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Pretérito mais que perfeito, A obra que conta belém em traços e música.

O quadrinho Pretérito mais que perfeito, foi lançado em 2015 em comemoração aos 400 anos de Belém. Idealizada por Otoniel de Oliveira e com diversos artistas regionais convidados: Andrei Miralha, Carlos Paul, Volney Nazareno, Emmanuel Thomaz, Adriana Abreu, Diogo Lima, Rafa Marc, Rosiani Olivia, Dorival Moraes e Leo Venturieri.

A obra, custeada com financiamento coletivo foi a primeira HQ publicada dessa forma na região. Composta por 15 historietas descontínuas que se passam em um banco da praça da República entre os anos 1869 e 2032. Apesar de independentes, cada história termina com um questionamento que é respondido na história seguinte, formando uma trama maior. O enredo, do Otoniel e Petrônio Medeiros, é constituído por episódios históricos como escravidão, a era da borracha, tenentismo, ditadura, Collor e Jornadas de Junho, como ficaram conhecidos os protestos de 2013. Trata também de questões culturais como o Círio de Nazaré e sobre a escassez de água em 2032.

Cada capítulo ou episódio tem uma composição gráfica distinta inspirada em um movimento artístico e quadrinistas, entre as referências estão Impressionismo, Art Nouveau, Pop Art, Futurismo, Cyberpunk Distópico, underground e outros. Entre os artistas referenciados estão Will Eisner, Angelo Agostini, Moebius, Pollock, Jack Kirby e outros. No índice da obra é informado o ano em que se passa a histórias, o autor e as técnicas com que foi elaborado como, por exemplo, retícula digital e aquarela.

Além disso, a HQ tem uma trilha sonora para cada episódio inspirada em uma estação de rádio da época, a música referente a cada capítulo pode ser acessada via QRCode. A trilha foi criada pelo multi-instrumentista Leo Venturieri e é em grande parte autoral. Ler cada história ouvindo a trilha cria uma experiência única de imersão.

A primeira história fala sobre uma escrava que fugiu e se baseia em fatos reais da época quando era comum anunciar fuga de escravos no jornal. O estilo seguido é o impressionismo e técnica aplicada é a aquarela para ter “a luz como personagem principal da obra”, como diz Otoniel nas notas sobre a obra. O artista referenciado é Ângelo Agostini, um dos primeiros quadrinistas do mundo que naquele período publicava as suas primeiras experimentações.

Um ponto a enfatizar é o protagonismo feminino na HQ, sempre com mulheres fortes e necessárias. A HQ representa a cidade de Belém de uma forma poética e bela, sem idealizações apenas com a sua própria história e suas diversas facetas: a festa, o militante, a crença.

O Otoniel já é conhecido por outras obras como Encantarias, que conta lenda da noite, baseada  na mitologia brasileira indígena. E também pela animação Icamiabas na Amazônia de pedra, baseada na lenda de uma tribo de mulheres guerreiras da floresta Amazônica, que foi exibida na TV Cultura regional em 2012. Os curtas tem como pontos fortes, além do traço pop, a valorização da cultura regional do norte do país e o empoderamento feminino.

Otoniel Oliveira estará na CCXP 2017 (Comic con Experience) , possivelmente com o lançamento de Estação das chuvas, uma graphic, em andamento, que trata dos conflitos de terra e dramas pessoais daqueles que sofrem com a grilagem de terras no norte do Brasil.

 

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