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Quando se pensa em África se pensa primeiramente em descendência e escravidão, em diferenciação étnica e preconceito, em candomblé, em umbanda e capoeira.

Não é possível falar sobre qualquer aspecto da história e da existência da população negra em suas várias facetas sem lembrar que a população negra que hoje caminha sobre a terra carrega, ainda, um fardo histórico que reverbera sobre o seu passado, o seu presente e o seu futuro e demarca os seus lugares e a sua possibilidade de ser e estar no mundo.

Não é possível localizar qualquer aspecto da condição negra atual sem antes, lembrar que qualquer escrito, sobre o negro faz com que todos que antes de nós vieram estejam sempre presentes, no recontar de mais um trecho de nossa história.  São memórias daqueles que antes de nós vieram e continuarão para além de nós.

Além da culinária, religião, costumes e língua no Brasil, a cultura africana influencia através da moda, moda afro-brasileira, para representar uma cultura miscigenada, elementos de ambas as culturas.

É fato que não podemos afirmar que toda população negra se identifique com suas raízes através da moda afro-brasileira, pois cada pessoa possui uma maneira de afirmar a identidade cultural por meio da roupa, e as escolhas do vestir são individuais. A população negra é heterogênea, com diversas orientações sexuais e bagagens culturais. Vivemos na era da hibridização cultural e somos diversos.

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A moda que abriga influências africanas ganha espaço nas passarelas do mundo inteiro, mas não apenas isso: estilistas, modelos e artistas africanos também ganham destaque. Algumas grifes creem na importância em colocar a cultura afro como protagonista em tempo integral, e não somente como tendências passageiras, onde o consumo desempenha papéis.

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A designer Lia Maria, refere-se a “moda com conceito”, onde cada roupa é um discurso, é o corpo-manifesto. Esta, responsável pela criação da Diáspora009, ressalta que nos cabides da marca brasiliense, as roupas “são como um manto que exalta a ancestralidade africana e negritude brasileira e os tecidos têm status de obra de arte”.  – https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2018/11/19/cultura-negra-e-valorizada-por-marcas-que-trabalham-com-moda-em-brasilia.ghtml

Sob a ótica do consumo de elementos identitários, a moda engloba não somente o vestuário em si, a peça de roupa, mas os acessórios, a forma de arrumar o cabelo, os gostos pessoais, o corpo e o comportamento. Nos conecta ao continente ancestral de uma maneira não-verbal de enviar uma mensagem de orgulho sobre a sua etnicidade.

Os africanos, mais do que ninguém, falam através de seus panos, não se restringem a moda afro ao uso do turbante  e de roupas com estampas africanas.

A moda afro-brasileira é explorada por estilistas em desfiles nacionais desde meados da década de 2000, agregando elementos regionais, nossos costumes, culturas, e vestimentas são combinadas com as referências africanas. Existe uma divergência entre o estilista de moda afro-brasileira e o estilista de moda brasileira, não no ato de criar em si, mas no sentido das referencias utilizadas como base das coleções.

Ora adotam estilos mais contemporâneos ou religiosos outrora mais ancestrais, porém em todas as marcas as questões da identidade afro brasileira são um posicionamento bem definido e os estilistas demonstram sua posição dentro da sociedade e o seu orgulho de ser negro e negra.

Segundo a estilista Goya Lopes, não existe uma fórmula para estar inserido no mercado da moda afro -brasileira, entretanto é  necessário  focar na questão da identidade; saber quais são os materiais utilizados; qual o conceito; dentro desse conceito o que a marca vai trabalhar; quais são as cores e qual o tipo de modelagem que vai ser trabalhada.  a moda afro-brasileira necessita da criação de padrões que devem ser seguidos, para nortear futuros criadores que queiram adentrar a esse nicho de mercado, criando um estilo que sirva de referencia para outros estilistas e aproveitar isso servindo como uma imagem do Brasil. http://www.cih.uem.br/anais/2015/trabalhos/1228.pdf

 

 

NOTA

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3 respostas

  1. Muito bacana O texto e é de extrema importância dar visibilidade a esse segmento, sou Cynthia Mariah estilista e pesquisadora de moda afro-brasileira, sou coordenadora de estudos e pesquisas da ANAMAB (Associação Nacional de Moda Afro-brasileira)…
    Com um olhar técnico vejo um equívoco em representar a moda afro-brasileira com criações em tecidos trazidos por africanos, isso é moda afro apenas não condiz com o texto apresentado quando cita Goya achei de muito apreço, porém porque não colocar obras dela como um indicativo desse segmento um das que mais representam essa afro-brasilidade, já a explicação da Ana Paula foge do afro-brasileira, ela representa uma moda afro feita por mãos brasileiras, mas não trazem brasilidade…. vi que trouxe uma imagem da criação da Julia Vidal, entre tantas outras poderia ter apresentado uma que trouxesse mais brasilidade também….. coordeno um grupo de estudos com pesquisadores que fazemos vídeos conferência semanalmente para debater e abordar diversos assuntos que condizem com o segmento, no intuito de criar escritas sobre o tema para que auxiliem a um melhor entendimento sobre.
    As pessoas ainda confundem moda afro com moda afro-brasileira, isso é comum, porém há necessidade de meios de comunicação estarem esclarecimento sobre para que passem não só a reproduzirem textos premoldado, mas um real domínio do assunto, onde além de dar visibilidade possam orientar e auxiliar no real entendimento.
    Me coloco a sua disposição para maiores esclarecimentos sobre.

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