Papo aconteceu na região central de São Paulo.
Na última terça-feira (15), aconteceu uma roda de conversa com a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Estiveram presentes representantes de diversas entidades e instituições, como a OAB, o Prerrô, o Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), a AASP (Associação dos Advogados de São Paulo) e o Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP). Também estiveram presentes acadêmicos, juristas, parlamentares de esquerda como Emídio de Souza (PT) e Paula Nunes (PSOL), além de personalidades como Douglas Belchior (Uneafro), Simone Nascimento (MNU), Claudinho Silva, AD Junior e a jornalista Mônica Bergamo. A AGU também marcou presença no debate.
O encontro teve como anfitriões Marco Aurélio De Carvalho, Pierpaolo Bottini, Priscila Pamela Santos e Sheila de Carvalho, membros do Grupo Prerrogativas. O evento ocorreu na região central de São Paulo, no espaço cedido pelo casal Luana Cruz Buttini e Pier Paolo Buttini.
Ministra responde: destaques do diálogo, com participação do Jornal Empoderado
A ministra demonstrou simpatia e atenção com todos os presentes, respondendo a todas as perguntas com cordialidade. Além disso, compartilhou a sua trajetória e falou sobre a tristeza de perder sua melhor amiga, a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. Anielle fez uma firme defesa defesa do legado e da memória de Marielle.
Anielle fala sobre Janja
A ministra também foi em defesa da amiga e socióloga Rosângela Lula da Silva, a Janja, destacando que a primeira-dama tem pleno direito de se posicionar sobre temas que domina. Anielle comentou o episódio em que Janja fez duras criticas sobre a rede social TikTok durante uma reunião da comitiva brasileira com o presidente da China, Xi Jinping (PCCh). “Toda mulher em posição de poder tem o direito de falar e se posicionar. Quando Janja fala, ela é atacada de forma desproporcional. Isso não recai só sobre ela, mas sobre todas nós. Precisamos nos apoiar e ocupar esses espaços com firmeza”, disse.
Respondendo perguntas dos(as) presentes

Ela ouviu de André, presidente da UNEGRO, um pedido de apoio à 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Alex Minduim trouxe à pauta a importância de ações antirracistas no futebol, além de destacar os 10 anos da Marcha das Mulheres Negras. Já o jornalista Anderson Moraes, fundador do JE, questionou a Ministra da Igualdade Racial sobre como o ministério tem pensado políticas voltadas às mídias pretas e à proteção de mídia ativistas negros e negras, especialmente diante das vulnerabilidades enfrentadas por esses profissionais.
Em resposta, Anielle reafirmou o compromisso do ministério com a valorização das mídias negras e independentes. A ministra destacou a criação de um plano de comunicação antirracista, elaborado em parceria com a Secretaria de Comunicação Social (Secom) e com a participação de diversas mídias negras, como Alma Preta e Voz das Comunidades. O objetivo é combater estereótipos na cobertura da população negra e garantir o fortalecimento de narrativas produzidas por veículos comprometidos com a justiça racial.

“Criamos esse plano justamente a partir do incômodo com a forma como a mídia tradicional noticia casos envolvendo jovens negros. É uma disputa de narrativas. E precisamos estar firmes nela”, declarou. Anielle também informou que o ministério está organizando um seminário com mídias negras, previsto para junho, e reforçou a importância da troca direta com comunicadores para que demandas específicas sejam acolhidas e atendidas.
Por fim, ela reafirmou que seu ministério está de portas abertas para diálogo com mídia ativistas e veículos independentes negros, reconhecendo o papel estratégico que exercem na construção de uma comunicação mais justa e representativa.
Ouvimos a Dra. Sandra Monção

A advogada Sandra Monção fez um pronunciamento incisivo em nome de diversas entidades da sociedade civil. Ela se manifestou exigindo maior representatividade negra no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
O foco da intervenção foi a atual abertura de três vagas para desembargadores na corte paulista. A advogada destacou a urgência de garantir que, ao menos uma dessas cadeiras, seja ocupada por uma pessoa negra, como forma de combater o histórico apagamento racial no Judiciário. “Hoje, o TJ-SP é composto por apenas 17% de mulheres e menos de 1% de pessoas negras. É um dado inaceitável e que precisa ser enfrentado com urgência”, afirmou.
Sheila de Carvalho fala ao JE
Também ouvimos a adovgada Sheila de Carvalho, que destacou a importância desse encontro para o fortalecimento das políticas de igualdade racial no Brasil. “Estamos aqui essa noite para debater as políticas de igualdade social que estão sendo construídas no governo Lula, através da liderança da nossa ministra. É uma noite muito importante em São Paulo, onde a gente junta os principais atores do campo antirracista da cidade pra conseguir ter esse momento de debate, de partilha e de construção de políticas públicas importantes pro nosso país”, afirma Sheila.

Marco Aurélio (Grupo Prerrogativas) fala ao JE

Já Marco Aurélio destacou a importância do trabalho que vem sendo conduzido pela ministra à frente de um ministério recriado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, Anielle Franco tem desempenhado um papel fundamental na construção de políticas públicas voltadas à equidade racial, consolidando um legado relevante dentro do atual governo.
“O governo tem entregado muito, mas infelizmente ainda enfrenta dificuldades em comunicar essas entregas à população”, afirma. “Hoje, a ideia, na verdade, é a gente furar a bolha, conversar com formadores de opinião, membros do judiciário, da democracia, enfim –de modo geral, da sociedade civil, para falar das coisas importantes que eles estão lá fazendo”.
Uma recepção muito afetuosa feita por Eliane Pimenta





Uma noite aquecida por afetos














Agradecemos profundamente ao Grupo Prerrogativas pelo convite.
Texto: Anderson Moraes.
Revisão e edição: Brenda Evaristo.