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O JE ESTEVE NA “1º FEIRA DO AFRO EMPREENDEDOR”, EM SÃO PAULO

No sábado, do dia 27/08, o Jornal Empoderado participou da 1ª Feira do Afro Empreendedor, que aconteceu na Galeria Olido ali no centro de São Paulo. Contando com vários expositores, a feira que contou com o apoio da prefeitura de São Paulo tinha como objetivo dar maior visibilidade aos microempreendedores negros que por diversas vezes tem seus produtos ignorados por grande parte da população paulistana. O evento foi idealizado pela Ashanti Network e organizado pela Organização Uriel Eventos.

Mesmo com o aumento de produtos que visam atender esse público, ainda há uma grande disparidade nos acessos à ferramentas e programas que ajudem a consolidar e popularizar o mercado. É possível ter noção desse aspecto quando conversamos com os expositores e nos deparamos com uma certa palavra que parece unanimidade: oportunidade.

Conversando com a Dona Roseli (@bijusdarose123) – que exibe seu neto toda orgulhosa – há a necessidade de expansão e diversificação de produtos produzidos por nós (a população negra). Talvez- mesmo que ainda em passos lentos – esse movimento já começou. Pude ver que em um dos stands, havia roupas de praia com com a temática étnica de povos africanos. Estava diante da Kianga Moda Praia (@kiangapraia), das irmãs Daniela e Vanessa. Para elas que estão começando no segmento, ter espaços como a da Feira, ajuda na divulgação dos Produtos e no engajamento das redes – fundamentais hoje em dia para se ter bons resultados. Além disso a representatividade se faz muito necessária até para a fomentação e fortalecimento da comunidade negra brasileira.

Conversando com umas das empreendedoras (@anasantiagomodaafro) duas questões principais foram levantadas, no sentido de dificultar a vida dos afroempreendedores: Racismo estrutural e pouca afinidade com os meios digitais. Isso é um puro reflexo da exclusão e democratização do acesso às novas tecnologias das populações mais pobres – e historicamente pretas.

A SPSMDET (Secretaria do desenvolvimento econômico e trabalho) também marcou presença com um stand onde promoveu o Programa São Paulo Afro Empreendedor, que visa ajudar pessoas que já estão com seu negócio formado e/ou querem abrir algo com sua identidade. É possível ter mais informações neste link! (https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/desenvolvimento/index.php?

Do mais é preciso lembrar que mesmo tendo 51% dos empreendedores no Brasil, 48,6% dos afroempreendedores ainda não têm faturamento, segundo matéria da Forbes

(2021 – https://forbes.com.br/forbes-tech/2021/07/pesquisa-sobre-afroempreendedorismo-no-brasil-revela-que-486-dos-negocios-ainda-nao-tem-faturamento/). Estamos falando de pessoas que seja por escolha própria ou necessidade (muitas vezes a segunda opção é quem prevalece) equilibram suas vidas entre o sonho e as necessidades básicas que deveriam ser direito no Brasil. É preciso entender que há nesse país uma dicotomia, onde multinacionais recebem incentivos de todos os formatos pela máquina pública, enquanto o pequeno empresário negro continua a ser negligenciado.

Afroemprededores (as) em ação!

A Dona Roseli que é do ramo de bijuterias a 3 anos falou ao JE que sempre gostou do segmento, mesmo quando ainda trabalhava no ramo da contabilidade e que o empreendedorismo floresceu após se aposentar. Ela se sente feliz como empreendedora social. Ela acha que “precisa de mais feras e falta mais investimentos para empresarios sociais negros (as)”.O seu Instagram é @bijusdarose123. Andreia que já foi sacoleira iniciou a pouco tempo no ramo dos negócios de boutique e mesmo nova no ramo está bem feliz, como disse ao JE. E seu Instagram é @boutique_da_nega_deia

Gerson Santos, da “Moda Afro by Gerson Santos” vê a feira como uma ótima possibilidade de futuro e de mais negócios no futuro e finaliza: “Um evento que seja contínuo, que tenha diversão, lazer, cultura e trabalho tudo junto.”. E, terminou falando, que “a feira é um “se olhar no espelho”, ou seja, representatividade.”. Sua rede social é a @bygersonsantosmodaafro

A Isabela Pereira, expositora com produtos de energia quântica falou da importância da troca do networking nas feiras. Sua motivação para iniciar no empreendedorismo social era “porque estava estagnada no funcionalismo público e sabia que com esforço poderia alcançar novas metas.”.  

O conhecido Cosme Nascimento, vende livros há muito tempo nos eventos da comunidade negra, inclusive ele esteve na festa de 6 anos do Empoderado. Cosme é dos “Cadernos Negros”, que completou 44 anos de litertura de resistencia negra. Nascimento ainda lembrou que trabalha com livros infantis com temática de igualdade racial. Cosme citou a importante obra Sampa em Contos e Crônicas Negras”, de Alcidéa Miguel e terminou falando que após a pandemia deverá ter investimentos para capacitação de empreendedores(as) negros(as). E sobre as perspectivas de negócios futuros lembrou da Bienal e da Feira Preta neste ano.

Daniela e Vanessa (irmãs) são proprietárias da “Kianga Praia Afro” que, como disse as irmãs é a moda que realça as raízes africanas. as irmas falaram que a intençãod elas é participarem de todas as feiras voltada para o publico negro (a). E por serem novas no ramo do empreendedorismo é importante estar nos eventos e principalmente neste evento Feira Ashanti. Pois além da divulgação da marca delas ainda traz engajamento para o público dela.  Elas disseram que não viam o segmento de moda praia abraçando as necessidades da mulher negra (formatos de corpos e suas características). Ou seja, viam uma invisibilidade nesse nicho. O instagram delas é @kiangapraia

A empreendedora social Ana Santiago, do ramo de bolsas, disse que feiras afros são importantes para quem já está neste nicho (negocios afro) e porque nem todo empreendedor (a) negro (a) tem loja. E a maior dificuldade na visão da Ana é “a falta de visibilidade. Pois o racismo estruturado faz com que as pessoas não se identifiquem com a gente, pessoas negras, e muito menos com produtos negros. É como se o agente fosse invisível. Eu entendo que essa é a maior dificuldade. Se olhassem para nosso trabalho com bons olhos seria mais interessante.” e sobre a pandemia ela disse que o segundo ano de pandemia foi bem difícil, “foi sofrido”, nas palavras dela. Ela sente como se estivesse recomeçando agora. Pois ela foi impactada de várias formas. O Instagram dela é @anasantiagomodaafro

NOTA

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