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Por Vilmar Junior

Nestes últimos dias tem-se falado muito sobre o falecimento de um dos nomes, senão o maior nome entre os produtores de histórias em quadrinhos de todos os tempos; estamos falando de Stan Lee, o nome por detrás do sucesso astronômico da Editora e posteriormente um estúdio independente de cinema, até ser catapultado ao sucesso absoluto ao ser adquirida pela gigante do mercado, Disney.

Mas quem foi San Lee? Stanley Martin Lieber não foi apenas um nome qualquer de uma editora qualquer, foi mais que isto. Foi um escritor, produtor, diretor, ator, empresário, editor, publicitário e por fim, presidente emérito e membro do conselho editorial da Marvel Comics, empresa que ajudou a estabelecer nos anos 1960. Foi editor-chefe e presidente da Marvel Comics antes de deixar a empresa para se tornar presidente emérito da editora, bem como membro do conselho editorial. 

Sua personalidade cheia de entusiasmo contrapunha-se a sua postura diante das injustiças sociais que testemunhava, desde a época em que indignado forjou personagens ao mesmo tempo fantásticos como humanos. O Quarteto Fantástico foi o começo até formar um panteão de heróis hoje mundialmente conhecidos. Personagens que, ao contrário de outras clássicas criações das histórias em quadrinhos tradicionais, se aproximavam mais da realidade vivida de seus leitores. Um entusiasta dos direitos humanos e do pluralismo cultural e étnico.

Tratando-se de representatividade, Stan e seus colaboradores, dentre estes, Steve Ditko, Jack Kirb, criaram um universo em que mulheres, negros, indígenas, anões e toda sorte de pluralismo representativo e combativo da Editora nas páginas de suas publicações regulares e especiais se fizeram presentes como protagonistas e não somente como coadjuvantes menores como historicamente lhes era legado.

Neste mês de novembro no Brasil é comemorada a consciência negra, isto é, uma expressão que designa a percepção histórica e cultural que os negros têm de si;  uma ação sobre e para afro-brasileiros, seus ascendentes e simpatizantes. Portanto, contraposições a ela caracterizam-se como racismo ou preconceito, considerando que não se questiona iniciativas pró valorização de culturas de povos etnicamente privilegiados pelo sistema racista, mas pelo contrário, em se tratando de qualquer exaltação ou incentivo à cultura afro logo aparecem os questionadores. Típico de um país com um presente que não superou seu passado tipicamente racista e escravocrata.

Não foi e não é tão diferente nos Estados Unidos da América, de Stan Lee. Mas a invisibilidade do negro por lá é amenizada pelas oportunidades decorrentes do próprio sistema. Ele valoriza a competência para além das ideologias ou diferenças etnorraciais em nome do mercado.  Eles aprenderam há muito tempo que “negro vende”.

Nesta “pegada” Stan Lee e os profissionais de criação da Marvel criaram vários personagens negros do passado assim como os mais recentes. Podemos citar alguns destes para relembrar e fazê-lo notórios. São eles: O Pantera Negra, Falcão, Bishop, Manto, Misty Knigth, Luke Cage, Tempestade, Golias, Miles Morales o Homem-Aranha do Aranhaverso, dentre outros. A luta da Marvel contra o racismo e o preconceito vêm desde os anos 1960 representada em suas publicações e produções. Stan Lee é o símbolo deste posicionamento e seu engajamento vem desde os tempos de sua coluna chamada S’tans Soapbox em que publicava manifestos como este:

“Fanatismo e racismo estão entre os mais graves males sociais que assolam o mundo hoje. Mas, ao contrário de uma equipe de super vilões fantasiados, eles não podem ser interrompidos com um soco na cara ou um zap de uma arma de raios. A única maneira de destruí-los é os expondo — para revelá-los como os malvados insidiosos que realmente são”.

Enfim, podemos deduzir que as artes não apenas refletem a mentalidade de um povo em determinada época, mas, igualmente dita as tendências e as histórias em quadrinhos da Marvel o espírito de seu mais ilustre idealizador… Stan Lee. 

Obrigado Stan Lee por ser tão humano.

Por Felipe Soares Dias

Stanley Martin Lieber escolheu não se tornar conhecido com seu nome, planejava algo grandioso, e não acreditava que os quadrinhos lhe trariam prestigio, mal sabia da força que essa mídia mudaria sua história. E de tão despretensioso assinou Stan Lee. BOOM. Nasce uma lenda que soube inventar e se reinventar diversas vezes, e também foram diversas as vezes que entreteve, emocionou e influenciou uma gama imensa de pessoas. 

Stan Lee sabia como se conectar com o leitor, talvez devido a infância solitária. E boa parte dos valores juvenis foram forjadas sob suas histórias. Lee tornou mais humanos seus heróis e suas aventuras nos tornavam mais humanos.

Lee era mais que uma arvore criativa, era a própria yggdrasil ou baobá. Seus frutos alimentaram o universo pop em todo o seu prisma. E ver uma mente criativa ser referenciada por seu trabalho em vida, só tem a alegrar. Suas histórias o tornaram celebridade e um público maior que os seus leitores o exaltam. 

Quando a notícia que todos temiam aconteceu, como desejei que fosse fake news. Encarar a morte dói. Chorei pela ausência que se segue, pela parte da infância que é machucada com essa perda. Quando jovem, descobri que o Stan Lee criou o Homem-Aranha, e passei a fantasiar minha avó casando-se como ele, assim seria meu avô. É acho que que o sentimento é esse, a perda de um ancestral, que ensinou histórias e valores. Agora é o seu momento de descansar e que mais uma vez por seus erros e acertos, sua árvore possa fazer não frutos, mas novas árvores.

NOTA

Não deixe de curtir nossas mídias sociais. Fortaleça a mídia negra e periférica

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