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Forum Social Mundial 2019 : Resistir, transformar e organizar!

Fórum Social Mundial 2019: Resistir, transformar e organizar!

Salvador, na Bahia de Todos os Santos, recebeu mais uma edição do FSM – Fórum Social Mundial em 2018, que no ano passado foi realizado em Porto Alegre.

“RESISTIR É CRIAR, RESISTIR É TRANSFORMAR” foi o norte dessa edição do Fórum, que seguiu a cartilha, ou melhor, a agenda de responsabilidade social que tem como alguns indicadores a manutenção dos direitos conquistadas, respeito ao meio ambiente, equidade social, e a luta contra o racismo, homofobia, machismo e todo e qualquer preconceito. 

A ideia é RESISTIR aos avanços conservadores e ao mesmo tempo transformar teoria em prática.

O povo tem fome e deve comer. E quem luta para que todos(as) possam comer deve ter seu direito adquirido com segurança.  O sentimento e a necessidade de lutar pelos mais vulneráveis foi visto em cada apresentação, mesa ou intervenção artística no campus da Universidade Federal da Bahia – UFBA.

Foram mais de 1,6 mil atividades acontecendo dentro e fora da UFBA sempre primando pela diversidade religiosa, étnica, de género e de toda especificidade espalhadas por mesas com palestras, oficinas, apresentações teatrais, musicais, intervenções culturais e políticas.

Mas dentro desse universo de atrações, alguns pontos negativos foram observados e se melhorados farão o próximo Fórum melhor ainda. Sobre política alguns pontos precisam ser discutidos para uma nova edição. Vamos a eles:

A cidade não foi conectada ao evento. Era muito comum os restaurantes reporem às pressas suas mercadorias para conseguir atender a demanda (de última hora) de turistas que vieram para Fórum. Motoristas de Uber ficaram surpresos ao saberem de um evento tão grande e não serem avisados antes. 

Salvador descobriu o evento pelos turistas/participantes do Fórum. Isso acabou prejudicando em muito o planejamento e orçamento local da cidade.

Um outro ponto negativo dessa desconexão foi que muitos moradores de Salvador ficaram sem participar do Fórum também. Sendo eles atingidos diretamente pelas ações que ali estavam ocorrendo não poderiam ficar sem serem avisados do evento.

Evento esse que dialoga de forma direta com os anseios dessa população que ficou alijada do FSM, em Salvador.

A falta de sinalização na cidade foi um tormento. Já nos campos com as constantes mudanças de programação muitas pessoas perderam os eventos. Primeiro foi falado que estava cancelada a “Marcha das Mulheres Negras”, porém ela existiu e muitas pessoas só ouviram falar dela depois. 

A questão organizacional carece de ajustes para que funcione na prática e a tomada de decisões coletivas propostas pelos organizadores funcione de fato. Muitas vezes era triste ver as pessoas contratadas pelo apoio e ajuda do evento sabendo quase nada do que acontecia no campus. Elas se esforçavam, mas foram vencidas pela falta de informação. Um exemplo, foi que muitas vezes ninguém do apoio fazia ideia onde era determinada sala mesmo que esta (sala) recebesse figuras importantes ou que ali estivessem tratando de um temas de suma importância para a TRANSFORMAÇÃO do mundo que precisamos.

Ajudaria muito ter a programação dos eventos de forma física, mesmo sabendo que o mundo vive uma grande crise financeira e isso poderia encarecer a produção do evento. Porém com criatividade poderia se fazer por exemplo, um mapa com programação de forma papel reciclável, sustentável, feito de forma artesanal e assim diminuir os custos.

Houve um evento dos secundaristas de São Paulo. Nesse caso estrategicamente faltou fazer uma grande chamada para esse espaço ocupado pelos jovens como forma de mostrar que o FSM estava conectado com os anseios de mudança que esses jovens estão propondo.

Se a ideia é CRIAR um mundo melhor então deveriam dar visibilidade a esse ato/mesa dos secundaristas.

Mas o grande puxão de orelha vai para organização do FSM juntamente com a direção da UFBA que não conectou o evento aos trabalhadoras e trabalhadores da UFBA. Em um evento que trata de Humanismo, integrar o povo esses trabalhadores seria a forma de levar a ponta a proposta de unidade que tanto se pede.

Mas existiram ótimos momentos. A diversidade nas atrações e a criatividade também foram vistas. Destaque para a réplica do barraco de Carolina de Jesus, grande referência da literatura nacional e mundial.

Alguns murais que serviam de agenda e proposições para um mundo melhor foram uma grande sacada e gerou interação entre os que arriscaram deixar suas ideias. Sem dizer nas tantas intervenções artísticas e protestos contra políticas atuais que só trazem sofrimento aos povos e suas nações.

Se por um lado faltou informação ao apoio do evento, sobrou boa vontade e simpatia. Mesmo no sol forte de Salvador, era muito comum se ter a companhia de um jovem para uma atividade em um campus distante.

Mas o ponto alto foi a troca de experiências intercontinentais. Alamedas transitadas por palestinos, colombianos, loiras, indígenas, idosos, crianças, negras (os) e vários credos, géneros e etnias/nacionalidades. Um convivo harmonioso e de fraternidade.

A escolha da cidade foi acertada. Salvador a terra de todos os santos deu o Axé necessário para que o mundo volte a ser mais humano e justo.

O que fica do Fórum Social Mundial em Salvador é que um mundo melhor pode sim existir e tem muitas pessoas tentando. Seja através da arte, passeatas, debates, oficinas, protestos ou por meio da mídia independente livre. Que venha o FSM 2019.

NOTA

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