes aprovasse, junto com sua bancada de vereadores, a toque de caixa, o Sampaprev 2, uma reforma da previdência municipal que confisca o salário até mesmo de nossos mais velhos, já aposentados após anos de trabalho.

Essa marcha exige a anulação deste processo violento contra a classe trabalhadora. Sampaprev2 não!

Ricardo Nunes e João Doria governam a cidade mais rica do Brasil, mas só estão preocupados em manter a desigualdade social. Na capital do Estado mais rico do país, mais de 20.000 pessoas vivem nas ruas. Hoje, dos 14,8 milhões de desempregados do país, aproximadamente 3,5 milhões são do estado de São Paulo.

Aqui se concentra a cesta básica mais cara do Brasil, que está custando mais de R$ 693,79, um valor maior que o auxílio emergencial federal que foi reduzido, ou do Bolsa família que foi encerrado. Nosso povo está na fila do açougue para comprar ossos e revirando lixo para achar o que comer. Nas periferias, nas ruas e no transporte público, estamos sofrendo com a repressão policial, única presença do Estado em nossas vidas.

Portanto, também marchamos, porque Ricardo Nunes, João Doria e Jair Bolsonaro têm responsabilidade pelas dores e sofrimento do povo!

POR UM BRASIL SEM RACISMO

Ano após ano, apresentamos nosso projeto de país no fazer político cotidiano. Este projeto compreende a necessidade de dignificar o nosso povo, garantir a todas, todos e todes a possibilidade do bem viver. Isso só será possível pelas mãos das e dos trabalhadores, que construíram esse país. Chamamos todo o povo brasileiro para se juntar a esse processo, nos locais onde estiver, e se integrar nessa luta por nossas vidas:

  • Contra a exploração do povo negro, quilombola e trabalhador: Em defesa da Renda Mínima, dos direitos trabalhistas, da aposentadoria e pelo fim da discriminação racial no trabalho;
  • Em defesa da erradicação da pobreza, da fome e da miséria;
  • Por uma educação voltada para os interesses do povo negro, quilombola e de todos os oprimidos – gratuita, laica, pública e de qualidade. Em defesa das cotas raciais e sociais nas universidades e empresas públicas;
  • Pelo direito à saúde integral e gratuita. Em defesa do SUS e seus avanços! Pela retomada e ampliação do programa nacional de saúde da população negra e quilombola;
  • Pela Reforma Agrária. Pelo reconhecimento e titulação dos Territórios Quilombolas. Pela demarcação dos Territórios dos povos vos Indígenas;
  • Pelo fim da violência machista e misógina. Em defesa do aborto legal, seguro e gratuito e da garantia da vida das mulheres negras, quilombolas e indígenas;
  • Pelo fim da violência contra pessoas LGBTIA+;
  • Pelo fim da violência policial, da política que sob a justificativa de combater o tráfico de drogas criminaliza e assassina o povo negro;
  • Pelo fim do racismo religioso e pela garantia das práticas ancestrais religiosas de matriz africana;
  • Pelo fim da manipulação política e criminalização da cultura negra;
  • Pelo fim da violência racial nos meios de comunicação. Em defesa da democratização dos meios de comunicação;
  • Pela participação efetiva da população negra na vida pública nacional e pelo protagonismo político das formulações, contribuições e lideranças oriundas do movimento negro brasileiro;
  • Pelo reconhecimento de que a crise climática tem impactos globais mas incide de maneira mais violenta no Brasil e no sul global, sobre a população negra, quilombola, povos indígenas e comunidades tradicionais, portanto, o racismo ambiental é uma questão a ser enfrentada imediatamente pelo Estado brasileiro.
  • Pela garantia e respeito aos ritos funerários e aos processos de enlutamento do povo negro.
  • Pela aliança transnacional de todos os povos colonizados e oprimidos do mundo!
  • Pela vida do Povo Negro e Quilombola!

Celebramos a história das 18 edições desta marcha!

o dia 20 de novembro de 2021, lembramos da República Livre de nossas terras, o Quilombo dos Palmares. Celebramos a memória de Zumbi e Dandara. Marchamos por reparação histórica! Somos 56% da população brasileira, e se houver condições dignas de vida para o negro, haverá para todo o povo brasileiro.

Lembramos dos 18 anos de luta. A 1ª Marcha da Consciência Negra, que saiu às ruas de São Paulo em 2003. Naquela quinta-feira, 20 de novembro, pela primeira vez esse tipo de manifestação ocupou a Avenida Paulista para homenagear o líder negro Zumbi dos Palmares e a luta do povo negro. Não permitiremos ataques contra nossa conquista.

Mais uma vez saímos de nossas casas, das quebradas, das diferentes trilhas e encruzilhadas para nos encontrarmos na Marcha da Consciência Negra.

Em nossa marcha há saberes e tecnologias do nosso povo, essenciais para a construção de outra sociedade. Marchamos com nossas lutadoras e lutadores, celebramos nossa resistência com nossa arte e cultura, com a presença dos nossos mais velhos e dos nossos mais novos.

Neste 20 de novembro também lembramos de uma legião de lutadoras e lutadores que vieram antes de nós. Eles nos inspiram a seguir, pois nossos passos vêm de longe!

HOMENAGEADOS: As mais de 600 mil vidas perdidas na pandemia do coronavírus sob gestão do governo genocida de Jair Bolsonaro, eleito em aliança com Ricardo Nunes e João Doria; Saudamos o Centenário de Nene da Vila Matilde e de Paulo Freire; Lembramos do Bicentenário da Morte de Chaguinhas, o Santo dos pobres; Saudamos a memória de Maria Felipa, Raquel Trindade, Nelson Sargento, Dominguinhos do Estácio, João Acaiabe, Dadinho da Camisa Verde e Branco, Luana Barbosa, Marielle Franco e todos os ancestrais mortos pela violência do estado.

18ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo
Dia 20 de novembro de 2021 – 12h no MASP, AV. Paulista, com programação cultural
15h ato religioso dos povos de terreiros -Saída às 16h, com ato político e marcha

NOTA

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