O preço da gasolina é elevado devido ao aumento de impostos estaduais e federais, que chega a somar cerca de dois terços do valor que é pago pelo consumidor final. E o aumento constante no preço do combustível pode permanecer a longo prazo, já que o Brasil continua com altos déficits em relação as contas públicas.
Esse valor elevado se dá pela política de preços na Petrobras que está vigente desde 2016, este sempre acompanhando as oscilações internacionais. Outros pontos que influenciam são a cotação do petróleo e a variação do dólar, de acordo com especialistas.
Podemos perceber que desde junho do ano passado, o petróleo tem seu preço cada vez mais elevado. A gasolina, entre o mês de fevereiro e maio, por exemplo, saiu das refinarias com um custo elevado de R$ 1,57 para R$ 2,08 nas distribuidoras. Com isso, o consumidor chegou a pagar cerca de R$ 4,28 na gasolina, conforme informações da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Ministério da Fazenda estuda redução no preço dos combustíveis O Ministério da Fazenda está analisando formas de conseguir mudar a política de
preços para os combustíveis até o consumidor final. Para isso, foca na mudança do esquema de tributos, porém, não há detalhes sobre o que será realizado.
O fato é que o preço elevado dos combustíveis não se dá apenas pelos impostos federais. Conforme um gráfico divulgado na página da Petrobras, cerca de 29% do valor dos combustíveis é ICMS, ou seja, imposto estadual que também aumentou.
Valor do combustível varia por estado brasileiro
A alta no preço dos combustíveis varia por região do Brasil e essa diferença se dá, conforme alguns economistas, devido a cobrança de impostos como base de
arrecadação para recursos para as contas públicas.
Embora o país inteiro ainda sofra com a crise financeira, essa arrecadação se mantém de forma contínua. Só no ano passado os produtos à base de petróleo somaram cerca de 18% do ICMS que foi arrecado em todo o país, conforme dados do Conselho das
Secretarias Estaduais de Fazenda.
Enquanto a economia brasileira não se estabilizar, a arrecadação de impostos não irá diminuir e é por isso que mesmo o preço do petróleo diminuindo, a gasolina se mantém cara ao consumidor final. Dados mostram que em 2017 o aumento nos impostos rendeu uma quantia extra aos cofres públicos de R$ 5,68 bilhões.
Países que produzem petróleo tendem a ter preços mais baixos no combustível O Brasil é um país produtor de petróleo e a lógica é que países que produzem petróleo tenham preços de combustível mais em conta. Porém, vemos que não é isso o que ocorre por aqui. O que explica o preço alto da gasolina, portanto, é a elevada carga de impostos Cofins, PIS e ICMS.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a população arca com 13% de impostos cobrados ao valor final do combustível, considerando taxas, impostos e contribuições. Já no Brasil, essa proporção é de 66%, o que resulta na realidade que vemos nas bombas dos
postos de combustível.
Por: Andreia Silveira, colaboradora do site Seguro de Automóvel.
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