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Encarecimento de produtos básicos agrava desigualdade social

O aumento no preço de diversos produtos está assustando os brasileiros, principalmente aqueles que ganham menos. O arroz e o feijão são apontados como os grandes vilões, já que são itens básicos do dia a dia.

O arroz, por exemplo, teve a maior alta acumulada desde 2008. Em São Paulo, o produto está custando 25,7% do que o começo do ano, de acordo com o Índice de Preços dos Supermercados, calculado em parceria com a Fipe¹.

A grande questão é que, mais uma vez, a mudança na economia tem afetado principalmente quem tem menor rendimento. Um pacote de arroz que custa R$ 25, por exemplo, representa 2,39% da renda de quem ganha um salário mínimo.

Uma pessoa que recebe R$ 5 mil, por outro lado, destina 0,5% do rendimento para a compra do mesmo produto. Além de o governo já ter justificado os aumentos, a expectativa é que a inflação aumente de 2,09% para 2,35%, segundo a última estimativa do Ministério da Economia².

Quando os preços irão diminuir?

A pergunta que não quer calar e que é feita por brasileiros de todas as regiões é: quando os preços irão diminuir? A verdade é que ninguém sabe ao certo. Até porque, existem vários motivos pelos quais isso está ocorrendo.

Para o governo, o auxílio emergencial provocou um aumento de consumidores aos supermercados, o que fez com que vários produtos aumentassem de preço. Porém, apenas essa justificativa é insuficiente para entender o cenário atual.

No caso do arroz, por exemplo, a desvalorização do dólar fez com que o alimento brasileiro fosse mais valorizado no exterior. O resultado? O mercado interno foi deixado de lado, o que também influenciou no preço do alimento.

Imagem: https://unsplash.com/photos/5ze1ouvzSM8

O que está sendo feito?

Órgãos de defesa do consumidor estão indo aos supermercados e notificando aqueles que estão praticando preços abusivos. Mesmo com a diminuição de alguns produtos, como o arroz, a variação cambial e até a alta procura, este não é o momento para extrapolar no quanto é cobrado.

O Brasil perdeu 8,9 milhões de vagas formais³ em três meses deste ano. Isso é reflexo de milhares de estabelecimentos que tiveram que fechar as contas, por conta da diminuição da demanda.

Apesar do auxílio emergencial, o valor ainda é baixo para muitas famílias. Nesse cenário, o preço de cada alimento da mesa tem um grande impacto.

Algumas redes de supermercados, diante desses desafios para grande parte dos brasileiros, está realizando promoções fora de hora. Muitas delas podem até ser consultadas pela internet, sem precisar se deslocar até a loja.

Um pacote de feijão no folheto do Extra, por exemplo, sai a partir de R$ 6,29. Diante dessa realidade, algumas alternativas podem ser:

  • deixar para fazer compras grandes depois, como uma troca de celular;

  • comprar primeiro os itens indispensáveis (arroz e feijão) e só depois pensar nos demais produtos;

  • abrir mão da marca favorita, se ela estiver cara;

  • pesquisar o preço médio do que deseja comprar antes de sair de casa.

Ainda que essas medidas não sejam suficientes para fugir dos preços altos, é importante tomar bastante atenção nesse momento. O dinheiro brasileiro está valendo menos, quando a população mais precisa dele. O jeito é esperar que, principalmente os alimentos, voltem a custar valores justos em breve.

Por Luana Biral 

Fontes:

1: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/09/14/preco-do-arroz-tem-maior-alta-acumulada-desde-2008-diz-associacao.htm

2: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/09/15/salario-minimo-em-2021-sera-de-r-106955-se-inpc-chegar-a-235-em-2020.htm

3: https://oglobo.globo.com/economia/com-pandemia-pais-perde-89-milhoes-de-vagas-em-apenas-um-trimestre-24570428

4: https://www.kimbino.com.br/extra/

Foto de capa: Joenomias / https://unsplash.com/photos/5ze1ouvzSM8

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