Pesquisar
Close this search box.

» Post

Vamos parar de colher tempestades e passar a plantar vida?

Até hoje me espanta que a ganância e prepotência humana possam chegar na destruição do planeta que nos abriga e, portanto, na nossa própria destruição.

Olhando para trás, vemos humanos criando a fome, fomentando a peste, a guerra, a escassez, escravizando, explorando, contaminando, poluindo, exterminando, extinguindo, secando, matando, se matando.

Muitas das grandes ideias que revolucionaram o mundo, foram revertidas em armas ou máquinas de destruição. O homem é algoz da Terra, dos bichos, das plantas, dos mares e dos outros humanos.

Até quando vamos poluir o ar e reclamar das doenças pulmonares e do aquecimento global? Vamos queimar as matas, encher as ruas e rios de lixo e reclamar das secas e das enchentes? Até quando seremos irresponsáveis com nosso ecossistema, com nossos corpos e dos nossos semelhantes? Até quando envenenaremos nossa comida, nossas águas, nossa terra e nosso ar e reclamaremos da nossa saúde e da expansão das doenças?

Não dá para plantar tempestade e querer colher bem estar.

Para colher vida, precisamos plantar vida.

Plantas e Plantar.

Assim, seguindo na trilha das explicações permacultoras, vamos hoje falar de Plantas e Plantar.

Como já vimos antes, a Permacultura defende uma relação amistosa e equilibrada com a Natureza que, criando um ciclo virtuoso, relaciona-se com a abundância oferecida a nós por Gaia (a mãe Natureza, ou mãe Terra), esse organismo do qual fazemos parte, com o qual somos um e não o outro.

Ainda na filosofia da Permacultura, existem muitas maneiras de plantar e colher. Não só alimentos, mas é deles que vamos tratar hoje.

Além de plantar uma horta, usando adubo produzido neste ciclo, onde quase nada se perde, mas tudo se transforma, incentivamos maneiras individuais e coletivas de fazer isso. Você pode desenvolver uma horta em vasos e/ou vertical em seu apartamento. Também pode separar uma pequena área do seu jardim ou quintal para produzir alimento saudável, fresco e livre de agrotóxicos ou realizar uma horta comunitária.

Durante o confinamento muitas pessoas aderiram a ideia de plantar comida em casa

Wânia dos Santos Neves, pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) em Viçosa, na Zona da Mata, trabalhou na implantação de hortas agroecológicas em espaços pequenos. Em 30 metros quadrados usando recipientes diferentes, inclusive embalagens que seriam descartadas, foram cultivadas pimentas, berinjela, jiló, espinafre, alface, agrião, couve, cenoura; ervas medicinais e aromáticas, além de hortaliças não convencionais, como taioba, capuchinha, jequeri e ora-pro-nóbis.

O tatuador italiano Alessandro Vitale, mudou-se para um apartamento em Londres, com um pequeno espaço ao ar livre compartilhado. Ele transformou cerca de 20 metros quadrados em espaço de cultivo. Com garrafas criou um jardim vertical, instalou canteiros e construiu uma pequena estufa. Sua primeira colheita contou com 30 tipos diferentes de vegetais, incluindo cenouras, alho, brócolis, repolho, couve-flor, erva-doce e alho-poró e colheu 35 quilos de tomates com apenas 6 pés.

Hortas coletivas e comunitárias

Em prédios, condomínios, terrenos baldios e parques, estas hortas estão virando moda no mundo todo e no Brasil.

Espaços urbanos, públicos ou particulares, que poderiam se tornar depósito de lixo ou entulho, podem virar hortas comunitárias. No caso de prédios e condomínios, podem ser utilizados os telhados ou espaços sub aproveitados e a gerência pode ser feita por pessoas ou por todos que ali moram.

Em comunidades carentes, esse tipo de horta combateu a fome durante a pandemia. A produção pode ser para consumo próprio, com doação do excedente para pessoas, escolas, creches e associações, ou gerar renda para a comunidade.

Os espaços também se tornam local de encontro, troca de experiência e relaxamento. O trabalho é voluntário e os benefícios compartilhados. Em geral o cultivo feito é de alimentos de ciclos curtos que podem ser facilmente consumidos ou vendidos como temperos, hortaliças, frutas, leguminosas, mudas e plantas medicinais.

Para começar uma horta comunitária ou coletiva, pesquise bastante sobre o assunto. Pesquise sobre processos, possíveis parceiros, espaço necessário, infraestrutura, plantio, colheita, melhores alimentos para a região e projetos parecidos.

Engaje pessoas. Moradores da comunidade precisam estar envolvidos com o projeto. Converse com os vizinhos, explique o projeto, empolgue as pessoas.

