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março 28, 2019
5:25 pm

Sarau na quebrada, periferia organizada. Periferia organizada, sarau na quebrada !

Categorias: Agenda Cultural, Racismo e Injúria Racial
Niz Souza
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Niz Souza

_{Dança, música, poesia, artes cênicas, literatura, produção audiovisual, arte urbana elencaracam no último dia 24 de março, elencaram a existência e resistência de 8 anos do coletivo sociocultural “Sarau na Quebrada”. O evento aquilombou com grande estilo diversos artistas importantes da região do ABC de São Paulo, entre eles os rappers Márcia Rimação, Nego Dabes e Buía Kalunga cujos repertórios abordam temas como o feminicídio e a vivência da mulher nas periferias, o genocidio e a marginalização da população pobre e negra, preconceito e racismo entre outras crônicas e crítcas sobre a responsabilidade do Estado na exclusão social no País.}

_{A poetisa e educadora Lilian Sankofa, do “Coletivo Revolucionário Josima Machel” mediou importante roda de conversa e debate sobre “A auto estima de meninas pretas em escolas racializadas” trazendo o tema sobre a importância da participação da mulher negra na construção do feminismo.}

_{As pautas literárias do evento ficaram por conta dos escritores e poetas, Hélio Neri que lançou o seu quinto livro, intitulado ” Sessões Diárias”, Tati Fernandes, que performou dança circular e poesia, Glaucia Adriani, Winnie Arteira Barros e Germano Gonçalves que recitaram emblematicamente seus poemas e versos.}

_{A edição especial de aniversário do “Coletivo Sarau na Quebrada”, ainda tiveram as participações especiais dos artistas Juliana Ferraz ( dança), Emerson dos Santos e Raifah Monteiro, do grupo Afro Sol ( Percussão ) Paty Crispim ( Artes Cênicas), Hélio Costa ( Artes Circenses ), Alberto Roko ( Grafite ) , Ricardo Palmieri ( Cultura Popular / Moda de Viola ), Lab Urbe ( Produção Audiovisual / Documentário ” Viela de Passagem” – 2018 ) e Bia Sankofa ( Discotequagem )}

_{Um pouco sobre o “Sarau na Quebrada”}

_{Em 2008 o Coletivo participou de uma reunião em São Caetano do Sul com o Ministério da Cultura do Estado e do Município, sobre os editais dos Pontos de Cultura e os idealizadores do “Sarau na Quebrada”, Neri Silvestre e Glaucia Adriani resolveram escrever um projeto para terem acesso aos recursos para desenvolverem ações de políticas públicas nesses espaços.}

_{O Sarau na Quebrada é o primeiro ponto de Cultura de Santo André, fomentado pela iniciativa governamental “Cultura Viva” em 2009, após serem agraciados com um importante prêmio na área.}

_{Em 2011, para saldarem uma dívida no valor de 5 mil reais originada pelas administrações anteriores no centro comunitário, o coletivo fez o primeiro evento intitulado “A Noite da Pizza” desde então vem consolidando-se como importante espaço de articulação artística na região do ABC, sendo comtemplados com dois Proacs, participando de inúmeras Viradas Culturais, oficinas nos Sescs entre outras importantes ações de fortalecimento, resistência e militância cultural na região.}

_{Para o idealizador do “Sarau na Quebrada”, Neri Silvestre: “A cultura é um direito, uma necessidade humana e é necessário que tenhamos esses processos e toda vez que uma pessoa tem acesso a sua cultura e descobre o seu fazer, elas têm acesso a beleza, a bondade, ao condimento, ao encantamento e a fluição espiritual.”}

_{” O Sarau na Quebrada representa pra mim a liberdade, o amor, esse lado afetivo da vida, você se reconhecer no outro” –}_{Nego Dabes – Rapper}

_{” Esse coletivo veio para me lapidar, eu era uma pedra embrutecida, eu já escrevia até os meus 15 anos e durante um processo na minha vida eu fiquei sem escrever e quando eu encontrei a poesia novamente, isso me desconstruiu, me lapidando como um diamante ”}_{– Glaucia Adriani – Educadora Social, Escritora e idealizadora do “Sarau Na Quebrada”}

_{“É importante ter um espaço desse em Santo André há tanto tempo né !? Há 8 anos, principalmente nesse momento de transição de um governo ainda mais nesse momento de transição de um governo que existia que era mais progressista e estreitou para nós trabalhadores da cultura (…). ”}_{– Buía Kalunga – Músico, Percussuonista, Arte Educador e Militante do grupo Kilombagem.}

_{“O Sarau na Quebrada traz um significado intenso para mim, pela força que se reproduz, pelas suas bandeiras de luta. Um espaço de resistência. A arte através da cartase é capaz de nos tocar pelas suas diversas expressões e o sarau traz sua contribuição tanto no fortalecimento do uso da fala como um incentivo à leitura e a escrita. Segundo o filósofo Aristóteles, a cartase é o processo de purificação do homem quando entra em contato com alguma obra artística. Esee espaço me abraçou, entrelaçou com a cultura Hip Hop, resgatou minha história enquanto MC, proporcionou força e impulsionou meu amor pelo Rap e me tocou profundamente” – Márcia Rimação – Rapper e Mc.}