O Lanceirinho Negro é um conto infantil escrito por Angela Maria Xavier Freitas,professora da rede municipal de ensino do município de Gravataí, região metropolitana de Porto Alegre.
A autora é graduada em Letras com Especialização em História e Cultura Afro-brasileira,sendo também pesquisadora e integrante dos coletivos: Profes Pretas e Educação Antirracista do Rio Grande do Sul. Através de um trabalho direcionado à representatividade, a educadora sentiu a necessidade em destacar a participação do povo negro na construção da história do Rio Grande do Sul. Nas experiências vivenciadas em turmas de educação de jovens e adultos, onde ouviu relatos fortes sobre a história dos Lanceiros Negros.
A professora desejou transpôr ao público infantil todo o conhecimento adquirido, resgatando desde cedo o protagonismo negro na Revolução Farroupilha.Em 2018, a professora, que também atua como diretora de teatro estudantil,ganharia o troféu de Desconstrução da História Oficial com a esquete Lanceiros Negros no Festival Estudantil do município de Gravataí.
Assim surgiu a obra O Lanceirinho Negro que relata a história de um menino apaixonado pela temática ,através do relato de seus ancestrais. O menino questiona o silêncio dos livros didáticos e sonha com um futuro diferente, onde os Lanceiros seriam exaltados como bravos heróis que lutaram em troca de sua liberdade.
A obra contou com o apoio do Clube Literário de Gravataí e com as ilustrações do talentoso Daniel Silveira e foi lançada oficialmente na feira do livro do município em novembro de 2019.
No mesmo ano, um projeto piloto foi desenvolvido na própria escola da autora,onde, atuando como bibliotecária e tendo a parceria de uma colega, conseguiu envolver a escola inteira em uma postura mais crítica em relação à Revolução Farroupilha.
Em 2020,devido a pandemia, a escritora decidiu desenvolver um projeto ousado, disponibilizar a obra em PDF aos educadores nos coletivos em que participava.O livro foi recebido pelas crianças de forma muito carinhosa, os pequenos se sentiram representados e inúmeros projetos foram desenvolvidos em todo o estado. Muitas educadoras comprometidas com a luta antirracista desenvolveram belos trabalhos, envolvendo comunidades inteiras, gerando muita satisfação à autora.
O Lanceirinho Negro já tem uma sequência chamada Lanceirinho Negro -Herança de Porongos com ilustrações do artista plástico Waldemar Max e sempre com a parceria do Clube Literário de Gravataí. A autora tem desenvolvido trabalhos que contemplem a representatividade tanto negra quanto indígena, um outro conto infantil que fala sobre os povos originários está em fase de conclusão.Além disso, direcionados ao público adulto, dois romances estão sendo concluídos , sempre abordando temas sobre como :representatividade,empoderamento e combate ao racismo.
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Respostas de 2
Parabéns às duas, à autora, pela coragem de provocar um assunto que é constantemente invisibilizado pela história deste estado, grato por me convidar a ilustrar a sequência do Lanceirinho, e a jornalista pela forma como descreve este protagonismo.
Gratidão!