Procure o local perfeito. Se for usar um local público, procure a Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo, Esporte e lazer, Bem Estar Social e busque apoio e liberação do espaço para a horta.

Busque ajuda em organizações não governamentais ligadas a interesses sócias, ambientais, alimentares ou educacionais. Essas organizações podem lhe dar o apoio técnico e criar uma rede. Podem ajudar a organizar mutirões, palestras, cursos, etc.

Crie regras e um cronograma. É preciso ter responsabilidade, comprometimento e engajamento para ter bons resultados.

Alguns exemplos dessas hortas comunitárias no Brasil

Horta das Corujas, que existe em uma praça pública de São Paulo, que fica aberta 24 horas por dia. A proposta é criar um espaço de convívio social e educação ambiental. As pessoas podem colher as partes comestíveis dos alimentos contanto que preservem as plantas e raízes.

Projeto Germinar, em Santa Catarina, implantado pela Prefeitura de Jaguará em 2014, com 42 hortas comunitárias em 22 bairros, atendendo 470 famílias.

A AgroFavela Refazenda, em São Paulo, inaugurada em 2020, em Paraisópolis, fornece alimentos saudáveis aos moradores da região além de abastecer a cozinha solidária do Mãos de Maria. Produziu 300 quilos de alimento orgânico em dois meses, num espaço de 900 metros quadrados.

A Horta de Sete Lagoas, projeto da Prefeitura da cidade, nasceu em 1982, com suas áreas de cultivo distribuídas por sete bairros. A ideia era gerar um meio de renda para famílias que sofriam com o desemprego. Fornece alimentos de ciclos curtos de produção sem uso de agrotóxicos.

Inovação em hortas urbanas

Os dinamarqueses Mikkel Kjaer e Ronnie Markussen, criaram o Impact Farm. A ideia era criar um sistema de baixo impacto ambiental que produzisse alimentos em espaços urbanos, gerasse empregos e se adaptasse a diferentes terrenos. Eles criaram um projeto que utiliza materiais reaproveitados para criar um ambiente de 163 metros quadrados, e autossuficiente em água, calor e eletricidade. A estrutura está projetada para produzir de 3 a 6 toneladas de alimento por ano.

Incrível né?

Nela podem ser plantadas verduras, ervas, legumes e frutas. A estrutura pode ser desmontada e transportada e pode ser instalada em vãos de prédios, espaços inutilizados da cidade e estacionamentos. Além de tudo, conta com uma estética aprazível que embeleza o espaço.

Quantos mamões tem dentro de um mamão?

Você já se fez essa pergunta?

Quando compramos um mamão não nos damos conta de como a natureza é generosa e abundante. Quantas sementes um mamão carrega? Quantos mamoeiros nasceriam de um mamão? E quantos seriam colhidos?

Então por que mamões são caros? Por que não tem mamão na sua mesa todo dia?

A natureza doa o alimento e os homens produzem escassez com o controle dos alimentos através de sua venda. Mas, se é possível plantar seu alimento ou, pelo menos, parte dele, por que não fazemos isso?

A revolução está a um passo da vontade. Se começo em minha casa, já mudo minha realidade. Se contamino meus vizinhos com essa ideia tão simples e tão magnífica, mudo o meu entorno. E de semente em semente, de mamão em mamão, de mão em mão, vamos mudando a realidade. Plantando comida e solidariedade. Colhendo vida e transformação.

NOTA

Não deixe de curtir nossas mídias sociais. Fortaleça a mídia negra e periférica

Esta gostando do conteúdo? Compartilhe!

Respostas de 2

  1. Muito bom, estou planejando fazer uma horta no meu quintal, mas ainda falta condições pra poder realizar, vai servir pro meu sustento e de minha família

    1. Olá Delci. Que legal. Comece com algo básico, fácil de plantar. Brinque de plantar sementes que sobram da sua alimentação ou mudas que nascem de pedaços. Por exemplo, aqueles olhinhos das batatas brotam. Que tal um experimento? Sementes de pimenta dedo de moça são fáceis de plantar, mamão também. Dá pra plantar alho, cebola, cebolinha a partir daquela parte que cria as raízes. Muitos alimentos podem ser plantados em vasos, garrafas pet, latas… Tem um monte de dicas na internet. Bora tentar?
      Logo a horta começa a surgir. Bom experimento!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

» Parceiros

» Posts Recentes

Categorias

Você também pode gostar

plugins premium WordPress

Utilizamos seus dados para analisar e personalizar nossos conteúdos e anúncios durante a sua navegação em nossos sites, em serviços de terceiros e parceiros. Ao navegar pelo site, você autoriza o Jornal Empoderado a coletar tais informações e utiliza-las para estas finalidades. Em caso de dúvidas, acesse nossa Política de Privacidade