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A doação de Taís Araújo: Na próxima doe 2 milhões e esfregue na cara da sociedade racista

A atriz Taís Araújo participou de uma campanha publicitária do Banco Votorantim e com o cachê e a repercussão da ação, ela conseguiu juntar R$ 1 milhão de reais e doou o valor para a Cufa (Central Única de Favelas), entidade que atende 5 mil favelas no país e foi muito criticada nas redes sociais pela doação feita.

Ela se sentiu obrigada a se explicar, dizendo que fez a doação não pra se aparecer e sim para ajudar a entidade mencionada e incentivar outras personalidades a agirem da mesma forma, Taís ainda falou que as críticas teriam o motivo de ser uma cultura do brasileiro, que nos Estados Unidos eles valorizam esse tipo de ação.

Eu até concordo com a atriz, mas eu vou um pouco mais longe sobre as criticas, creio que se fosse a Paola Oliveira ou ainda a Fernanda Montenegro, atrizes tão brilhantes como Taís só que brancas elas não sofreriam críticas, onde já se viu uma atriz negra doar um valor tão alto? Será que de fato ela conseguiu esse montante honestamente?. Sempre as mesmas falácias racistas e repugnantes.

Escrevi um twitter para Taís, dizendo que da próxima vez que ela não doe 1, mais 2 milhões de reais e que ela não tem a menor obrigação de dar satisfação a ninguém por agir com humanidade nesse momento tão caótico que o mundo está passando, nem sei o ela vai ver a postagem, mas deixei o meu recado.

Vamos nos preocupar mais com o nosso umbigo e menos na vida dos outros e tentarmos agir com mais empatia, serenidade e decência. Tenho certeza que o mundo melhora se agirmos dessa maneira, mas já vou adiantando que pro mundo melhorar de verdade vai ser necessário um acontecimento muio superior ao covid 19, porque ela é uma doença excludente social, precisará ser um fato que impactaria todas as classes sociais sem nenhuma exceção para que haja uma reflexão intensa entre todos os povos.

NOTA

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8 respostas

  1. Me parece que novamente a pauta identitária se sobrepõe a principal questão desta narrativa e tantas outras: a luta de classes. Não importa se é uma atriz branca, oriental ou negra, o absurdo é a distorção de classes de todo essa cadeia de de equívocos. Uma atriz ganhar um milhão de reais por uma peça promocional já indica que o banco que a pagou e os canais de divulgação que a exibiram devem ter uma margem de lucro fenomenal para poder pagar esse cachê. Já sabemos que somos um dos países do mundo com maior valor de lucro bancário – um dos principais índices da exploração trabalhadora e da manutenção da concentração de renda. E já sabemos como funcionam os oligopólios de mídia que veiculam essas peças – conglomerados coronelistas golpistas e criminosos que ao concentrar de forma ilegal veículos e audiência, conduzem o mercado com oligopólios que propiciam o controle de marcas para a concentração de audiência e, assim, surgem as cifras estratosféricas de lucro. Além da situação socialmente criminosa da origem deste dinheiro (bancos e oligopólios de mídia), o um milhão de reais só é possível por que toda a cadeia produtiva é de exploração trabalhadora. Para que a estrela ganhe um milhão é necessário que técnicos, câmeras, holders, funcionários de limpeza e uma infinidade de profissionais sejam explicados como cidadãos de segunda ordem. Não possuem vínculo formal, não recebem insalubridade quando é necessária, executam cargas horárias desumanas e, no final, não conseguem uma vida minimamente sustentável, pois ganham muito pouco. Nos bancos e nos veículos de comunicação, repetimos o mesmo esquema fo mercado publicitário – supersalários pontuais ao lado de nassas de explorados – para manter uma margem de lucro tão injusta que permita o cachê milionário da atriz. Ou seja, o dinheiro que chega por caridade de classe na mão do CUFA é um dinheiro sujo fruto da exploração do trabalhador e de um sistema doente quanto à desigualdade social. Se Tais é que deu o dinheiro, já há uma doença e não um gesto louvável. Muitos dos câmeras ou motoristas das vans que transportaram a equipe ganharam a cesta básica na favela porque não foram remunerados de forma justa nas suas horas de trabalho. Uma atriz milionária, por pertencer a esse sistema de privilégios, poder deixar de ser remunerada por um trabalho – ainda que sendo um cachê de um milhão – é a prova de que tudo é uma deformidade de classe. O gesto de Tais não chega perto de auxiliar o regime explorador que sustenta isso tudo, pois acontece em uma escala fenomenal que seu “um milhão” nem fazem cócegas perto da renda de seus mecenas. O gesto de Tais só torna tudo mais confuso e doente – não é uma solução, é uma sequela!!! Fosse Tais negra ou branca, essa narrativa deve gerar horror e não empatia – especialmente por gerar tanta empatia quando deveria gerar horror. A caridade de milionários privilegiados por sistemas de exploração não é solidariedade – nem se atriz for negra -, é apenas mais um sintoma de uma doença sempre ofuscada pelas pautas identitárias: a falta de consciência de classe.

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