Jornal Empoderado no Fórum Social Mundial 2018
O Jornal Empoderado foi ao Fórum a convite dos Jornalistas Livres. Um momento que reafirma que o trabalho feito no JE está dando frutos, pois antes já tinha ido ao Rio fazer matéria. Outro ponto importante para se salientar é que o JE passa por uma fase financeira muito difícil e não teria condições de custear qualquer viagem, só mesmo por convite.
Será analisado neste artigo como foi a relação entre um Jornal que visa dar voz aos invisíveis e faz o recorte racial com um evento que tinha negros(as) do mundo todo. A tal empatia étnica existiu?
Um evento que nasceu para discutir entre tantos temas a diversidade e a luta contra o racismo, é sim um local de para discutir o empoderamento do povo preto(a). E foi feito isso para além do universo Fórum. A cidade de Salvador respira empoderamento e resistência.
Através de algumas experiências poderemos ao final desse artigo pensar como a mídia negra independente pode contribuir para essa sociedade mais justa, humana e preta.
Primeiramente Salvador é uma cidade que carrega em seu ventre a história negra. Ali aportaram os primeiros escravos.
Em uma situação muito autoexplicativa, quando pedido para um grupo de hoje amigos negros que vieram de para posar e um dos que ali estavam advertiu para que antes da foto pudesse saber o nome do jornalista e um pouco da sua história, algo normal de onde vem: Guiné Bissal, ou seja, um pito étnico.
Um outro caso foi de um senhor em situação de rua no Pelourinho ao saber que falar com um jornal negro ofereceu sua casa como estadia. Disse que mesmo sendo um quarto ali poderia descansar se precisasse. Houve uma preocupação se a pessoa que ali estava teria onde dormir.
Em manifestações ou em atendimentos no comércio, era um sorriso que convidava e estendia mãos. A Bahia pode ter seus problemas e os têm, porem quem é negro(a) poderia fazer dali sua meca nacional. A experiência de estar em um lugar que você vai se enxergar como igual, falar a mesma língua e sentir a dor do próximo de forma real esse lugar tem nome: Salvador.
Existiam muitas barracas vendendo livros, roupas e até comida. Em todas sem exceção o Jornal Empoderado foi muito bem recebido. Chegando a divulgar em suas mídias sociais alguns trabalhos. Mas um artista em especial guardaremos pela gentileza, amizade e trabalho como escritor. É o colombiano David Cabezas e sua obra: Escritos de Viaje. Uma obra que estará na biblioteca do Jornal com muito carinho.
Após uma entrevista ao vivo pela página dos Jornalistas Livres com o Braúna, ao mencionar sobre o JE e sua linha editorial, ele se sentiu confortável em confidenciar um ato de racismo feito por um taxista. O Braúna trabalha com artesanato e é capoeirista. Já está há 24 anos na estrada vendendo sua arte juntamente com sua companheira.
O que fica dessa viagem foi a etno cumplicidade na relação Jornal Empoderado e o povo negro(a) em Salvador. Que mostra que o caminho escolhido vale muita a pena. E continuaremos a dar Voz aos(as) Invisíveis.
O Fórum Social Mundial de 2018 proporcionou que pretos e pretas do mundo todo se confraternizassem e trocassem experiências. Foi uma demonstração que um mundo melhor entre nós é possível. E o JE está ai para ajudar contribuir nessa muqueca de etno cumplicidade. Axé!