Pesquisar
Close this search box.

» Post

Após mais um caso de violência, desta vez contra o Mestre Nenê, manifestantes cobram o Governador João Doria sobre mudança no protocolo de abordagem policial 

Na manhã de hoje (24), segunda-feira, o Grupo de Trabalho Abordagens Policiais: Perpetuação do Racismo Estrutural promovem um ato simbólico em frente ao Palácio dos Bandeirantes cobrando que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) abra frente de diálogo com os movimentos sociais sobre o aumento da violência policial.  Essa ação faz parte da campanha #1SalveaVida

A ação ocorre após a agressão da PM contra o capoeirista Valdenir Alves dos Santos, conhecido como mestre Nenê. Na última quarta-feira (19), o artista marcial foi brutalmente abordado e espancado por policiais militares enquanto segurava seu filho de cinco anos no colo.  

Os integrantes do GT levaram um cartaz com os dizeres: “João Doria, não seja cumplice da violência policial. Abra o palácio e atenda os movimentos sociais”. De acordo com Emerson Ramayana, ativista dos direitos humanos e um dos organizadores da ação, o ato tem o objetivo exigir que o governador “abra diálogo com os movimentos sociais para falar sobre a violência policial”. 

Segundo o movimento, há quase dois meses que o governador vem recusando encontro com organizações sociais para discutir sobre os casos de abusos da PM. 

Outro membro do GT de Abordagens Policiais, Jesus dos Santos, destacou a escalada da letalidade policial em São Paulo e compara com as decisões recentes da gestão estadual, como a de apresentar “cachorros vindos de outros países”. “Como se isso fosse resolver os [altos] índices [de violência] e as problemáticas de segurança pública urbana que nossa sociedade vive.” 

Desde o ano passado o GT de Abordagens Policiais, formado por parlamentares e dezenas de organizações e movimentos sociais, vem discutindo sobre a violência policial nas periferias. Foi essa organização que lançou, em julho, a campanha #1SalveaVida

Além da hashtag, o grupo escreveu uma nota evidenciando os casos de brutalidade da PM. A proposta deste movimento é realizar diversos encontros com agentes públicos e movimentos sociais a fim de apresentar uma proposta de um protocolo de abordagens policiais até o mês de agosto. 

 

Treinamento da PM e mudança de discurso 

Em junho deste ano, o governador João Doria (PSDB), anunciou que os oficiais da Policia Militar receberão um novo treinamento a fim de reduzir os índices de violência policial. A medida surgiu como resposta contra a escalada de violência nas periferias de São Paulo. 

Apesar de hoje criticar abuso de violência policial, em sua campanha e logo quando assumiu o Governo de SP, o discurso de Doria era outro. Assim que foi eleito, o governador declarava que a polícia militar iria “atirar para matar”, além de prometer “os melhores advogados” aos policiais que tenham tirado uma vida. 

 

Esses discursos relacionados ao aumento da letalidade da polícia era uma das bandeiras do, então, candidato à presidência Jair Bolsonaro. Na época, Doria buscava vincular sua imagem à de Bolsonaro, criando o slogan “BolsoDoria”. 

No entanto, muitos oficiais e parlamentares da Bancada da Bala criticam abertamente o governador, entre eles está o senador Major Olímpio (PSL), que chegou a bater boca com Doria durante uma visita ao Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope). 

 

Cresce mortes pela PM durante Pandemia 

Apesar da pandemia do coronavírus (covid-19) pelo Brasil, a letalidade da PM no primeiro semestre deste ano foi a maior da história. De acordo com dados da Secretária de Segurança Pública (SSP), as polícias civil e militar mataram, juntas, 514 pessoas, o que representa um aumento de 20% na comparação com o mesmo período de 2019. 

O crescimento da letalidade da PM ocorre no mês de março, justamente quando marca o início da quarentena no Estado.  

Em contrapartida, os casos de furtos e roubos diminuíram. O registro da SSP aponta que número de roubos caiu cerca de 37% quando comparado no mesmo mês do ano passado. Já os furtos a queda foram quase pela metade. 

Vale destacar que um dado divulgado no início de fevereiro revelou que a letalidade dos agentes da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) praticamente dobrou em um ano. 

A pesquisa foi apresentada pela Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, órgão independente responsável por receber as queixas e cuidar do monitoramento de ações policiais, que mostrou de 2018 a 2019 houve um crescimento de 98% de mortes praticadas por policiais da Rota. 

NOTA

Não deixe de curtir nossas mídias sociais. Fortaleça a mídia negra e periférica

Esta gostando do conteúdo? Compartilhe!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

» Parceiros

» Posts Recentes

Categorias

Você também pode gostar

plugins premium WordPress

Utilizamos seus dados para analisar e personalizar nossos conteúdos e anúncios durante a sua navegação em nossos sites, em serviços de terceiros e parceiros. Ao navegar pelo site, você autoriza o Jornal Empoderado a coletar tais informações e utiliza-las para estas finalidades. Em caso de dúvidas, acesse nossa Política de Privacidade