O Sarau na Quebrada é um coletivo que atua em Santo André, no Jardim Santo André desde 2011 e como outras iniciativas das periferias, enfrentou e enfrenta desafios que perpassam questões ideológicas, cuja narrativa legitimada é um modelo que sistemicamente exclui outros. O caminho percorrido , para além de criar um espaço de livre manifestação artística, foi fomentar o debate sobre direitos culturais na favela e fortalecer outros grupos com suas diversas vertentes artísticas e culturais entrelaçando uma rede.
Dando continuidade à ampliação dessa rede, o projeto idealizado pelo coletivo Sarau na Quebrada: Poesia Sambada na Quebrada, contemplado no edital PROAC Nº33/2020, promoverá o encontro de artistas, poetas e músicos da região ABCDMRR. Sem aglomeração, os encontros onlines começarão no dia 17 desse mês, toda quinta-feira, às 20h, encerrando-se no dia 8 de julho, sempre com a presença da Bateria Ritmonstro, propondo um encontro intergeracional e um intercâmbio de vivências entre o sarau e outros convidados.
Fundada em 2015 por torcedores da Sociedade Esportiva Vila Suíça – Santo André, a Bateria Ritmonstro, tinha o intuito de trazer e formar novos ritmistas para compor o quadro da bateria, no entanto a ideia inicial tomou outra dimensão, estabelecendo-se como um projeto social que proporciona gratuitamente à região vivências com os ritmos percussivos e ensino de ritmos brasileiros às crianças, tornou-se um ponto onde novo e o ancestral coexistem e a perpetuação da cultura afro é continuamente vivificada.
O samba que tem seu berço na Bahia do séc XIX, da combinação dos ritmos africanos, surgiu das festas que os pretos faziam cantando e tocando instrumentos em roda. Levado para o Rio de Janeiro por migrantes da Bahia, ex escravizados, o samba, como outras manifestações, era proibido e criminalizado por ser dos povos pretos, por isso era feito dentro de casa, a exemplo, o casarão da mãe de santo Hilária Batista de Almeida ou Tia Ciata como era conhecida e é lembrada até hoje, é uma referência marcante na linha da história do samba, um lugar de festejo e nascedouro de grandes sambistas, como seu neto Bucy Moreira, que aprendeu com ela vários segredos dessa magia.
Difundido nas periferias continua resistindo, preservando saberes e ao mesmo tempo se mutando nas encruzilhadas dos encontros, cujos saraus vão sendo o novo terreiro da magia que é o samba. Mediada pelo articulador e produtor Cultural Neri Silvestre essa roda virtual traz a presença do intérprete de samba e presidente da S.E Vila Suíça, Luiz Carlos (Nunuca); o professor e Coordenador do Centro de Estudo Periféricos, Tiaraju Pablo D’Andrea; o poeta performático Edson Almeida; a multiartista e produtora cultural Lília Reis; a rapper e assistente Social Márcia Rimação; o rapper Nego Dabes e o escritor poeta e barbeiro Hélio Neri.
Serviço:
Onde: https://www.facebook.com/saraunaquebrada
Data e horário: sempre às 20h
1º live 17/06/202
2º live 24/06
3º live 01/07
4º live 8/07
Contato: Neri Silvestre (11) 96326 8063
É articulador e gestor cultural, idealizador do Sarau na Quebrada, poeta e agitador cultural. Sempre foi um sujeito inquieto. Quando jovem lança com o grêmio escolar o Jornal Macunaíma, daí não parou mais. Esteve à frente como coordenador do 1°Ponto de Cultura de Santo André de 2010 a 2013. Produziu inúmeros eventos que vão da música à literatura.