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Projeto com moradores de rua de Colorado do Oeste é apresentado em Congresso de Psicologia

Em São Paulo, no mês de novembro, o projeto de uma cidade pequena irá mostrar a todos que trabalhos sociais podem e devem surtir grandes efeitos positivos

Em julho deste ano alguns profissionais de Colorado do Oeste, em Rondônia, foram às ruas para entender melhor o contexto de quem vive nas ruas.

Todos do núcleo de Defensoria Pública da região e do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social).

Na ocasião, a ideia era a de removê-los dessa situação, já que todos têm o direito de moradia e de uma vida digna.

E mesmo com pouco menos de 19 mil habitantes, a cidade que fica em um Estado nem sempre lembrado do Brasil, deu exemplo.

O projeto de “Inclusão Social de Pessoas em Situação de Rua do município de Colorado do Oeste/RO” foi aprovado para ser apresentado durante o Congresso de Psicologia em SP.

Ou seja: esses profissionais que colocaram em prática o que muitos apenas deixam na teoria em novembro mostrarão que se importar com o próximo é válido!

O projeto ainda em andamento, mas já com efeitos surgindo

“A priori as abordagens estão sendo in loco como forma de estabelecermos vínculo com essa população, conhecendo a realidade deles e, com isso, promover a redução de danos”, explica o psicólogo Daniel A. de Toledo Gomes, um dos envolvidos.

Sendo assim, eles acreditam que indo até os moradores de rua os resultados são mais positivos.

“Conseguimos criar vínculos com a pessoa que se encontra em situação de rua, ganhando a confiança delas. Isso é fundamental para compreender a diversidade e as necessidades de cada  um, o que nos possibilitam estratégias de atendimento de acordo com a demanda”, complementa a assistente social Carla Cristina dos Reis Silva Antero.

Flávia Albaine, defensora pública de Colorado do Oeste, também faz parte desse projeto e ressalta que escutar o que eles têm a dizer é essencial para que eles aceitem ajuda, já que vivem em uma situação de rejeição e quando são ouvidos sentem mais confiança.

“E também é com a escuta que poderemos detectar os principais problemas e buscar as soluções. Muitos desistem da ajuda pelos vícios, como drogas e alcoolismo, assim como  falta de estrutura familiar que os motive a sair daquela situação”, pontua.

Tudo feito do início

A estudante de enfermagem Michelle Barreto da Cunha realça que grande parte não possui nem as noções básicas de higiene, que é um dos pontos que devem ser trabalhos logo de início.

“Posso citar que alguns não sabem nem que deve haver a limpeza do local após as necessidades fisiológicas. Por isso, de forma lúdica e mais acolhedora possível, ensinamos como fazer a assepsia”, explica.

Aliás, esse atendimento tem como primeiro passo o atendimento do que seja essencial para uma vida digna.

“Os indivíduos que se  encontram em situação de privação social são os que mais sofrem com as carências estruturais para amparo, proteção e garantias de direitos, pois estão à mercê da sociedade,  marginalizados dentro da própria situação de marginais”, realça Vanderleia Rosa Deambrosio, estagiária do Serviço Social do CREAS.

Igualdade de vida para todos

A inclusão desses moradores de rua na sociedade pode ser um trabalho árduo, entretanto, os profissionais têm consciência disso e não irão poupar esforços.

“Nós não vamos esperar que essas pessoas procurem as Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou os Prontos-Socorros já em estado crítico. Sabemos que o início para evitar problemas futuros é a prevenção”, conta Michelle.

Sendo assim, na primeira abordagem eles já procuram dar cuidados e fazer um pré-diagnóstico, ainda que com poucos recursos de enfermagem, para realizarem intervenções adequadas para cada situação.

Flávia lembra que esse trabalho em conjunto é fundamental para o sucesso da ideia. “Montamos um plano de atuações estratégicas com esse objetivo e estamos colocando-o em prática, tendo o discernimento de que um profissional está atrelado ao outro nessa missão”.

E estão preparados para os desafios, já que nem sempre o querer e a prática podem surtir em efeitos positivos.

“O maior motivo de não aceitarem as intervenções é o medo da institucionalização, medo de serem internados, uma vez que ainda se tem uma ideia manicomial do tratamento de reabilitação. Modificar essa realidade ainda é o maior obstáculo”, finaliza o psicólogo.

NOTA

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