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pobres e ricos

        Desde a queda da presidente Dilma Rousseff, através do processo de impeachment por pedaladas fiscais, a situação econômica do país não melhorou a vida do trabalhador comum, aquele que recebe até dois salários mínimos mensais, pelo contrário. Com a agenda reformista adotada pelo presidente Michel Temer, presenciamos o surgimento de medidas extremamente impopulares, como a Reforma Trabalhista, aprovada em Julho e a Reforma da Previdência, ambas extremamente lesivas para a classe trabalhadora. Enquanto a Reforma Trabalhista equiparou trabalhadores e patrões, algo impensável no aspecto jurídico devido as diferenças gritantes no poder aquisitivo de ambos, retirando do trabalhador a sua única proteção, a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), no caso da Reforma da Previdência, a grande mídia e seus apoiadores, utilizando-se de falso alarmismo, tem chantageado a opinião pública, colocando na Reforma da Previdência a saída para todos os problemas econômicos existentes no Brasil. Joga-se a culpa por todos os problemas econômicos, fruto de má gestão dos recursos públicos sejam no governo Petista ou no Governo Temer, nas costas do trabalhador, o único que esta perdendo direitos e benefícios.

        No Brasil de hoje temos presenciado um silêncio preocupante de setores outrora combativos, como as Centrais Sindicais e dos movimentos ditos “apartidários” cujas vestes verde-amarelas sumiram, misteriosamente. Os parlamentares, sem pressão popular, estão legislando em causa própria tentando, a todo custo, afastar cada vez mais o povo das decisões vitais para o país. Não se falam mais em plebiscitos, conselhos populares, gestão democrática, nada que fortaleça a já combalida “democracia brasileira”. Se o trabalhador não se opor, mobilizando sua comunidade, seu ambiente familiar, amigos de boteco, corremos o seríssimo risco do voto deixar de ser instrumento essencial para legitimar uma democracia para tornar-se mera alegoria, sem poder algum de decisão.

        Grande parte da aparente falta de sintonia da população com os acontecimentos recentes do Brasil se devem, principalmente ao amplo processo de alienação existente, grande parte, culpa das péssimas políticas educacionais do nosso país. A escola que deveria libertar, emancipar este trabalhador, como ensinado pelo mestre Paulo Freire, hoje, mais do que nunca, auxilia nesse processo de alienação e o mesmo vale para o Ensino Superior. Enquanto na base, professores mal remunerados e sem um plano sólido de valorização salarial, mesmo com todas as dificuldades, “enxugam gelo” cotidianamente, no ensino superior, principalmente nas Universidades Públicas, os estudos não compactuam com as práticas, isto é, a Universidade vive em um “universo paralelo”, completamente divergente da realidade cruel dos trabalhadores brasileiros. Quando um jornalista, do alto de sua formação, utilizando-se de um veículo poderoso de comunicação, como a rádio Bandeirantes, defende uma reforma draconiana, como a Reforma Trabalhista, olhando apenas para sua realidade sem se atentar que no Brasil, grande parte dos trabalhadores sobrevivem com um salário mínimo miserável, cujo poder de compra é insuficiente e, pior, consegue fazer com que seu público, formado exatamente por trabalhadores pobres, sintam pena dos patrões, contata-se o quão grave é a letargia existente nos movimentos trabalhistas atuais e como a educação perdeu significado no nosso país.

        A grande mídia, no alto de seus investimentos, deixou de ser uma fonte de mobilização social para ser mero porta-voz de um governo impopular e sem legitimidade. Os trabalhadores não podem aceitar, passivamente, a perda de direitos básicos, o sucateamento dos serviços públicos visando uma futura privatização, devem se mobilizar, levantar bandeiras, antes que seja tarde. Esta na hora dos brasileiros mudarem o histórico nacional de conformismo frente as grandes decisões, assumindo caráter protagonista de suas ações, sem idolatria, sem “salvadores da pátria” mas com mobilização popular. Os parlamentares precisam saber que são funcionários públicos e, como tal, devem servir o Estado e não se servir deste. É inconcebível um presidente da Câmara dos Deputados ironizar a vontade popular como se não depende-se desta e, ainda assim, aprovar medidas que são prejudiciais, justamente aos seus eleitores.

        Ao longo da História brasileira as pessoas vem se perguntando sobre os motivos que tem travado o desenvolvimento pleno do Brasil e as respostas estão nos seguintes fatores:

  • Falta de investimentos na Educação como política de Estado.
  • Sucateamento dos serviços públicos e endeusamento dos serviços da iniciativa privada
  • Falta de proteção aos pequenos e médios proprietários
  • Passividade em relação às dívidas das grandes corporações, inclusive perdoando dívidas que poderiam ajudar os cofres da União.
  • Todos os problemas de cunho social são tratados como caso de políticas repressivas, sem dialogo e estudos para solucionar os problemas.
  • Soluções mágicas para problemas complexos por exemplo: Aumento da Criminalidade soluciona-se com a liberação do porte de arma.
  • Descaracterização do BNDES, que deveria ser um banco voltado para ajudar os pequenos e médios produtores mas que hoje, não passa de um aporte econômico para os grandes conglomerados nacionais e internacionais, vide os casos OI, Banco Panamericano, dentre outros.

        O Brasil quer se espelhar nas grandes democracias do planeta mas não quer fazer o necessário para resolver os nossos problemas, como a fome, o desemprego, o analfabetismo etc. É preciso que o povo se conscientize do seu verdadeiro papel, pressionando a classe política para agir em sintonia aos interesses do bem comum, resolvendo os problemas que mais afligem a população e não o contrário, como tem acontecido no Brasil desde 1500. Compete aos trabalhadores se mobilizarem para impedir que o Brasil, que tanto avançou nos últimos vinte anos, volte a ser o país onde uma minoria extremamente rica, tem todo aporte Estatal ao seu dispor, em um Socialismo para os Ricos enquanto o restante da população é obrigado a, verdadeiramente, se sujeitar ao discursos hipócritas, meritocratas, cruéis e extremamente injustos para a realidade brasileira. Questiona-se o Bolsa Família, renda mínima básica de sobrevivência para muitas famílias mas nada é falado em relação ao “Bolsa Empresário”, onde em momentos de crise, algo comum ao longo da história capitalista, corre-se para os braços do papai BNDES. Ser liberal sem se sujeitar as regras básicas do mercado é de uma hipocrisia inaceitável, até para os padrões brasileiros. Que o Brasil precisa de reformas é evidente mas estas devem ser justas, dialogadas com a população, incluindo todos os brasileiros e não apenas os trabalhadores pobres desse país.

 

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