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Conheçam o “Samba da Cabeça Branca”

O samba continua fazendo história no cenário da música popular brasileira e parte desta história será contada através do “Jornal Empoderado”. 

A história de hoje foca a criação do Samba da Cabeça Branca”, idealizado por Silvio Crioulo e Paulo Henrique Mocidade, no ano de 2013.

Naquela época, Silvio e Paulo Henrique  faziam parte do Terreiro de Crioulo, projeto cultural de   grande proporção e representatividade.

Silvio, entretanto, sentia que faltava, às sextas- feiras, um lugar onde as pessoas pudessem bater um papo, degustar o típico cardápio de botequim ao som de uma boa roda de samba, em uma proposta  mais intimista. Esta reflexão resultou em uma roda de samba com músicos da Zona Oeste do Rio, que eles já conheciam de perto e cujo trabalho há muito apreciavam.

Satisfeitos com o resultado, de maneira espontânea e despretensiosa, nasceu o “Samba da Cabeça Branca”, nome dado em homenagem ao intérprete de samba-enredo e compositor de música popular carioca, Antonio Ricardo de Souza, também conhecido como Rixxa, posteriormente  chamado para fazer parte do projeto.

O evento que nasceu sem maior compromisso, teve uma grande repercussão e simultaneamente, o Terreiro de Crioulo teve maior visibilidade, o que fez com que Silvio optasse por tocar apenas oSamba da Cabeça Branca”, pois como ele mesmo  disse,  Não dava para cuidar de dois filhos.

Desde então, a caminhada do “Cabeça Branca, não para:  vem quebrando barreiras, derrubando estereótipos e crenças que acirravam a rivalidade  entre  Rio de Janeiro e São Paulo.

Um grande diferencial do Samba do Cabeça Branca, é sua atuação durante o ano,  com desenvolvimento de a ç õ e s de empoderamento do negro e ampliação da expressão da cultura Afro-brasileira. Mesmo com o cenário cultural tornando-se alvo de grandes perdas na fomentação, o Samba da Cabeça Branca, esbanja resistência, e desenvolve  um lindo trabalho, que vai muito além do entretenimento!!

Uma bela prova disso foram os eventos feitos aqui em SP, com grupos de sambas paulistanos. Dentre estes destacamos o evento ocorrido em setembro deste ano na quadra da Nenê de Vila Matilde, situada na Zona Leste de SP, que contou com importantes grupos de rodas de samba paulistano, como Pagode da 27, Quintal da Xica, em conjunto com  o Samba da Cabeça Branca”, Juninho Thybau e Andreia Caffè.

No último evento em São Paulo, Silvio Crioulo e toda sua equipe realizaram mais que um projeto cultural: celebraram e deram voz a um trabalho social através do Samba Fashion Week, trazendo para este contexto um desfile organizado pela produtora de eventos, turismóloga e palestrante, Ynna Rodrigues.

O desfile, associando o samba como cura da alma e do corpo,  alegria de viver, trazendo as pessoas para desfilarem a beleza de estar vivo, respeitando e convivendo com as diferenças, fez uma intensificação ao Setembro Amarelo”, movimento social que prevê ações de detecção  e prevenção ao suicídio, que muitas vezes causado pela falta de aceitação e amorpróprio.

Inspirada na junção Setembro Amarelo + Padrão de Beleza é Único + O Samba Cura, Ynna Rodrigues convidou integrantes da platéia de diversas l o c a l id a d e s, profissões, etnias e faixa etária, para desfilar as marcas presentes no Evento. Mesclando o elemento surpresa para agregar ainda mais o coletivo, foram chamadas pessoas  trajando roupas próprias, quebrando assim tabus, criando empatia e  surpreendendo até mesmo quem era chamado para desfilar.

O desfile contou com trilha sonora escolhida pelo DJ Tuba, que diversificava a trilha conforme cada modelo entrava no palco, garantido sua individualidade e beleza.

 

Naiara desfilou para marca Raiz Black

O nome das marcas de expositores

1° Raiz Black / Zona Norte
2° Gle Modas / Zona Norte
3° Lindiwe/ Zona Oeste
4° I Black Street Wear/ Guarulhos
5° 100%Negra/ Brincos Personalizados/ ABC
6° Nego Doce /ABC
7° Gija BLACK/ Zona Oeste
8° Negra Rosa
9 ° Magdo’s Estilo
10° Mais AMOR / Rio de Janeiro

A cada modelo que adentrava no palco, a platéia ia ao delírio, reconhecendo-se e sentindo-se representada, enquanto quem estava desfilando, sentia a acolhida e representatividade do público, gerando uma troca de energia entre todos.

O Jornal Empoderado esteve em conversa com Ynna falando sobre o Evento idealizado pelo Cabeça Branca e comandado por ela.

JE – De quem foi a ideia do desfile?

Da produção do “Cabeça Branca”, objetivando ter um diferencial ao samba referente ao empoderamento. Cabendo a mim a condução e roupagem, a partir das temáticas envolvidas: Setembro Amarelo (intensificação da prevenção ao suicídio) + Aceitação e AMOR próprio + O samba sendo o sagrado que cura o corpo e a alma.

JE – Qual o objetivo do desfile?

O objetivo é evidenciar que cada beleza é única e conta como padrão. Ou seja ” padrão de beleza ” é determinado pela liberdade em SER como é. Cada um vale a pena pelo modo que é e BELEZA REAL é manter a ALEGRIA em viver.

JE – Quais os critérios usados para a escolha dos(as) modelos para o desfile?    

Meus critérios foram autenticidade e equidade com as marcas que alguns vestiram, mas a prioridade foi manter o mais TRANSversal possível. Trata se de uma “escolha ” por quem é Empoderado de si.

JE – O que achou da reação do público?

Fiquei surpresa, pois a maioria de feedback que recebi foi a ênfase dada ao empoderamento da BELEZA REAL de cada um que na passarela esteve e não tendo limitação à moda, até porque estar na moda é ter ALEGRIA DE SER COMO É . Foi compreendido pelo público como um desfile com conteúdo social, em prol de desmistificar o que é ou não dito como Belo e juntar isso ao samba, deu um requinte de SUPER resistência cultural.

 

Todos sabemos que no Mês de novembro se intensificam as oportunidades de espaços para vivências e divulgação da cultura Afro. Artistas com lindos trabalhos, têm  oportunidade de divulgar seu trabalho, algo que ao longo do ano é uma tarefa árdua. O “Samba da Cabeça Branca encontrou no amor ao samba a força necessária para executar a cultura afro ao longo de todo o ano.

Edição: Cristiana Pereira e Anderson Moraes.

Revisão: Mônica Juliana Batista.

NOTA

Não deixe de curtir nossas mídias sociais. Fortaleça a mídia negra e periférica

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4 respostas

  1. Que coisa linda!
    Chorei ao ler… pois tudo foi feito com muito AMOR!
    E ter esse reconhecimento é o que da gás para prosseguir!
    Gratidão

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