Um levantamento muito interessante realizado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social) concluiu que há um grupo crescente da população, com idades entre 15 e 29 anos que não estuda e nem trabalham — os chamados “nem-nem”. E bate em plena pandemia, um recorde histórico, de 29,33%, no segundo trimestre do ano passado, o maior desde os registros de 2012.
“Diante desses dados é preciso planejar urgentemente programas de inclusão no mercado de trabalho”. Avalia o Profº. Drº. Babalawô Ivanir dos Santos (PPGHC/ UFRJ/CCIR e CEAP).
Um quadro desolador, o estudo do FGV Social aponta que, além de aumentar em quantidade assustadora nos últimos anos, o perfil dos jovens “nem-nem” é composto, em grande parte, por pessoas menos privilegiadas no mercado de trabalho: mulheres, negros, pessoas sem instrução e que habitam nas regiões mais pobres do país: Norte e Nordeste, ou seja, uma geração que não contribuirá para o crescimento do país e estará fadada à margem da sociedade, as conseqüências serão irreparáveis.
“A educação é um direito garantido por lei para todos os cidadãos. Um país que não investe em educação não está zelando pelo seu futuro, precisamos construir estratégias possíveis para o acesso à educação e ao mercado de trabalho”, acentua o Prof.
A pesquisa traz outras avaliações, vale dar uma conferida. O levantamento da FGV Social teve como referência os dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, publicada periodicamente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).