Onde estávamos, estamos e vamos “Talvez, diante de tudo o que vem acontecendo, o Brasil tal como nós conhecemos não exista mais. Para mim, já não se trata mais de reconstruir o Brasil, mas de construir um Brasil que nunca existiu” – Silvio Almeida, advogado e professor.
Conjuntura e perspectiva nas últimas décadas
O processo eleitoral de 2022 nos desafia diante dos retrocessos advindo de um governo racista, lgbtfóbico e machista.
Onde estávamos nas últimas décadas, e nossa expectativa na atual conjuntura considerando o Movimento Negro organizado a partir da década de 1930.
Não podemos deixar de resgatar os esforços de brilhantes pessoas, organizações nos grandes estados, da Frente Negra Brasileira, que tinham como expectativa a bandeira de lutas, o combate eficaz ao racismo e promoção da igualdade racial. Hoje, depois de muitas décadas, nos encontramos em luta contínua no combate ao racismo.
Desde o golpe de 2016, ampliaram-se as desigualdades com a falta de continuidade das políticas de promoção da igualdade racial, de gênero, raça e classe. Se na década de 1930 esperavam-se os avanços previstos, advindos da recente República, na década de 1970, nesse cenário surgiram várias organizações do Movimento Negro. Esse movimento foi se ampliando com o surgimento dos terreiros e barracões religiosos, bem como, os diversos tipos de manifestações culturais.
O Brasil é o maior país em população e território da América Latina, contando com mais de 200 milhões de habitantes. Embora mais de 54,9 por cento da população brasileira seja composta por negras, negros e mestiços, sua formulação e herança do período escravocrata fazem com que o Racismo e a discriminação racial estejam profundamente enraizados na cultura e nas dinâmicas sociais do país. Os governos democráticos populares criaram o mecanismo para inclusão desse segmento na sociedade através de políticas públicas e da promulgação do Estatuo da Igualdade Racial, entre outros programas.
Hoje, mais de 50 anos depois, o protagonismo do Brasil em criar instrumentos de promoção da igualdade racial e tendo também implementadas políticas para as mulheres negras em diferentes áreas do governo. É o momento de termos uma mulher negra a ocupar o Senado por São Paulo.
Diante do exposto a Secretaria Estadual de Combate ao Racismo e seu coletivo, em consonância à campanha do companheiro Fernando Haddad e do companheiro Lula, apresenta o nome da companheira Kiusam de Oliveira, mulher, negra, feminista, militante do MNU (Movimento Negro Unificado), da cidade de Santo André, filiada ao PT, com o compromisso e interesse de contribuir nas lutas dentro e fora do partido.
Introduzida no RMA como yalorixá; pedagoga habilitada em Administração Escolar, orientação educacional e deficiência intelectual. Doutora em Educação e Mestre em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP. Escritora. Narradora de histórias, Arte Educadora, Bailarina e Coreógrafa. Terapeuta Integrativa, Escritora Premiada. Implementou e acompanhou, como gestora, a lei 10.639/03 na Secretaria da Educação no município de Diadema/SP (2005-2008) e assessorou a implementação da mesma lei nos municípios de São Paulo e São Bernardo do Campo. Ex-professora da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), até 2019, na disciplina Relações na Educação Étnicos Raciais; prestou consultoria sobre educação antirracista para Adidas Brasil e Instituto Itaú Cultural.
A indicação de Kiusam, que se coloca à disposição a ocupar uma suplência ao Senado Federal, vem ao encontro das necessidades apontadas pela conjuntura atual.
São Paulo, 15 de julho de 2022
Secretaria Estadual de Combate ao Racismo