FAVELA DO MOINHO
Ediane Maria acompanha demolições não autorizadas na Favela do Moinho: A Favela do Moinho voltou a ser palco de conflitos nesta segunda-feira (12), após uma operação que deu início à demolição de moradias, sem aviso prévio. Com isso, a deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP) está no local para evitar que abusos sejam cometidos contra a população.
De acordo com dados preliminares, cerca de 10 casas foram demolidas na tarde da segunda-feira, a mando do Governo Estadual. Por se tratar de um terreno pertencente à União, o próprio Governo Federal contestou a remoção das habitações e orientou que a ação do Governo do Estado fosse interrompida enquanto as cerca de 820 famílias não fossem realocadas para moradias adequadas.
“Estou aqui com os companheiros para evitar que algo pior aconteça. Os policiais chegaram com tudo, demolindo o que viam pela frente. É importante enfatizar que essas demolições não são autorizadas e o Tarcísio de Freitas simplesmente passou por cima da decisão da ministra Esther Dweck (e da Inovação em Serviços Públicos)”, enfatiza a deputada.

DEPUTADAS AGREDIDAS NA FAVELA DO MOINHO
PM agride moradores e deputadas que estão acompanhando a ação de repressão na Favela do Moinho, na tarde desta terça-feira (13).
As deputadas Ediane Maria e Paula da Bancada Feminista, ambas do PSOL, além de assessores, foram encurraladas por policiais e agredidas com gás lacrimogênio.
Vídeos acima👆🏿
Nota: Governo Federal e governo de SP anunciam solução habitacional para Favela do Moinho
Ministro Jader Filho, das Cidades, vai até capital paulista para encaminhar acordo que prevê compra assistida de imóveis de até R$ 250 mil, aluguel social de R$ 1,2 mil e transição pacífica para cerca de 300 famílias
https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202505/governo-federal-e-governo-de-sao-paulo-anunciam-solucao-habitacional-para-familias-da-favela-do-moinho
CIDADE TIRADENTES
Nesta mesma semana, a PM esteve na Cidade Tiradentes, na Zona Leste de São Paulo, e foi acusada por moradores de tirar a vida de cinco inocentes após a morte de um policial militar. A denúncia partiu de moradores inconformados com os abusos cometidos pelos agentes da lei. Entenda o que aconteceu:
- A PM foi acusada de praticar intimidação e humilhação durante a operação, impedindo até que moradores(as) conseguissem questionar os motivos da ação na comunidade;
- A diretora de uma creche entrou em desespero ao ver que crianças não conseguiam chegar à escola, uma vez que a operação policial estava ocorrendo dentro da própria unidade;
- Um morador foi atingido por uma bomba no ouvido;
- Duas pessoas estão hospitalizadas e outras três morreram após serem baleadas pelos policiais. Em entrevista a um programa policial, a PM afirmou ter alvejado apenas uma pessoa.

PARAISÓPOLIS PEDE AJUDA!
Na noite dessa segunda-feira (13), recebemos a denúncia de uma invasão policial na Favela de Paraisópolis, realizada por um Tenente que sempre comanda operações no local. Moradores relataram ao JE que esse mesmo tenente, anteriormente, afirmou ter sido alvejado em serviço. No entanto, imagens da câmera corporal revelaram que o disparo atingiu apenas sua mão, contradizendo a versão inicialmente divulgada.
Um jovem inocente foi morto na comunidade, e a população, indignada, reagiu com protestos, incluindo queima de pneus e buzinaço de motoboys. Em vez de diálogo, a resposta da Polícia Militar foi mais repressão: agentes voltaram à favela, efetuando disparos injustificados nas vielas e intimidando moradores. O clima é de medo e tensão. A população está insegura até para dormir. Não param de chegar vídeos sobre o clima de guerra na favela.



AVISO DE PAUTA | Ato público “Chega de chacina! Investigação e punição já!”
O silêncio diante da violência não pode ser cúmplice da barbárie. Por isso, convidamos jornalistas, comunicadores populares, ativistas de direitos humanos e toda a sociedade civil — em especial profissionais negros, periféricos e dos direitos humanos da imprensa — a se somarem a uma mobilização urgente por justiça e responsabilização do Estado.
As chacinas do Cabula (BA), do Jacarezinho (RJ) e a Operação Escudo (SP) revelam o rosto mais cruel da violência policial no Brasil: ações brutais, seletivas e impunes, que atingem majoritariamente a população negra e periférica. São mais de 2.400 crianças mortas por ações policiais nos últimos três anos, e 2023 entrou para a história como o ano em que a polícia mais matou crianças no país.
Diante da omissão das autoridades estaduais e da blindagem institucional que impede a punição dos responsáveis, exigimos a federalização das investigações desses três casos emblemáticos como resposta urgente do Governo Federal. É tempo de ecoar as vozes silenciadas pelas balas do Estado.
Convidamos todos a participarem do Ato Público “C”, que será realizado no dia 17 de maio, às 15h, na Travessia do Luigi Sabbattini, 157, Vila Hebe, Brasilândia, SP – ao lado do terminal Cachoeirinha. (Quadra do Zé Carlos).
Haverá participação de familiares de vítimas, juristas, entidades da sociedade civil e comunicadores comprometidos com a verdade e a justiça.

NOTA: Agradecemos profundamente às lideranças das favelas que nos enviaram vídeos, relatos e informações e enxergam no Jornal Empoderado um espaço confiável para suas denúncias. Obrigado também ao mandato da Ediane Maria.
OUVIDORIA DA POLICIA DE SP
“Esses três casos não são ocorrências isoladas, mas cenas de um mesmo filme que a sociedade não quer mais assistir. O tratamento diferenciado entre regiões pobres e ricas de nossa cidade demonstra que, no mínimo, processos e comportamentos precisam ser revistos com prioridade e urgência. Manifestações são legítimas e expressam um direito da sociedade, que precisa ser exercido com inteligência, mas, por outro lado, a polícia não pode adotar um tratamento do “olho-por-olho” com respostas violentas nos territórios periféricos, que desonra a tradição da polícia militar e perpetua uma guerra onde só se contam perdedores, em todos lados. ”
Texto: Anderson Moraes.
Revisão e edição: Brenda Evaristo.
Foto de capa: https://ultimosegundo.ig.com.br/