Neste sábado, 09, o grupo cultural Jongo da Serrinha aporta em São Paulo, para compor a Noite dos Tambores, uma celebração coletiva dos toques, batidas, levadas, timbres, enfim toda a diversidade rítmica que ecoa da música percussiva. Com entrada gratuita, o encontro inicia as 19h, na Casa de cultura M`Boi Mirim, localizada na Av. Inácio Dias da Silva, s/nº – Piraporinha, São Paulo.
O jongo é uma dança de matriz africana, da região do Congo e Angola. Chegou ao Brasil-Colônia por meio dos negros de origem bantu, escravizados e trazidos para o trabalho forçado nas fazendas de café da região sudeste do país.
“Ter o Jongo conosco é um desejo nosso desde o início do projeto, outros grupos de jongo aqui da nossa região já estiveram no festival, mas a vinda do da Serrinha é um presente, é parte do nosso DNA tambor, é o guardião do nosso àsé rítmico”, conta Euller Alves – coordenador do projeto.
Nascido no morro da Serrinha, em Madureira, clássico subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, o Jongo da Serrinha, foi criado no final da década de 60, pelo mestre Darcy. Desde 2000, transformou-se em uma organização social, que promove ações integradas entre cultura, arte, memória, desenvolvimento social, trabalho e renda. Em sua sede, são mantidos o Centro de Memória, a Escola de Jongo com aulas de canto, percussão, capoeira e desenvolvimento de ações da cultura popular e griô.
Para Lazir Sinval, coordenadora artística do grupo cultural, participar da Noite dos tambores será energizante, especial e muito importante nesse momento. “A perda de nossa matriarca Tia Maria e da tão querida e especial jongueira Luiza Marmello tem nos alertado que cada vez mais precisamos repassar nossos ensinamentos, explica Lazir Sinval. Tem sido um ano dolorido, mas de muito aprendizado. E como uma verdadeira família, vamos enfrentando as lutas e assim como mestre Darcy o fez, deixando um legado, relembrando sempre que o jongo é uma família e como patrimônio imaterial do Brasil precisa ser preservado e cultuado por toda a comunidade”, finaliza Lazir.