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O 8 de março deve ser visto como momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres, impedindo que retrocessos ameacem o que já foi alcançado em diversos países.

Nada tem tanta força de empoderamento quanto o autoconhecimento. Durante uma conversa com a psicóloga Silmara Vicente, em seu consultório estava em pauta a autoestima feminina, a necessidade do endosso do outro, a dissociação do sucesso profissional com o emocional, o abismo entre como a mulher se enxerga e a percepção do outro e a perda da identidade.

Entendemos que a moda é uma ferramenta no resgate do autoconhecimento, sendo usada como pano de fundo, visto que na maioria das vezes a mulher não traz a autoestima como demanda para a psicoterapia.

Vivemos em um momento de questionamento sobre o poder da forma como nos vestimos. As influências que temos e quem influenciamos. Tudo isso está envolvido em uma atmosfera crescente e de reflexão sobre o que mostra a nossa personalidade. Até porque uma das funcionalidades das roupas, além da proteção e do adorno, é a expressão.

Vivemos um paradoxo: de um lado, a nossa vontade de sermos representantes de nós mesmas, de viver os nossos próprios personagens, segundo o nosso gosto, nossas opiniões. De outro lado, a necessidade de se enquadrar no que esperam que a gente seja.

Tudo o que somos e pensamos acaba sendo refletido na roupa de uma ou de outra maneira, através de uma cor, de uma estampa ou de uma forma, por exemplo. A moda é uma ferramenta que dá lugar e voz, seja para expôr suas lutas, seja para ser uma expressão do que a gente curte, seja para quebrar padrões.

Caminhamos cada vez mais para uma moda empoderada, que foge dos padrões sociais estabelecidos para os gêneros e celebra a personalidade e as vontades de cada um. Anseio a hora em que ninguém será julgado simplesmente pela forma que se veste e a moda será apenas a expressão daquilo que estamos sentindo – do nosso empoderamento.

Empoderamento, esta palavra está no centro da roda de debates relacionados à mulher e pode passar, sim, pela moda e pela beleza.

Sem precisar se estereotipar para validar quem é, a mulher pode e usa a moda como expressão de si e não apenas como consumo.

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