A morte de Glória Maria mexe profundamente com toda a sociedade negra no país, pois ela foi um símbolo de representatividade plena e atuante pra diversas gerações.
Mais do que o sorriso maravilhoso, as suas grandes reportagens e o seu talento único de captar o que entrevistado fala para entreter o público Glória foi uma ativista de marca maior, ela foi a primeira negra a usar ao seu favor a Lei Afonso Arinos criada em 1951 que tornava a discriminação racial como crime de contravenção (outros tempos onde davam migalhas para os negros).
Na década de 70, Glória foi impedida de entrar em um hotel pelo gerente no Rio de Janeiro por causa da sua cor, o gerente foi punido, mas com uma pena leve, Glória foi certeira sobre esse assunto.
“Ele foi expulso do Brasil, mas ele se livrou da acusação pagando uma multa ridícula. Porque o racismo, para muita gente, não vale nada, né? Só para quem sofre”.
Batalhadora e extremamente dedicada, Glória encarava a ditadura de uma maneira aberta e altiva, nas entrevistas que ela realizava com o presidente Figueiredo ela nunca se abatia e o encarava de frente quando ele a chamava de “aquela neguinha” e que pedia sempre ao dono da Globo, Roberto Marinho a sua demissão.
Mãe de duas filhas adotivas, Glória sempre as ensinou a serem guerreiras e a se blindarem contra o racismo, pois elas iriam sofrer de alguma maneira, mesmo sendo filhas de uma personalidade famosa e rica, ela lembrava sempre que a mulher negra era a que mais sofria solidão e dor pelo racismo e a presença dela na TV era de fato uma luz para todos os negros que almejavam ser alguém na vida.
Essa mulher incrível sempre estará na minha vida como referência absoluta de talento, pioneirismo e coragem em todos os aspectos, baterei palmas eternamente a essa gigante Glória Maria.
Respostas de 2
Ela realmente é um símbolo de representatividade e coragem ❤️
Descanse em paz Glória!
Parabéns Jorge monteiro pelo textos incríveis
Olá, Oliveira. Seja bem-vinda!