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Procrastinar2_TheMindCenter

Psicoterapeuta explica os motivos de sempre deixar para depois e como fazer para se livrar deste hábito

Comecei a notar um mau humor quando eu acordava. Não sou de acordar muito cedo, mas mesmo quando eu acordava no horário normal, me sentia estranha. Sentia uma angústia no peito, como se algo terrível estivesse para acontecer. O estômago embrulhava antes mesmo de eu me levantar e os refluxos matinais passaram a ser constantes. Eu pensava em tudo: será que está tudo bem com a minha família? Será que vai acontecer alguma coisa terrível? Às vezes essa coisa começava na noite anterior, que geralmente era mal dormida e ainda me fazia acordar bem antes da hora. Isso se repetiu por alguns dias.

Eu estava numa fase de mudanças. De retomar os meus atendimentos, reestruturar a vida depois de muitas transformações. Hora de olhar para o meu lado profissional e financeiro. Comecei a perceber que, antes mesmo de abrir a agenda, eu já me enchia de afazeres que poderiam ser feitos depois, tipo fazer uma gelatina ou ligar para a minha irmã. Coisas que eu poderia programar para um momento mais adequado. Era um tipo de fuga, eu não queria sentar na frente do meu computador e arrumar os relatórios, os horários da agenda, os recebimentos dos clientes. Eu estava entrando em pânico.

AnsiedadeDepois de ler o livro do Dr. Augusto Cury sobre ansiedade passei a tentar observar melhor isso. Os sintomas eram tipicamente ansiosos, até mesmo uma alergia nos olhos eu tinha, dificultando de enxergar a tela do computador, por exemplo. Eu descobri que eu abria janelas negativas quando sentava para cuidar da minha vida profissional.

Isso pode acontecer em qualquer área da vida e faz com que fujamos daquilo, o que não adianta muito. Como ficamos muitos ansiosos, melhor nem começar. Isso pode acontecer com estudantes de um concurso que tem “certeza” de que jamais passarão. Com alguém com uma dívida que acha que “jamais” vai conseguir pagar. Isso é a verdadeira razão da procrastinação.

Queremos fugir do sentimento ruim e ansioso que aparece com aquele estímulo. Pensamos em dieta e o estômago embrulha, fazendo com que deixemos para a próxima segunda-feira. Pensamos na louça na pia naquela sessão de exercícios estafantes e nos limitamos ao nosso sofá e a nossa pipoca. Principalmente quando um hábito não está realmente instaurado, isso complica.

No meu caso, nem sempre tinha sido assim. Sempre fui muito focada e determinada na parte profissional, mas algumas decepções e problemas por dois anos seguidos tinham me feito perder a motivação. E não só isso, perder o tesão mesmo de estar fazendo aquilo. Assim, quando eu via o quanto eu tinha largado, o quão irresponsável eu acabei sendo naquele tema, eu preferia fugir de tudo.

Procrastinar3_MindfulPhilosophyO problema é que, no meu caso, eu não tinha muitos limites e era isso que eu precisava aprender a ter. Eu me sentava para trabalhar e deixava de ir à academia ou cozinhar algo saudável, para exemplificar. Acabava abrindo mão da minha vida pessoal, o que me causava ressentimentos depois. Aprendi que preciso equilibrar as coisas, entender que não vamos a Roma em um dia. Mas aí é a ansiedade que fala, que fica te mostrando a lista de coisas do dia na sua cabeça e te deixa doida.

Nessa hora, pare e respire. Se você estiver sentindo que anda procrastinando algo, se pergunte: Por quê? Perceba a reação no seu corpo (geralmente alguma parte aperta, como o peito) e, então, sinta essa sensação. Deixe-a crescer até você conseguir se perguntar de onde vem isso.

Pode ser que você não consiga perceber logo num primeiro momento (nessas horas, a ajuda de um profissional é a melhor coisa), mas com o tempo o seu corpo vai responder. E aí sim você pode passar a fazer aquilo e sentir-se bem, ou pelo menos em paz. Não existe preguiça, gente, a preguiça é a procrastinação. E ela tem sempre um porquê.

Andrea Pavlovitsch – PsicoterapeutaAndrea-300x300

Tel.: (11) 99343 9985

E-mail: andreapavlovitsch.com.br

Facebook: facebook.com/andreapavlo

(Créditos das Imagens: Entrepreuner/ The Mind Center/MindfulPhilosophy/ Divulgação – Edição e Revisão de Texto: Priscilla Silvestre)

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