Cria de mesquita e dono de uma multiplicidade artística, Reinaldo Junior, é indicado pelo Prêmio Ubuntu de Cultura a melhor ator pela atuação no espetáculo “Oboró – Masculinidades Negras”.
A premiação acontece nesta quarta-feira (29), no Teatro Carlos Gomes e consiste em uma ocupação cultural, fazer artístico e a troca entre os artistas para buscar ações que contemplem o fortalecimento, a reflexão e visibilidade da cultura afro brasileira.
Em Oboró, Reinaldo representa o personagem Nilton, que tem ligação com o Orixá Xangô.
A montagem aborda a realidade do homem negro, que vive à margem de uma sociedade racista, por meio de personagens com características semelhantes a orixás. Realidade essa que não fica nos palcos.O jovem, negro, favelado, conhecido como Rei, outra semelhança com o orixá Xangô, vem se destacando na cena preta carioca e contrariando as estatísticas no que diz respeito a juventude negra no Rio, há 28 anos.
“A criação de um Prêmio Preto vem para legitimar que o nosso fazer artístico nunca esteve morto mesmo com a situação de escassez. Ser indicado por um prêmio preto em uma peça preta, com uma direção preta, uma produção preta me deixa duplamente feliz, porque além de um reconhecimento artístico é também um reconhecimento de raça. Sou porque somos!”, pontua Reinaldo.
Além de Reinaldo Júnior também concorrem na categoria melhor ator: Jp Rufino, Robson Santos, Cridemar Aquino, Tito Santana, Junior Dantas, Cauê Campos e Deo Garcez.
“No momento de extrema opressão em cima da cultura, teatros fechando, sucateamento e política de terror, nós estamos nadando na contramão de tudo isso e criando uma realidade paralela, diferente dos fundamentos europeus”, conclui o ator.
