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As balas que mutilam ideais: 50 anos sem Martin L. King

 

 

Um canal que ensina sobre origens das coisas e faz experiências estava explicando qual a diferença de um calibre 12 para um 38 ou uma munição de 765. Uma curiosidade convenhamos tipicamente burguesa de classe média.  Pois quem é preto (a), LGBT, indígena, pessoa em situação de rua ou da favela sabe que isso pouco importa.  A munição que corta a carne tem posicionamento político. 

A bala que perfura a carne é recado para a favelada que ousou gritar por justiça. A munição que acerta o ônibus de uma caravana tem um só objetivo: impedir que o um homem que mesmo com seus erros não viva para fazer algo pelo povo.

E o mais doloroso dessas balas foi à vida retirada de um homem pastor e negro que ousou ser ativista contra a discriminação racial. Essa é a munição que será lembrada. Uma bala que não foi doce e sim teve o amargo do da revolta de quem odiou negro e ainda odeia.

 Martin Luther King foi assassinado há 50 anos por ser… Demasiadamente humano

King foi classificado pelo FBI como um homem mais perigoso do país por dizer não a Guerra do Vietnã, por não concordar com a política externa que matava seres humanos a troco de poder e dinheiro.

Martin já não só defendia negros, ele orava e lutava pelas vidas dos menos afortunados e vulneráveis de forma geral.

Em resumo, na visão racista e desumana dos dirigentes estadunidenses na época de 1960, quanto o reverendo King só lutava por direito em ônibus para preto ele era só um agitador, mas quando ele pede um mundo mais justo e igualitário ai se tornou Inimigo Público, ou em inglês, Public Enemy.

Martin teve um sonho…que o povo negro era respeitado

Em 1963, em 28 de agosto, o reverendo King fez seu sermão histórico que é considerado umas das falas mais belas e fortes e que ecoam até hoje no coração da população negra. Ele disse que “teve um sonho”. Um discurso ouvido por mais de 250 mil pessoas que se emocionaram e energizaram para pedir o fim da segregação racial nos Estados Unidos.

Outro caso para entender quem foi esse líder negro – quando a lendária Rosa Parks, em 1955(Montgomery-USA), sentou-se num assento reservado para negros. Os brancos exigiram que ela desse seu lugar para um branco. Ela se recusou.  Os brancos revoltosos exigiram que seus privilégios fossem “respeitados”. Parks foi presa. Martin ajuda organizar o histórico boicote ao transporte público da cidade. Pois bem – se sabe o branco só se sente ameaçado quando mexe em seu bolso.

Martin consegue através de sua luta juntamente com o povo preto e preta ganhar volume, forçando o governo federal dos Estados Unidos a aprovar, em 1964, a Lei dos Direitos Civis que  acaba com as esdruxulas e odiosas normas que legalizavam a segregação racial em diversos estados americanos. Naquela época, as leis racistas obrigavam que os negros estudassem em escolas diferente de brancos, negros(as) tinham banheiros exclusivos entre tantas ações discriminatórias. Lógico que muito racismo e injúria racial existe, mas hoje pelo menos se tem leis severas que se aplicadas diminuem o sofrimento da população negra.

Voto preto

A lei dos Direitos do Voto sancionada pelo presidente Lyndon B. Johnson  em 1965, dá fim as táticas usadas pelos brancos para minar o direito do negro votar, sendo uma delas um teste de comprovação que um negro (a) não era analfabeto.

Foi através do voto que os Estados Unidos teve por dois mandatos um presidente negro, Barack Obama. E tudo começou pela luta de um reverendo negro que um dia ousou ter um sonho.

Que tirou foi esse?

Pode-se afirmar que houve avanços significativos na vida do povo preto(a) dos Estados Unidos, com reflexos até na América do Sul, em especial no Brasil. Prova dessa luta que cruzou fronteiras foram as diversas entidades que existem no Brasil como MNU – Movimento Negro Unificado, UNEGRO – União nos Negros pela Igualdade, UNEAFRO, Educafro e tantas outras.

Então o tirou que tirou a vida do ativista negro e reverendo Martin Luther King não foi apenas um pedaço de metal atravessando mais um preto. Foi o assassinato de um homem que “nunca assumiu as atitudes pretensiosas do líder de um grande movimento, nem jamais sentiu necessidade de ter gente a sua disposição, como acontece com muitos homens que sobem no mundo. “(trecho do livro Luther King, Ed. Três.)

Martin foi brutalmente assassinado porque organizou manifestações pelo direito ao voto, pelo fim da segregação, para acabar de vez com as discriminações em todas os setores e locais, além de ter lutado para que toda população estadunidense tivesse direitos civis garantidos.

Da para entender o motivo dele ter se tornado “perigoso” para o governo daquele país como aqui foi com Marielle. Mas um coisa nunca nenhum tiro vai fazer: Calar os justos e que lutam pelos vulneráveis e invisíveis.

Em 4 de abril de 1968, às 18h01, o pastor negro é letalmente atingido por uma bala na sacada de um hotel de Memphis, onde tinha acabado de dar seu apoio aos garis em greve. Sua morte, aos 39 anos, deflagra uma série de revoltas em várias grandes cidades americanas.

NOTA

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Uma resposta

  1. História e realidade; quero parabenizar pelo texto profundo e verdadeiro. Sem distinção de calibres, as balas matam o corpo, a carne, mas jamais aniquilaram ideais nobres, como os de Martin Luther King Jr. e Marielle Franco; não hão de calá-los com projéteis de grossos calibres; pois suas vozes continuarão sendo disparadas pelas bocas da resistência, que não morrerá jamais.

    Parabéns!!!

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