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Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial

Hoje comemorasse o “Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial” e o Jornal Empoderado conversou com ativistas do movimento negro sobre a data.

A luta antirracista é a principal “pauta” deste país que diariamente assassina, prende e invisibiliza a população negra desde que veio sequestrada de África.

Foto: https://www.stoodi.com.br/

Os livros escolares “omitiram” a real história negra, com suas lideranças e pensadores. E o “prêmio” pelos trabalhos forçados, sangue e suor, dos escravizados, após a falsa abolição foi: “Olha, vocês estão livres…corre ali pro morro e se vira”. 

Dando um salto no tempo temos surgimento da primeira entidade negra a Frente Negra Brasileira (que até tentou eleger um candidato negro a presidência), lá nos idos de 1931, no centro de São Paulo. Essa foi dissolvida no período Vargas, em 1937. Mais uma mostra do racismo à brasileira.

Em tempo: a Frente teve um jornal o “A Voz da Raça”.

Foto BBC. Imagem de militantes da Frente Negra Brasileira em uma delegação da entidade (local não identificado)

Vieram depois entidades como Movimento Negro Unificado (1978), Unegro (1988), Geledes –  Instituto da Mulher Negra (1988), Educafro (1990), CEERT – Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (1990), Coalização Negra por Direitos (2019), Frente Nacional Antirracista (2020) … e muitas outras entidades que constroem até hoje o movimento negro.

Por um mundo que respeite as religiões de matrizes africanas!

O bàbáláwo e professor Ivanir dos Santos falou ao Jornal Empoderado sobre o combate a intolerância religiosa e valorização das religiões de matrizes africanas como parte importante da luta Antirracista. 

Sim, pois a base de fortalecimento das nossas identidades negras é centrada nas traduções religiosas de matrizes africanas. Sem as culturas, traduções e vivências das religiosas de matrizes africanas não há sustentabilidade paras as culturas negras e principal valorização das nossas bases de existências. Assim, as religiões de matrizes africanas são o sustentáculo das nossas resistências e das nossas existências na luta antirracismo.

O professor (Ivanir) nos falou, também, quando se inicia o ódio de alguns setores conservadores de igrejas evangélicas contra religiões de matrizes africanas.

Não temos como mensurar o início do nascimento do ódio contra as religiões de matrizes africanas, mas podemos pontuar que esse ódio é alimentado cotidianamente pelas estruturas racistas e preconceituosas que vinculam erroneamente as nossas tradições religiosas e culturais à tudo que é ruim e não positivo em nossa sociedade.

O Empoderado conversou com o Professor e ativista da Rede Quilombação, o Dennis de Oliveira, sobre a  importância de entidades como a Frente Nacional Antirracista. E depois Oliveira respondeu quais avanços que ele destaca no movimento negro, desde a década de 1970.

(Frente Nacional Antirracista) Todas as articulações de entidades Negras são importantes porque junta esforços em torno de um objetivo. A FNA, especificamente, traz as possibilidades de incidência da pauta antirracista no campo corporativo empresarial. Outras articulações se detém mais nas perspectivas do advocacy e no campo político-institucional. Como a luta contra o racismo é algo extremamente complexo, considero que todas as ações são importantes.

(sobre o que ele destaca na luta do movimento negro) A agenda das ações afirmativas que cresceu fundamentalmente depois da Marcha Zumbi de 1995 e a Conferência de Durban de 2001 que proporcionou os Marcos normativos após 2003, como a Leo 10639 e 11645, a lei de cotas nas universidades e no serviço público, e a luta contra o genocídio da população negra que acompanha toda a trajetória do movimento negro brasileiro, com destaque para o MNU que, na sua fundação, apontou que os aparatos depressivos dos anos 1970 não eram contra apenas os militantes de oposição à ditadura militar mas também o povo negro da periferia, as resoluções do I Encontro Nacional de Entidades Negras em 1991 que apontou que o neoliberalismo é a intensificação do genocídio.

O empreendedorismo como luta contra o racismo!

Mariana Fersan, da Associação de Afroempreendedorismo e da Frente Nacional Antirracista, do Rio Grande do Sul, sobre a importância do afroempreendedorismo, nos disse: “das formas mais potentes de desenvolvimento socioeconômico da população negra. À medida que pessoas negras tornam-se empresárias, podem romper com estruturas de mercado tradicionalmente racistas, como por exemplo: remunerações desigualitárias, dificuldades de ascensão ou contratação para alguns postos de trabalho estratégicos.

A atuação forte do empresariado negro junto ao Congresso Nacional, também pode contribuir para a elaboração e o fortalecimento políticas públicas voltadas ao desenvolvimento do empreendedorismo para que membros da comunidade negra figurem como protagonistas de mercado.”

O Professor Juarez Xavier estava comando uma banca de averiguação e mesmo assim atendeu gentilmente, o Jornal Empoderado. Ouçam os áudios:

Sobre a Comunicação na luta Antirracista:

O papel do fotógrafo e militante Januário Garcia, que faleceu aos 77 anos, de Covid, esta semana:

Esta matéria é dedicada a duas grandes personalidades do movimento negro. Primeiro o Dr. Luiz Gama (abolicionista, advogado e jornalista), que nesta semana recebeu do “Conselho Universitário da USP – Universidade de S. Paulo” a aprovação da concessão do título de doctor honoris-causa póstumo.  Além de Gama, o Empoderado, dedica esta matéria ao gigante fotógrafo e militante Januário Garcia que foi e continuará sendo uma referencia na comunicação e na militância negra. Garcia nos deixou, ao 77 anos, de Covid.

 

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