A equipe do jornal empoderado conversou com Laura Albuquerque de 17 anos, que através das redes sociais, criou um movimento incluindo a tag #exposedmogi. A tag foi usada por diversas mulheres que não só se abriram para falar de suas próprias experiências , como também se uniram para expor casos de assédio sexual.
Na madrugada da última sexta-feira (29), a hashtag #EXPOSEDMOGI ganhou força nas redes sociais. O movimento teve início a partir de uma publicação da estudante Laura Albuquerque, de 17 anos, no twitter. Nela, a estudante questionava quando moradoras da cidade de Mogi das Cruzes, tomariam a iniciativa de expor homens assediadores. No texto, Laura incluiu a TAG #exposedmogi, que em poucas horas passou a ser utilizada por outras usuárias da rede social.
Os relatos e a repercussão
As histórias de assédio sexual são chocantes. Meninas com idades entre 17, 15 e até mesmo 13 anos, relataram abusos diversos. Desde assobios nas ruas, até casos de estupro. Com mais de 1,5 mil tweets, a tag ficou entre os assuntos mais comentados no Brasil.
Rede de apoio
Em entrevista, a psicóloga Camila Britto, falou sobre a importância de movimentos do tipo, onde é estabelecida a união de mulheres.
“Quando passamos por um momento difícil, um trauma, tendemos a acreditar que aquilo só aconteceu conosco. Saber que outras mulheres passaram por situações semelhantes representa uma segurança maior e conforto psicológico, já que será possível compartilhar angústias e soluções para aquela questão”, explicou.
Sororidade
A equipe do Jornal Empoderado entrou em contato, também, com Laura, que disse estar surpresa com toda a repercussão e destacou a importância de trazer o tema à tona. Ela acrescenta: “Fiz a publicação sem pretensões, após ter lido algo semelhante, mas com nomes de outras cidades. Eu não esperava que tantas meninas dividiriam suas histórias, justamente por ser um assunto tão delicado e doloroso”, contou.
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A estudante destacou, ainda, a importância da união feminina, e como a rivalidade entre mulheres é prejudicial. “É muito importante quebrar tabus em uma sociedade tão machista, que espera sempre que nós, mulheres, sejamos inimigas. É necessário dar espaço para aquelas que precisam ser ouvidas, e não nos esquecer daquelas que, infelizmente, ainda passam por abusos em silêncio”, concluiu.
Texto por: Ingrid Mariano e Melissa Roberta