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Zona Agbara  retorna aos palcos com”Vênus Negra – Um manual de como engolir o mundo!”

Por Lau Francisco

 

Grupo apresenta também o inédito “O que costumo engolir”,  performance que integra o projeto e é um fragmento do espetáculo

“Vênus Negra – Um manual de como engolir o mundo!” é um projeto que propõe a criação de um espetáculo de dança que utiliza como inspiração Saartjie Baartman, a Vênus Negra, mulher negra e gorda que há dois séculos foi exibida em uma jaula na Europa por ter proporções avantajadas. Saarthie foi levada para o velho continente e transformada em uma atração de circo em Londres e Paris.

Sucesso de público, o espetáculo volta aos palcos após comemorar apresentações com casa cheia e filas na porta. Desta vez, as meninas Agbaras levarão a peça, que mescla dança e teatro, a locais como o CITA, Sesc Pompéia, Funarte, entre outros, nos meses de outubro e novembro (programação abaixo). Como parte integrante do projeto, as Agbaras trazem um fragmento do espetáculo em formato de perfomance denominado “O que costumo engolir”, com interpretação da diretora e coreógrafa Gal Martins.

Sobre “Venus Negra – Um manual de como engolir o mundo”

Contemplado pelo edital PROAC Culturas Negras, o espetáculo retrata cinco corpos (as intérpretes criadoras Fabiana Pimenta, Dandara Gomes, Luciane Barros e Gal Martins)  que se desnudam e se lançam na experiência singular de traduzir os processos que tangem suas existências e suas relações sociais. “É como se fôssemos as Vênus contemporâneas. Vamos nos reunir para quebrar padrões, inserir um papel estético no mundo, sem repressão da família ou da sociedade. Achamos importante, diante deste atual contexto, demarcar o espaço, por isso inclusive de se inserir o termo “zona” no projeto”, explica Gal Martins diretora do espetáculo.

Antes de o projeto Agbara chegar ao resultado deste espetáculo, foram promovidas discussões que auxiliaram no processo de construção. Temas como “Feminismo Negro e Gordofobia”, “Afetividade da Mulher Negra e Maternidade”, “Mulheres Negras Encarceradas e Mercado de Trabalho”, “Identidade de Gênero”, “Saúde Mental da Mulher Negra” e “Beleza, estética negra e religiosidade” foram abordados junto ao público, sempre com uma performance de dança ao final das atividades, criada a partir do que foi discutido durante o encontro.

Retratamos as Vênus Negras de hoje, do agora e do depois. No palco, teremos corpos em constante afirmação e protesto, corpos que demarcam espaços simbólicos e geográficos. São cinco intérpretes criadoras, pretas e gordas no afronte, como pontas de lança que sangram, mas deixam marcas fincadas na terra, engolindo o mundo e os resquícios da perversidade humana, regurgitando simbologias de resistência” descreve Gal Martins.

Performance: “O que costumo engolir”

O QUE EU COSTUMO ENGOLIR? é uma provocação cênica que retrata cotidiano da mulher preta e gorda e na sua tentativa constante de afirmação.

É uma performance onde o público é convidado a participar diretamente e responder este questionamento que leva o título através de um contato direto com as intérpretes. Com as interações, serão ativados fragmentos coreográficos que criam um estado de presença e de regurgitar as condições para qual esses corpos são designados.

A performance foi construída a partir do conceito de que o corpo sempre foi um espaço de disputa e, ao longo da história, ele foi modelado e remodelado a partir de uma série de discursos normatizantes e disciplinadores. Tomando o homem branco ocidental como símbolo máximo e universal da humanidade e civilização, cientistas europeus dissecaram, mediram, patologizaram e classificaram os corpos considerados desviantes do padrão masculino e eurocêntrico. Esse discurso científico justificou uma série de práticas políticas racistas e sexistas, institucionais ou não que permanecem até os dias de hoje.

O que é Agbara?

AGBARA no dialeto Yorubá significa potência e força. Um nome significativo e simbólico que batizou o novo projeto idealizado pela artista da dança Gal Martins. Ela juntou-se a Dandara Gomes, Luciene Barros e Fabiana Pimenta para criar a Zona AGBARA, um grupo de mulheres que expressam suas experiências através da criação em dança como principal ferramenta de transgressão e afirmação estética e social. Promove a visibilidade e valorização da produção artística de mulheres pretas e gordas.

 

Ficha Técnica

Concepção e Direção: Gal Martins Intérpretes Criadoras: Fabiana Pimenta, Dandara Gomes, Luciane Barros e Gal Martins Participação Especial e Preparação Corporal: Rosângela Alves Musicista Convidada: Analu Barbosa Figurino: Wellington All Letras Musicais: Fabiana Pimenta Texto: Gal Martins Edição de Trilha Sonora: Piu Dominó Colaboração em Arranjos Musicais: Luana Bayô Iluminação: Natália Tavares Fotografia: Sheila Signário Maquiagem: Mika Safro Produção Executiva: Gal Martins Produção Artística: Piu Dominó Assessoria de Imprensa: Lau Francisco Arte Gráfica: Kako Arancíbia

 

Temporada

Vênus Negra –  Um manual de como engolir o mundo!

Dia 27 de outubro, às 20h30, no CITA – Rua Haroldo de Azevedo, 20, Jd Bom Refúgio (frente a Praça do Campo Limpo)

15 de novembro, às 20h30, na Funarte – Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos – São Paulo (SP) – Tel. (11) 3662 5177

 

Performance: “O que costumo engolir”

04 de novembro, às 20h00, no Sesc Pompéia, R. Clélia, 93 – Pompeia (11) 3871-7700

 

ENTRADA FRANCA

Classificação: 10 anos

Nota: material de responsabilidade do produtor Lau Francisco

NOTA

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