Em 1958, a seleção brasileira conquistou pela primeira vez a Copa do Mundo, revelando uma geração de jogadores excepcionais como Pelé, Garrincha, Didi e Djalma Santos. No entanto, para chegar à glória, esses jogadores tiveram de enfrentar não apenas as adversidades comuns ao esporte, mas também o intenso preconceito racial que vigorava no futebol brasileiro de então. Esta é a história retratada no livro “Campeões da Raça – Os Heróis Negros da Copa de 1958”, que foi lançado em São Paulo no dia 9/6 /2018.
O evento aconteceu em São Cristóvão, um bar temático de futebol na Vila Madalena. O prefácio do livro foi escrito por Mauro Beting, um dos mais respeitados jornalistas esportivos do país.
Para produzir o livro, Mendes entrevistou jogadores, dirigentes e jornalistas que viveram a saga da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1958. O trabalho trará relatos exclusivos e também fotos e reportagens do período.
“Estamos acostumados a ler e ouvir as histórias de 1958 sob uma visão mais lúdica, de grandes malabaristas da bola que foram à Suécia, deram um show em campo e conquistaram o título. Mas os jogadores tiveram de lutar muito contra o preconceito racial para chegarem à glória”, explica o autor.
O lançamento do livro coincidiu com os 60 anos da conquista brasileira nos campos da Suécia. Hoje, os atletas que disputaram o torneio são vistos como heróis, mas Mendes frisa que nem sempre foi assim.
“Até 1958, era comum se disseminar a ideia de que jogadores negros e mestiços não tinham condições psicológicas de disputar jogos decisivos. Essa tese era reforçada cada vez que a seleção era eliminada em uma Copa do Mundo ou outra competição importante”.
O autor lembra que, mesmo em 1958, a seleção brasileira estreou na Copa do Mundo com um time quase que inteiramente branco. “Apenas do decorrer do campeonato os principais jogadores ganharam a titularidade. Hoje, é impensável uma situação em que jogadores como Pelé e Garrincha ficassem no banco de reservas.”
O livro
“Campeões da Raça” aborda o rico e conturbado cenário do futebol brasileiro na década de 1950. Além de uma contextualização sobre a inserção do negro nos primórdios do futebol, o livro relembra passagens marcantes da seleção brasileira desde o Mundial realizado no Brasil até a conquista definitiva do mundo nos gramados da Suécia, oito anos depois.
Em toda essa trajetória, vários craques despontaram para o futebol mundial, mas também foram violentamente arrancados do cenário esportivo. Não raro, vítimas do racismo.
“Quando começou a ser montada a delegação que viajaria para a Suécia, o preconceito racial mostrou a sua cara de forma terrível”, explica Mendes. “Por isso, não é exagero chamar os jogadores de 1958 de ‘heróis’. Eles realmente tiveram de superar obstáculos nos quais muitos sucumbiram”.
Financiamento
Para viabilizar o lançamento do livro, o jornalista criou uma campanha de financiamento coletivo, pelo site Catarse, especializado em ajudar autores a viabilizarem financeiramente seus projetos.
“Sempre fui fascinado por essa história de superação. Ela revela muito de nossas riquezas e mazelas e, por isso, precisa ser contada para as novas gerações. Lançar esse livro é um sonho antigo e o financiamento coletivo foi a oportunidade que encontrei para realizá-lo”, completa o autor.
Para obter mais informações ou adquirir o livro, basta acessar o site: https://www.copade58.com.br
Contatos – Fábio Mendes
Telefone/Whatsapp: (11) 9 8573-3677
E-mail: fabionascimento@yahoo.com