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Cores – A revolução começa no quarto de brinquedos

Mel a criança trans do livro questionando generos

É um quadrinho de (des) construção dos preconceitos nossos de cada dia através de uma linguagem inclusiva, para todas as idades, e utilizando como ferramenta de conscientização diversos diálogos entre um grupo de crianças. Entre os assuntos discutidos estão igualdade de gêneros, transexualidade, casais homossexuais com filhos.

Os personagens são um grupo de crianças intencionalmente heterogêneas, com diferentes estruturas familiares, etnias e necessidades sociais. Os personagens são muito distintos entre si e trazem crianças extremamente conscientes e auto politizadas que tentam revolucionar suas próprias vidas e sair das caixinhas em que são postas assim que nascem.

A representatividade da HQ é um ponto a parte, como apresentado no prefácio da obra a ideia é dar voz a grupos invisibilizados como o Ro um cadeirante filho de um casal separado e que o pai é homossexual, e Mel uma garota negra e trans que é uma cientista mirim. Entre os personagens principais estão Lila, uma ativista mirim nata e Su, uma das minhas personagens favoritas, uma criança com cara blasé que não se obriga a nada. Entre os personagens masculinos vale citar Leco um garoto que tem duas irmãs, sendo uma adotada, e que é um desconstruído nato, brinca com bonecas e não vê ofensa alguma em ser chamado de mulherzinha.

A linguagem utilizada na HQ é simples e descomplicada, as cores e o traço da Carol não têm nada de rebuscado e são muito expressivos. O livro é composto por tirinhas e por uma história inédita. Esse é o primeiro trabalho em quadrinhos da autora e foi financiado coletivamente. A HQ traz ainda extras contando sobre a montagem dos personagens principais.

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Um questionamento implícito apresentado na HQ é a descaracterização de crianças enquanto cidadãos integrantes da sociedade com suas próprias ideias e necessidades. Em tempos de movimentos childfree*, essa é uma reflexão mais que necessária.

Carol Rosseti traz ao longo da sua carreira muita preocupação com questões igualdade em todos os âmbitos o que rendeu parcerias com a ONU em diversos projetos. Outro trabalho de Carol é Mulheres Retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade que apresenta mulheres e suas mais diversas vivências sem os julgamentos habituais. A Carol estará no Artists Alley da CCXP 2017, dividindo mesa com a Rebeca Prado. яндекс

ilustradoras-Carol-rossetti

*Childfree é um movimento prega a criação de zona de silêncio onde só seria permitida a entrada de pessoas acima de certa idade. Há estabelecimentos, como hotéis e restaurantes, apoiando o movimento justificando que é necessário garantir a tranquilidade para todos os frequentadores.

NOTA

Não deixe de curtir nossas mídias sociais. Fortaleça a mídia negra e periférica

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