Um filho teu não foge a LUTA

Dia 6 de Abril, sexta-feira, por volta das 16h40 ao se aproximar o prazo que a justiça deu ao ex-presidente Lula para se entregar na sede da Policia Federal, sentia-se uma tensão em São Bernardo do Campo, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

As milhares de pessoas que estiveram em vigília no ABC e no sindicato mostraram quão importante o lado que se escolhe para lutar e mais uma vez a estrela que parecia ofuscada por uma decisão de uma corte de magistrados que nunca dialogou com o popular mostrou sua força. A forma que tratam aqueles que ousam se levantar contra o sistema e dar oportunidades para os menos afortunados se revelou em toda a sua crueldade: tentam eliminar da história de quem luta pelo povo.

O Jornal Empoderados sempre lutou pela democratização da mídia, fez críticas à omissão dos governos petistas em relação a isso mas neste dia a mídia contra-hegemônica e independente teve um papel fundamental para traduzir o grito de toda aquela multidão que lá foi chegando e mais e mais, não só petistas, não só lulistas. Muita gente inconformada com os desmandos, com a retirada de direitos, com a afirmação da luta do povo preto e preta.

Todos foram lá dar um basta contra os legisladores e gestores não comprometidos com o bem da maioria do povo brasileiro. Legisladores e governantes golpistas que colocam à venda o nosso patrimônio moral, ético, cultural e econômico, nossas conquistas, nossos direitos tentando aniquilar a esperança de um Brasil mais humano e popular.

O Jornal Empoderado escolheu estar com quem sempre foi vulnerável, com quem estava à margem e sofreu com a indiferença das políticas públicas excludentes. O JE vem nesse momento estender as mãos e ficar do lado de quem trouxe benefícios reais para povo. Muitas políticas públicas implantadas pelo Lula, beneficiaram quem menos tem. Muito ainda precisa ser feito mas não aceitamos retrocessos e não se pode apagar a história.

O povo ali presente foi reafirmar a indignação pela injustiça do julgamento, que as ideias e as vozes de Lula continuarão ecoando em cada mente e em cada coração: mãos pretas, indígenas, LGBTs, dos pobres, dos excluídos, de mãos solidárias de toda pessoa que usufruiu ou apoiou projetos do ex-presidente, que deram dignidade a muitas pessoas antes excluídas e que caminhavam para um rumo de um país com soberania e mais justiça e dignidade para todos.

Sábado, durante a celebração ecumênica pelo aniversário da dona Marisa Letícia, foi feito um resgate da história e selada uma comunhão pela democracia e pelos direitos humanos.
O que hoje estamos vivendo, não é o combate à corrupção mas um aniquilamento dos direitos conquistados, um compromisso judicial com o desmonte destas conquistas e uma farsa global da grande mídia sempre junto dos poderosos ajudando a destruir o pais.

Lula, uma liderança política do país, reconhecida no mundo todo como uma das principais lideranças do século XXI é ceifado de sua liberdade e se torna nas mãos de um Judiciário, Executivo e Legislativo corruptos, um preso político. A prisão de Lula sem comprovação do crime e sem direito de defesa é quebra da democracia e falta de cumprimento da Constituição. É o Brasil da repressão, da violência, da segregação, do cerceamento de direitos de defesa, da discriminação, do ódio, da ditadura.

Esperamos que neste momento tão delicado de nossa democracia o que se viveu em São Bernardo, o que se está vivendo com a resistência popular desencadeada com a prisão de Lula em Curitiba e por todo o Brasil, com as denúncias encaminhadas e manifestações em vários países do mundo, se fortaleça a união das forças progressistas que acreditam num mundo mais digno para todos.

Esperamos que as mãos não se soltem e possam caminhar juntas pela reconstrução da democracia, por um Brasil mais justo e melhor para o povo mais vulnerável. Que as falas cheguem às periferias e aos lugares mais longes de nosso país, que os atos se espalhem por onde o povo vive e dorme e não apenas onde trabalha.

Passados 50 anos do assassinato de Martin Luther King, importante líder e ativista, o mundo para diante de uma tentativa de morte, nesse caso simbólica, de um homem que teve como crime ousar fazer o povo ter vez e voz.

Como disse Lula, em seu discurso antes de se apresentar à Polícia Federal, ele transferiu para todos nós a responsabilidade de lutar e defender suas ideias. “Meu coração baterá no coração de vocês… Os poderosos poderão matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão impedir a chegada da primavera… e a luta é de todos nós”.

Como bem lembrou a companheira de luta Thalita Oshido sobre o discurso do Lula :”A morte (prisão) de um combatente não para uma revolução”!

Vamos em frente, um filho teu não foge à luta!