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Protesto no metrô Tucuruvi, em São Paulo!

 

Vitor alega que vendo que seu caso não se resolveria (leia a baixo a nota do caso) pulou a catraca do metrô porque no dia seguintes teria que ir trabalhar. Foi quando alega que os seguranças da estação, do Tucuruvi, em São Paulo, agiram de forma violenta tanto verbalmente quanto fisicamente.   

O Empoderado conversou com a irmã de Vitor, a Glaucia Franco, de 35 anos que nos falou sobre seu sentimento após o ato de hoje:

Eu, Glaucia Franco quero aqui deixar registrado após o ato de hoje no metro Tucuruvi toda a minha gratidão a todos que por um minuto parou, ouviu, vibrou, e sem dizer a todos os ativistas, parlamentares que ali estavam hoje. A cada abraço a cada palavra de amor que recebi ficará marcado tanto pra mim e para meu irmão Vitor que hoje ficou maravilhado com tamanha solidariedade, na qual tenho a certeza que hoje conseguiu ver que vale a pena sim lutar. Desde o último sábado a sensação de justiça reinava em nossa mente. E não víamos força o suficiente dentro de nós mesmo. Devido a tamanha humilhação, mas hoje conseguimos perceber a grandeza e a importância que é ter voz. Entraremos com processo ao metrô além do processo que já foi aberto na delegacia. Grata e seguimos para os próximos passos”.

À baixo a nota da família sobre o ocorrido: 

Carta Pública aos Paulistanos,

É com bastante indignação e também com muita preocupação que escrevemos essa carta
pública para relatar o ocorrido no último sábado (06/04/2019) na Linha Azul do Metrô –Estação Tucuruvi, por volta das 17h00 -18h00.

Vitor Vinicius um jovem negro que acabou de completar 20 anos, é técnico em automação industrial pela ETEC e atualmente cursa Controlador Lógico Programável no SENAI, retornava para sua residência após seu dia de trabalho na região da estação
do Metrô Tucuruvi, e ao carregar seu bilhete nas máquinas dispostas, a mesma ‘engoliu’ o dinheiro não completando sua recarga.

Vitor procurou um agente do Metrô para que pudesse ser orientado em como proceder; o agente fazendo muito pouco caso da situação, o orientou a ligar para o 0800, o que Vitor já estava fazendo naquele momento. Assim já na ligação com a atendente, foi orientado a passar a ligação ao agente e a atendente solicitou que ele conversasse com a ela a fim de liberar a passagem do usuário.

O agente do Metrô se recusa a fazer o procedimento, informado ao Vitor, deixando-o sem resolução para o ocorrido. Vitor argumenta com o agente que no contato com o 0800 já haviam informado que só teria seu ressarcimento três dias uteis depois.

Percebendo que não conseguiria ingressar no Metrô, Vitor pula a catraca e continua apelando que não mais dinheiro que teria que ir para casa hoje e teria expediente no dia seguinte; no mesmo momento é surpreendido por seguranças que o imobilizam com uma gravata no pescoço, levando-o de volta para o acesso à catraca.

Foi quando o Sr. Danilo, usuário da linha azul do Metrô, um homem negro que também regressava para casa após seu dia de trabalho e observava a situação, pediu aos seguranças que o soltassem, pois iria efetuar o pagamento da passagem de Vitor.

Os seguranças resistem em soltá-lo e quando o fazem, colocam o dedo na cara dele, mandam ele ficar quieto, o ofendem verbalmente e dizem que ele estava rondando a estação já algum tempo, provocando uma pronta reação do jovem que argumentavam ser estudante e trabalhador e que havia acabado de chegar. Novamente o imobilizam desta vez com dois funcionários e com maior força: circunstantes reclamavam que deviam conversar com o rapaz e tamanha violência não seria necessária.

No tumulto lhe foi arrebentada a mochila que trazia nas costas e seus pertences espalhados no chão; foi quando também seu celular que estava no bolso da calça caiu, e sua camiseta foi esgarçada.

Os usuários que passavam na hora, intervenham e com muita dificuldade conseguem que soltem o Vitor. O jovem solicita que devolvam seu celular, pois muitos usuários presentes no momento viram o agente do metrô o recolhendo. Entre acusações e negações, os seguranças ameaçam levar Vitor e pedem para os usuários se dissiparem tentando afastar várias pessoas que estavam indignadas com o corrido e entendendo que Vitor havia comprado créditos para passagem e não houve registro por questões técnicas; algumas pessoas protestaram dizendo que se tratava de espaço público e que o problema teria de ser ressorvido.

Ainda com Vitor sendo contido com força, surge um usuário, que afirma está acompanhando o ocorrido e apresenta sua carteira da OAB e diz que é o advogado João, mas é ignorado e a confusão se mantém por mais de vinte minutos. Nesse tempo é solicitado o documento de Vitor, ele entrega diversas vezes aos seguranças o seu documento e nada fazem ao respeito.

Gritos dos seguranças do lugar são dados a todo momento para constranger os usuários que de alguma forma gostariam de resolver a situação sem violência, colocando que eles eram autoridades por lá e todos deveriam sair. Nesta ocasião se aproxima um segurança com roupa preta e debocha do rapaz por ele afirmar que perdeu um celular Iphone de uns 2 mil reais e como ele não teria dinheiro para ir para casa de Uber? causando mais humilhação para o jovem.

Por fim, decidem pegar o documento de Vitor e do advogado João e realizarem alguma anotação não explicada a ambos. O chefe da segurança é acionado e diz que a passagem de Vitor precisa ser paga, caso contrário será preso. Inúmeros usuários se oferecem a pagar a passagem, mas Vitor continua afirmando que precisava do celular de volta, por ser caro e também ser seu instrumento de trabalho, pois é produtor musical e estudante da área de tecnologia, chora muito revoltado com tudo e chega o chefe da segurança e afirma ter visto o vídeo e que alguém tentou devolver o celular e Vitor havia se recusado a receber, no entanto testemunhas afirmam que não houve tal tentativa de devolução.

Depois que a passagem foi paga, as testemunhas e Vitor se encaminham para a delegacia da Barra Funda para fazer a ocorrência.

Gostaríamos como usuários do Metrô da Cidade de São Paulo, registrar nossa indignação e solicitar um esclarecimento das autoridades do Metrô, bem como uma retratação ao Vitor, pela humilhação sofrida e ressarcimento da perda de seu bem material, que era seu instrumento de comunicação e trabalho.

 

 

Nota: Entramos em contato com o metrô por diversas vezes, uma pessoa chamada Leticia disse que retornaria, mas até o fechamento da matéria não obtivemos retorno. Caso a instituição queira se pronunciar o Empoderado estará aqui para ouvi-los.

NOTA

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