13ª edição do evento ocorre do dia 22 a 27 de agosto abrangendo todas as regiões da cidade e com curadoria coletiva
Durante os dias 22 a 27 de agosto, acontece na grande São Paulo a 13ª edição do Encontro Estéticas das Periferias – Arte e Cultura nas Bordas da Metrópole, uma ação política, cultural e artística que coloca no centro a produção cultural da população marginalizada da juventude negra, periférica, de mulheres e LGBTQIAP+.
O evento é uma iniciativa da Ação Educativa em parceria com a Prefeitura de São Paulo e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, e tem como tema central na edição de 2023 a comemoração dos 50 anos da criação do Hip Hop e 40 anos de sua chegada ao Brasil. Gênero musical e cultura nascida nas periferias de grandes centros urbanos, o Hip Hop representa e empodera a população marginalizada das cidades devido ao conjunto de suas ideias, palavras, música, dança, grafismos, identidades e atitudes.
O projeto conta com uma curadoria coletiva, composta por mais de 50 grupos artísticos das periferias de São Paulo. Toda a programação é realizada de forma descentralizada e participativa em 25 territórios periféricos da cidade de São Paulo, apresentando cerca de 80 atividades gratuitas tendo o Hip Hop como protagonista da programação e outras diversas intervenções artísticas ligadas ao movimento. A expectativa é receber cerca de 15 mil pessoas e mobilizar 3000 artistas no decorrer do evento.
A abertura oficial do Estéticas das Periferias ocorrerá no dia 24 de agosto, às 20h, no SESC Consolação. Na ocasião será apresentado o espetáculo inédito “Hip Hop Aos 50 Anos”, reunindo seus quatro elementos fundantes – MCs, DJs, Grafitti e Dança em uma grande homenagem aos principais nomes da cena.
O evento também conta com a parceria de instituições culturais relevantes como Casa das Rosas, SESC, Instituto Moreira Salles e Itaú Cultural.
Eleilson Leite, idealizador e coordenador geral do Encontro Estéticas das Periferias, conta que o evento já passou por diversas fases até chegar na atual configuração, ainda mais participativo e plural . Em suas primeiras edições, o evento tinha um formato de Seminário. Hoje, o evento tem uma programação mais abrangente, tanto no que diz respeito aos territórios (toda a borda da cidade) quanto em relação às linguagens artísticas,
Além disso, segundo ele, também houve uma mudança da cena cultural periférica, que está mais diversa e ampla desde 2011. “Até a primeira década do século, a questão da qualidade artística não estava pautada com tanta força, estava mais voltada para um movimento de afirmação. Neste período, muitos grupos passaram a se desenvolver artisticamente, fazendo pesquisas de linguagem e experimentação e acessando editais de fomentos importantes que antes estavam restritos a grupos do centro com artistas de classe média”, analisa. Ele também acredita que atualmente há maior valorização da cultura periférica, e muito menos preconceito deste tipo de arte. “Na época, o Estéticas surgiu por conta da falta de legitimidade da cultura periférica. Hoje ela está na vanguarda. É charmoso dizer que é periférico. Racionais MC’s está no mesmo patamar de Chico Buarque e Caetano Veloso e a maior indústria da música na América Latina é do funk”, comemora.
Um ode musical à cultura de rua
Entre as diversas atividades do evento, no dia 24 de agosto, será realizada uma grande celebração em homenagem ao movimento. Trata-se do espetáculo musical, dançante, poético e audiovisual ‘Hip Hop aos 50 anos’, dividido em quatro blocos, reunindo nomes de destaque na cena urbana e outros nem tão conhecidos mas com alta representatividades em suas regiões.
O show contará com nomes como Nelson Triunfo, um dos principais responsáveis a trazer a cultura do Hip Hop para o Brasil, Mc Soffia, Dexter, Linn da Quebrada, Thaide, Brisaflow – a primeira artista indígena a se apresentar no Lollapalooza, Sharylaine, Back Spin, Discípulos do Ritmo, Festa Amem e Rincon Sapiência, entre outros nomes.
Entre os diversos atrativos do evento, haverá um período para celebrar as mulheres do movimento, destaque para artistas do movimento LGBTQIAP+, arte indígena no rap, slammers, vídeos contando toda a história do movimento no Brasil e no mundo, entre outros destaques. O espetáculo tem direção artística do curador Eugênio Lima, grande conhecedor e ativista deste movimento.
Outra novidade será a presença da escritora e acadêmica Heloisa Teixeira, ex-Heloisa Buarque de Hollanda, “madrinha do evento”, que tem em sua trajetória de 60 anos de carreira uma grande quantidade de pesquisa dedicada à população marginalizada.
Além do evento de abertura, o Estética das Periferias vai reunir uma vasta programação
incluindo workshop do escritor Ferréz sobre gestão de espaços culturais em Itapecerica da Serra; a Block Party Hip Hop no Sesc Vila Mariana; a Batalha Matriz de poesia na Casa das Rosas que coloca lado a lado duas gerações do Hip Hop da região do ABC; o Encontro das grafiteiras no IMS com o objetivo de rearticular a Rede GrafiteirasBR; o Campeonato de Slam também no IMS; entre diversas outras atividades .
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