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CCIR – Comissão de Combate à  Intolerância Religiosa do Estado do Rio de Janeiro, realizou plenária no IFCS, no Centro.

Em torno de 200 pessoas, entre diversas lideranças religiosas e intelectuais marcaram presença no IFCS. A pauta foi sobre a diversidade religiosa do interior e na capital Fluminense. A convocação sugerida pela  CCIR, teve como objetivo traçar planos e estratégias à serem entregues ao Governador do Rio Wilson Witzel.

A CCIR vem recebendo uma série de denúncias de CRIMES DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, principalmente na Baixada. Só nesse semestre, cerca de 38 casos na Baixada sofreram intolerância religiosa, 15 em Duque de Caxias, aproximadamente 10 em Belford Roxo, cerca de 10 em São João de Meriti e 3 em Nova Iguaçu.

 Entenda a ação: Semana passada (31), o Ministério Público Federal (MPF), por meio do procurador da República Julio José Araújo Jr. e o Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos, estiveram com o Governador, para pedir providências no combate à violência nos casos de intolerância religiosa, sofridos por adeptos e em espaços (terreiros) de matriz africana. E desse encontro definiu-se a realização de um encontro com as lideranças religiosas do povo de santo (que foi ontem) e a adoção de medidas de reparação e responsabilização pelo governo em relação aos episódios. 

A presença de vários seguimentos religiosos na plenária, evidenciou a busca pela união e diálogo inter-religioso em prol da tolerância e respeito. A plenária contou com sacerdotes, espíritas, budistas, católicos, protestantes, judeus, muçulmanos, evangélicos e ciganos. Como Frei Tatá, antropóloga Ana Paula Miranda, Dayse Macedo (Da Secretaria de Direitos Humanos de Noca Iguaçu), a escritora Helena Theodoro, Lorrama Machado (Representante da Comissão de Combate às Discriminações da Alerj), Coronel Ubiratan D´Angelo, entre outros..

“Acredito que esse é um  passo extremamente importante, pois além de buscar estratégias junto aos órgãos públicos responsáveis, estamos mostrando à sociedade que a intolerância religiosa é uma questão de todos. Ela, a intolerância, não pode ser lida e colocada como um problema dos grupos religiosos que estão passando pelo caso de intolerância”, atestou Ivanir dos Santos.

Ficou definido, que será  entregue ao governador ainda nesse mês, um documento sobre casos de intolerância religiosa que aconteceram no estado nos últimos seis meses, bem como sugestões de implementações de políticas públicas, sofridas em casas de candomblé, umbanda e as comunidades de Ifá. Dos vários encaminhamentos, que serão avaliados essa semana pela CCIR, ficou acertado que todos as denúncias e relatos de intolerância religiosa em todo o Estado do Rio de Janeiro será monitorada por uma equipe da CCIR em conjunto com a Rede Agen Afro, que já vem cumprindo um papel importante ao apurar e divulgar as denúncias em espaços sagrados das religiões de umbanda e candomblé. Abordado ainda temas de como o Poder Público irá trabalhar uma contra partida aos ataques, fechamento de terreiros, plano de segurança de vida e reparação aos sacerdotes, perdas sociais, direitos humanos e principalmente proferir sua fé religiosa.

“Assim como o racismo a intolerância religiosa é uma questão política, social é econômica e precisa ser posta e encarada como um problema social que infligi a constituição brasileira”, completou Ivanir. 

Por Rozangela Silva

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