Sexta-feira, dia 17 de maio, na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, aconteceu um ato que homenageou o político, escritor, advogado, abolicionista e jornalista Luiz Gama.
Se no século 19 foi popular e uma referência, a partir do século 20 foi esquecido, voltando a ser lembrado de forma justa e necessária. Mesmo com atraso, Gama está sendo reconhecido pelo seu inegável valor e préstimos a sociedade negra, da advocacia, literatura e para jornalistas que buscam a escrita talentosa e responsável do abolicionista.
Advogado e abolicionista
Foi um advogado que arrastou multidões em seus julgamentos e com eloquência e habilidade buscou sua própria liberdade Um abolicionista incansável que livrou das garras de “reis de terras e escravos”, seres humanos escravizados.
Teve importância não somente para o povo negro (a), mas também para o mundo como um homem que lutava pela vida e a liberdade.
De forma magistral o abolicionista se valeu de uma lei de 1831 que extinguia e proibia o tráfico de africanos e assim acabou libertando mais de 500 escravizados. E quem ainda tivesse escravos seria de forma ilegal.
Assim nasce um rival
Suas ações chamavam a atenção pela sua retórica afinada e seu alto grau de intelectualidade que acabava irritando poderosos da época.
Um rival que teve durante a vida foi o juiz Rego Freitas, que hoje dá seu nome a rua que abriga o Sindicato dos Jornalistas e o Barão de Itararé. Este não aceitava o abolicionista e suas vitórias, tentando a todo custo atrapalha-lo. Mas a fama de Gama só aumentava e multidões iam vê-lo atuar nos tribunais. Os paulistanos acompanhavam pelo jornal a peleja.
Jornalista magistral
No jornalismo foi a frente do seu tempo. Aqui se conta mais um capítulo desse homem que escreveu, foi pioneiro, referência e noticiado em todas as mídias da época. Sua importância para jornalismo negro é inegável, mas Gama foi além e se tornou importante para o jornalismo como um todo. Foi, por exemplo, jornalista do importante jornal da época, o Correio Paulistano.
Juntamente com o caricaturista Ângelo Agostini, que hoje é prêmio no mundo das Histórias em Quadrinhos, fundou o primeiro jornal ilustrado da Cidade de São Paulo, o “Diabo Coxo”, em 1864.
Homenagem póstuma
Em um ato histórico, a Comissão de Jornalistas Pela Igualdade Racial (Cojira), órgão do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, promoveu outra manifestação ao conceder uma placa em homenagem a Luiz Gama, em reconhecimento ao lindo trabalho feito pelo jornalista.
Se no passado recente teve um busto com o nariz virado para rua que tem nome de seu grande algoz: Rego Freitas, hoje na rua de mesmo nome ele tem uma placa em reconhecimento aos seus feitos jornalísticos.
Estiveram na homenagem ao icônico jornalista, Luiz Gama, o ator, jornalista e escritor Oswaldo Faustino, a Professora e Doutora Ligia Ferreira, com mediação da jornalista Cinthia Gomes.
“As terras do Cruzeiro, sem reis e sem escravos”. – Luiz Gama.
“as terras do Cruzeiro, sem reis e sem escravos”. – Luiz Gama.