Religiões de matrizes africanas trocam ódio por atos de amor

Evento “Todas as mulheres são aguas e todas as aguas são sagradas”, do dia 21/10, em Embu Guaçu teve origem após uma  acusação que nasceu em um grupo aplicativo de bate papo, no celular. Um rapaz acusou as religiões de matrizes africanas de jogarem um cachorro no rio para fazer “macumba” conforme relato de Mãe Adriana.

Isso ocorreu na região do Embu Guaçu (SP). Após o momento de perplexidade, manifestações contrarias e não obtendo provas que mostrassem o tal ato feito pelos (as) religiosos (as) mãe Adriana vendo que a pessoa que fez acusação sumiu resolveu transformar ocorrido em um ato pacifico.

Sendo assim uma denuncia não comprovada fez com que um grupo de religiosos usassem a criatividade e trocassem a Intolerância Religiosa em atos de amor. Varias “Casas” unidas saíram em caminhada fraterna para fazerem um limpeza simbólica do Rio ” ” para mostrarem que intolerância não venceria que só quer fazer o bem. 

E nessa limpeza foi retirado mais de 200 quilos de lixo removendo assim desde galhos, garrafas, plásticos a calota de carro. E como parte do ato houve o plantio de 10 mudas de árvores nativas que estarão sempre sendo cuidadas pelo Pai Ivan, que é biólogo de profissão.

O dia contou com a presença de umbandistas e candomblecistas – pais e filhos (as) e mães juntos (as) de varias nações, crianças da “Associação Cultural Filhos da Corrente”, do Magrão Capoeira e capoeira. Adriana disse que as crianças ajudaram a plantar árvores e limpar o rio, e assim, aprenderam que “quando (religioso) retira uma flor da terra ou quando entra em um(a) rio/cachoeira, se pede licença em forma de respeito. Dali vem o Axé e por isso nao podemos agredir a natureza onde é ali que nos da nosso sustento espiritual. Por fim, somos um povo da paz, do axé e do amor.”.

O Ato contou com apoio de Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e até a GCM.

A limpeza do rio foi a primeira parte do projeto, sendo que a segunda parte vai acontecer dia 10/11, no Centro Cultural de Embu Guaçu, ás 13h00 e contará com inúmeras “Federações”, autoridades, além de palestras contra intolerância religiosa e falará da relação das religião de matrizes afriacanas e o meio ambiente.

Entre outras atrações já confirmadas o dia contará coma presença do artista “Nego Raiz”.

“Assim mostraremos que não somos aquele povo que sujam as ruas e faz barbaridades”. – Mãe Adriana

E a mensagem dada foi que ações como essas que foi feita, em Embu Guaçu, vem dizer que chega de intolerância contra as religião de matrizes africanas. E que os ataques feitos sempre são por pessoas que nada sabem ou não querem saber sobre a religião e a cultura negra. 

Foi mais um grito contra a Intolerância Religiosa que só aumenta. Em um país que se diz laico precisa respeitar a religião do próximo.

Casas participantes: 
Assoc. Cultural filhos da corrente ( Magrão Capoeira)
Ilê Asé Iemojá Assabá
Ilê Asé Opó Obá Tonilé
Ilê Asé Oxum le Mattan
Ia Kum
Ilê Omi Wùrá Asé Ypondá
T.U. Águas de Yemanjá, Oca da Cabocla Jurema e Baiana Maria Padilha
T.U. Oxum e Xangô
Ilê Asé Alaketu Baba Orun Omi
Ilê Alaketu Awon Oluwa ty Ayrá – Axé Trovão
Ile Dara Ase Ajaguna Tobí (Axé Tobi)
Templo Oxalá e Nanã
Tenda da Vovó Maria Cruzeiro
Ilê Alaketu Asé Dan Izo
Ilê Asé Nanã Olokemin
Asé Peroba
Terreiro de Umbanda Caboclo sete folhas verdes
Ilê Ifá Ebi T’ire

Fotos: grupo “Somos Axé”.