Meus respeitos aos mais velhos, meus respeitos aos mestres e saudações aos mais jovens que tomarão os comandos desta nação…
Há tempos ouvimos discursos e promessas das mais variadas temáticas, que nós da CONEBRAS não iremos repetir, sem termos a intenção de a menosprezarmos por que muito foi conquistado nestes longos 500 anos, porem fato é que são extremamente repetitivos e com motivações e efeitos hoje já bem viciados.
Precisamos de novas formas de pensar e diálogos diferentes, e isto parece que já está acontecendo em escala crescente, o que muito me agrada e vem de confronto com o que penso hoje.
A comunidade negra precisa falar em conquistas, filosofia, ciências humanas e exatas, falar em políticas alternativas, falar de intercâmbios culturais com outras regiões e países, em candidaturas sociopolíticas comprometidas, em mudanças de pensamentos e condutas, em estratégias comportamentais, com a necessidade básica de que estas novas conversações permeiem as bases comunitárias para que não venha a serem criadas elites classistas de afros teóricos.
É preciso que estas novas falas sejam detalhadas e objetivas para que sejam entendidas por todos de forma a serem colocadas imediatamente em prática.
Conscientizar nossos irmãos e irmãs das estratégias das quais fomos vitimas é fundamental como o é mostrar os efeitos delas, mas passa pela compreensão de como fomos manipulados, o entendimento das regras deste jogo, para que possamos entrar na arena e jogar de igual para igual quando for preciso. Aí sim começaremos a negociar em nível de igualdade, pois estaremos sabendo das condições dos jogadores e do campo de negociação, o que anteriormente nos foi omitido e dissimulado de forma desonesta e enganosa.
Porém se continuarmos pensando e falando sempre a mesma coisa, dificilmente, ou em um tempo muito mais longo, conseguiremos avançar alguns metros.
A dificuldade de mudar o discurso é tanto que, eu ao insistir junto aos meus contatos para que fale de outras coisas, o silêncio é decretado e parece que esta solicitação soa como eu estar indiferente às atrocidades que acometem dia após dia, os nossos irmãos.
Em hipótese alguma a indiferença poderia estar em mim, pois vitima também sou e empaticamente com toda a irmandade, mas sim o que sinto é uma convicção de que se mudarmos o que pensamos mudaremos o que somos.
Por isso convoco insistentemente a todos para começarem a falar sobre outros temas positivos e construtivos, pois da mesma forma como nos destruíram pela mente, o mesmo caminho é a única possibilidade de restaurarmos a nossa dignidade, ou seja, pela reconstrução da nossa mente e por efeito virá inevitavelmente a do corpo físico.
Eu como mentor da CONEBRAS juntamente com irmãos e irmãs que compartilharam comigo esta missão, estamos imbuídos dessa meta de levar até a nossa comunidade outras possibilidades temáticas que nos tiraram do campo de pensamento, nos deixando somente o sofrimento como tema poético, musical e discursivo.
E não desistirei dessa proposta, sem deixar de apoiar todos os que ainda persistem nestes pensamentos, pois a diversidade é muito mais rica do que a unicidade de pensamento. Continuem nestes temas esses que neles andam há décadas, mas para os seus próprios bem-estares, tentem se esforçarem para uma guinada que pode ser a porta ainda não tentada, a solução para todos nós.
Dispondo-nos muito teremos a falar das riquezas dos nossos antepassados, das nossas invenções, das nossas belezas físicas e espirituais, da nossa cultura ancestral que foi e é a mola propulsora de tudo que existe de ciência neste nosso planeta, mas que injustamente não se dá o devido reconhecimento e nomes aos seus precursores.
A nossa história é muito mais antiga que qualquer Grécia, ou outras partes da Europa, a nossa espiritualidade é muito mais antiga do que qualquer sistema religioso eurocêntrico, nossa dança é muito mais milenar do que qualquer balé russo, o nosso som é muito mais ecoante do que o mais raro Stradivarius.
Só precisamos mostrar e colocar isso e muito mais, para ser reverenciado à mostra, em lugar de destaque, para que ao sentirmos esse orgulho sejamos os primeiros a nos revalorizarmos.
A CONEBRAS que está chegando agora, não fará nenhum milagre, e nem grandes discursos, apenas em poucas palavras irá explicar e dizer que chegou a hora de fazer, de unirmos nossas forças para reconstruirmos a nação que queremos.
A CONEBRAS diz: vamos fazer por nós e para nós, independentemente dos empecilhos, das dificuldades e resistências que possam vir por aí, convidamos a todos para se unirem nessa Missão! Ubuntu!
CONEBRAS UNINDO FORÇAS!
Datas que precisamos entender para compreender o hoje:
Setembro
28 – Aprovada a Lei do Ventre Livre / 1871 28 – Assinada a Lei do Sexagenário / 1885
OUTUBRO
01 – Independência da Nigéria, África / 1960. 01 – Fundação, na PUC, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros – NEAFRO 1980. 02 – Independência da Guiné, África / 1958. |
Por Luiz Antonio-X1
Idealizador da CONEBRAS
Email: conebrasequipe@gmail.com